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quinta-feira, 28 de junho de 2012

OS FORAS DE JOÃO BATISTA




João Batista é um primo muito querido que eu tenho a quem homenageio com este texto. Mas não confundam o personagem com o primo. Não tem nada a ver.

João Batista, o personagem, é daquelas pessoas super alegres, falantes, que opinam em todas as conversas, sempre com muita graça, mas acabam dando foras homéricos que ficam gravados na mente da gente para sempre.

Certa vez, João Batista foi cantar o bingo da igreja. Muito alegre e brincalhão, andava no meio do povo com um microfone sem fio. Lá pelas tantas o cantador de pedras gritou:

- Valendo para linha vertical ou horizontal. Dois patinhos na lagoa, 22.... e a Mônica, uma amiga nossa que estava bem na nossa, gritou: - BINGO

João, olhou para a cartela dela e disse em alto e bom tom no microfone:

- Mônica, deu na horizontal!

A primeira coisa que voou na cabeça do João Batista foi um copo de milho jogado pelo marido da Mônica que partiu para cima do João. A “turma do deixa disso” entrou em ação para acalmar a situação.

Certa vez houve um concurso de cachorros no clube de halterofilismo e quem ganhou o primeiro prêmio foi a cachorrinha da esposa do Dr Teófilo, presidente do clube. Só que ela era austríaca e russa e tinha um nome muito complicado de falar.
João Batista, pegou a ficha com os resultados e quando viu o nome dela, disparou:

- Dr Teófilo, a vencedora é a cadela da sua esposa!

Dr Teófilo e os outros 200 halterofilistas olharam para o João Batista, fuzilando o pobre coitado com os olhos e começaram a correr na direção dele...

Alguém, então gritou: - Se manda João, porque a casa caiu...

Bem, para a tranqüilidade dos leitores, nesse dia, apesar de não ser oficial, quando João Batista viu aquela multidão de mastodontes partindo na direção dele, correu na direção contrária, batendo o Record mundial da maratona. Os halterofilistas cansaram bem antes, difícil foi fazer o João parar de correr!!!  

Escrito por Helio Faria Junior

terça-feira, 19 de junho de 2012

O DIA EM QUE CLÉO PIRES SE APAIXONOU POR MIM



Ontem eu tive que ir ao Rio de Janeiro a trabalho e peguei um vôo em Goiânia sendo um dos primeiros a entrar no avião. Poltrona 14C. Abri meu notebook e comecei atentar escrever uma história. Quando olho para a frente, vinha uma gorda que devia ter mais de 130 quilos e com umas 12 sacolas. Não sei porque gordo adora sacola...

Atrás dela, vinha uma DEUSA chamada CLÉO PIRES. Azarado do jeito que eu sou, pensei:

- A gorda vai sentar do meu lado e a Cléo vai passar direto. Não deu outra. A gorda parou do meu lado e berrou:

- O SENHOR PODE ME DAR LICENÇA, MINHA POLTRONA É A 14 A...

- Tive vontade de dizer: Entra, encosto. Vá para o seu canto e nem mais uma palavra.

Claro que não fiz isso, levantei polidamente, ajudei o mamute a por as sacolas em cima e a gorda entrou. Aquilo me causou tamanho mal estar que até da Cléo eu me esqueci...

De repente, vindo do nada, uma voz com eco, parecia que vinha de uma sereia, sussurrou no meu ouvido:

- Vou aproveitar que você está de pé e também vou entrar...minha poltrona é 14B....

Me afastei um pouquinho e fiquei olhando, quase babando, vendo aquele avião taxeando bem na minha frente, com um perfume tão cheiroso que deu vontade pedir a ela um golinho do perfume. Ela deu uma tropeçada e ameaçou cair e a segurei firme no braço e ela derramou em cima de mim seu sorriso maroto e disse : Obrigadaaaaa, se não fosse você eu tinha caído no chão. Pensei que meus pés tinham saído do chão!!!

Bem, o avião levantou vôo, eu dei uma cochilada que não durou mais que dois minutos abri meu notebook e comecei a escrever uma história. Cléo se virou para mim e disse, sempre sussurrando: - Você é escritor??? Eu adoro escritores, são tão criativos.

Eu então, joguei todo o meu charme para cima dela e disse: - Vai ser difícil ser criativo para encontrar palavras para elogiar tanta beleza.

Ela riu, pegou no meu braço, deitou a cabeça em meu ombro, riu  e disse:

- Quanta doçura, você é um homem muito especial!

Só não ajoelhei para agradecer aos céus porque não tinha espaço entre as poltronas. Daí para frente foram mais de duas horas de uma conversa deliciosa, com muitas risadas e cada vez que ela ria e deitava a cabeça em meu ombro eu aproveitava para dar uma profunda cheirada em seus cabelos. Eu me belisquei para ver se estava dormindo.

Quando o avião pousou no Rio, Cléo pegou no meu braço, olhou profundamente para mim e disse: - Eu detesto dormir sozinha eu meu apartamento do Leblon. Bem que você podia ficar esses dias lá comigo.

Quase fiz xixi nas calças, mas me mantive firme, e aceitei o convite.
Não vou contar o que aconteceu no apartamento porque isso não é da conta de vocês, mas no meio da madrugada, estávamos na cama superkingbox  dela e alguém me tocou no ombro. Assustei e dei um pulo.

Era o comissário de bordo dizendo: - Só falta o Senhor e sua esposa, apontando para a gorda que roncava que nem um dragão,  descerem.

Olhei para o lado e só tinha a biltre roncando. Perguntei: E a Cléo...e o comissário me respondeu. O Senhor dormiu e a beliscou, ela então pediu para trocar de lugar...

Bem, por uns minutos você pensou que eu era o maior garanhão do Brasil, né??? Pois é, no sonho eu também me senti assim. Fiquei tão desapontado que desci do avião deixando a gorda por conta do comissário....

Escrito por Helio Faria Junior

domingo, 17 de junho de 2012

NÃO ERA BEM ISSO QUE EU QUERIA DIZER




Nosso país é rico em sotaques e rico em expressões. No sudeste, por exemplo, se fala “vinha distraído e dei com a cara na parede” já no sul se fala só “vinha distraído e dei na parede". E derrapar com o carro, eles falam “se perder”. Nossa história de hoje aconteceu em Francisco Beltrão/PR onde uma mocinha pegou o carro do pai, derrapou em uma curva e bateu em uma árvore no quintal da casa de um sujeito.

Ao chegar em casa, Paloma, a nossa personagem ligou para a sua amiga Luciana para contar o que havia acontecido e sua mãe, que não é do sul, mas é muito bisbilhoteira, ficou ouvindo atrás da porta. Veja o diálogo:

Paloma: - Guria, me perdi em uma curva lá no Bairro Alto....A mãe, arregalou os olhos que imediatamente se encheram de água.

Luciana: - Mas como aconteceu, a rua estava molhada???

Paloma: Sim, estava bem molhada, daí me perdi na curva e dei em uma árvore no quintal da casa de um cara...A mãe, completamente pálida, sentou no chão contendo seus soluços e pensando: - Minha filhinha, não!!!

Luciana: Machucou???

Paloma: Machucou um pouco, mas eu segurei forte...podia ter sido pior.....A mãe nesse momento começo a cheirar uma garrafa de álcool para não perder os sentidos.

Luciana: E seu pai??

Paloma: - O pai ainda não sabe de nada. Acho que vai ficar muito bravo quando souber da novidade, mas depois ele vai entender que os gastos não vão ser tão grandes assim...e a mãe pensou: - Meu DEUS, engravidou!

Paloma: Agora estou muito nervosa com o que aconteceu. Depois eu conto com todos os detalhes. Bjo...

Luciana: - Bjux

Nesse momento, a mãe entra no quarto, aos prantos, dando um piti e diz:
- Filhinha, conte tudo para a mamãe, eu saberei compreender.

Paloma, sem entender porque de tanto drama disparou um tiro de misericórdia na mãe:

- Me perdi numa curva lá no Bairro Alto e dei numa árvore no quintal da casa de um cara que eu não conhecia, um velho!!!

A mãe começou a tremer e a gritar:

- Vou matar o desgraçado que fez isso com você, filhinha querida...

Paloma: Mas foi sozinha mãe.

A mãe: - Sozinha???

Paloma: Sim, mãe, me perdi na curva porque a rua estava molhada, derrapei com o carro do papai, subi na calçada e bati em uma árvore.

Bem, não preciso dizer que a mãe desmaiou e caiu durinha no chão, mas com um enigmático sorriso no rosto!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quinta-feira, 14 de junho de 2012

É TETRA!!!




Minha irmã que mora em Belo Horizonte, tem um amigo que sempre transbordou alegria, e como sempre foi fanático torcedor do Fluminense, colocou em si mesmo o apelido de “TRI” fazendo referência ao tricolor.

Em um triste dia, esse maluco que tudo que fazia na vida era com muita intensidade, saiu de moto depois de uma cachaçada, sem nenhuma proteção, foi atropelado por um caminhão de lixo e, além de se ralar todo, ficou tetraplégico.

O único lamento que ficou, ele mesmo sempre se repetia:

- Podia ter sido atropelado por uma linda morena, fui ser atropelado logo por um caminhão de lixo...rsrsrs.

Parece até que a tragédia fez aumentar nele o bom humor e alegria, e num arroubo de seu jeito extrovertido, colocou em si mesmo o apelido de “TETRA” fazendo piada até de sua situação física.

Um belo dia, resolvemos fazer um churrasco no apartamento de minha irmã que tinha dois andares. O acesso para o andar de cima era em uma escada de madeira muito íngreme e lá só havia um escritório, um banheiro e um terraço descoberto com uma churrasqueira.

Megantrônio, seu fiel e eterno amigo, o mesmo do conto AS DUAS MORTES DA VELHINHA, sempre foi o encarregado de carregar o TETRA nessas situações e o pegou no colo para levá-lo para o andar de cima e eu ia atrás com a cadeira de rodas. Aquele negão enorme, com o TETRA no colo, teve imensas dificuldades para subir e TETRA ia beijando o pescoço dele e dizia dando risadas:

- Ainda te pego, negão.....

- Para com isso TETRA, respondia Megantrônio, muito bravo!

Como TETRA foi tirado da cadeira de rodas, a sonda de urina que estava amarrada na cadeira se soltou e ele ao chegar no terraço, olhou lângidamente para MEGA e disse no tom mais safado do mundo:

- Amor, a sonda de urina ficou presa na cadeira e você precisa colocar de volta.....e falou bem alto para todos que estavam no terraço escutar.

Imaginem a gozação do resto do pessoal! Teve até um que gritou:

- Pega com todo carinho, MEGA...ha há há há

Megantrônio, super tímido, constrangidíssimo entrou no banheiro com ele e na saída, TETRA disse:

-Não sabia que você tinha tanta habilidade com isso....kkkkkkkk...a gargalhada foi geral!

Quando começou a chover e chover forte, todos se preocuparam em correr com as coisas para dentro, mas MEGA deixou o TETRA tomar uns dez minutos de chuva. Quando foi buscá-lo, TETRA dava risada e dizia:

- Ah negão, ainda apronto uma boa para você, e deu uma lambida na bochecha dele que teve que rir também...

Está provado que o que vale nessa vida é o espírito que a gente tem!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 6 de junho de 2012

AS DUAS MORTES DA VELHINHA



Seu Antônio era um coveiro enorme, a simpatia em pessoa, mas tinha uma certa dificuldade no falar. Quando nasceu seu primeiro filho ele foi ao cartório fazer o registro de seu filho e por sua dificuldade acabou registrando seu filho como Antrônio.

Quando cresceu, Antrônio ficou tão grande, quase dois metros de altura, 130 quilos, e por estas características nós o apelidamos de Megantrônio, que seguiu a profissão do pai e também se tornou coveiro, só que muito preguiçoso.

Ele não era gordo, era grande. Daqueles que a gente chama de armário embutido. Era muito forte e todo proporcional. Quer dizer, quase todo proporcional, se você me entende.

Um dia, morreu Dona Laura, uma velhinha que já tinha se esquecido de quando tinha feito 90 anos. Uma cerimônia simples e Megantrônio desceu o caixão na cova, no final de uma tarde cinzenta.

Como era muito tarde e ele era muito preguiçoso, deixou para cobrir o caixão de terra mais tarde e foi dormir. Como ele morava no cemitério, acordou no meio da madrugada, e só de cuecas foi jogar terra na cova da velhinha. A tampa do caixão estava mal fechada e ele a abriu para trancar bem. Quando ele tirou a tampa, a velha pulou para cima dele. Ela não tinha morrido. Tinha tido um ataque de catalepsia.

Megantrônio tomou um susto tão grande que desmaiou e caiu para trás. A velhinha vendo aquele homem enorme, só de cuecas, não se conteve e resolveu se aproveitar da situação, não perdeu tempo e foi logo tirando a cueca dele.

Foi neste momento que ela descobriu que Megantônio não era tão proporcional quanto parecia. A decepção dela foi imensa ao não encontrar praticamente nada. Colocou os óculos e nada! A velha soltou um grito ensurdecedor que ecoou por todo o cemitério e aí sim, teve um infarto fulminante e despencou para dentro da cova de novo, caindo certinha dentro do caixão.

O berro da velha foi tão grande que despertou nosso herói, que ao se ver pelado se perguntava o que havia acontecido sem entender nada. Vestiu sua cueca e como a velha estava durinha, mortinha dentro do caixão, tratou de fechar a tampa, atarrachando bem os parafusos, jogou toda a terra que podia, socando bem e ainda fez um monte em cima de um metro de terra, por segurança!

A história que ele conta, não tem nada parecido com o ocorrido, mas o fato é que nunca mais Megantrônio andou de cuecas pelo cemitério e seu trabalho passou a ser sempre de dia, com testemunhas. Seguro morreu de velho!!!


Escrito por Helio Faria Junior