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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

AS ANGÚSTIAS DE UM GORDINHO


Todo mundo gosta de brincar com um gordinho, dizer que ele é engraçado, que todo gordo é bem humorado, que são ponto de referência:

-Olha lá que mulher bonita, bem ao lado do gordinho...

-O que ninguém para para pensar, são as angústias que um gordo passa para fazer tarefas que um magro faz sem perceber nenhuma dificuldade.

-Vou listar algumas só para você se dar conta de como tem sido cruel com os lipidicamente favorecidos.

-A primeira coisa que me vem à cabeça é o imenso esforço que eles fazem para carregar seus corpinhos 24 horas por dia. Até para dormir, gordo pesa sobre si mesmo. Você dorme tranquilo enquanto o coitado gordinho sofre e sua.

No banheiro, você acha mesmo que um gordinho ou uma gordinha consegue fazer exercício de contorcionismo para pegar o papel higiênico?  Ou eles tiram o rolo do lugar e colocam no colo, ou cortam o papel e guardam no bolso. E quando eles entram apressados e não há tempo para isso, já pensaram que constrangedor?

Algum de vocês já viram um gordo pondo meias. Dá vontade de gritar “GOL” quando ele consegue porque o esforço e a estratégia são dignas de aplauso.

Gordo só pode comprar roupa nova no dia de usar. Se comprar com antecedência, ou emagrece e a roupa fica parecendo um saco ou engorda e fica parecendo uma pamonha embrulhada. Vocês já viram como é trágico uma gordinha com tomara-que-caia? E um gordinho de gravata. Ninguém pensa neles. Não existe gravata EXTRAGGPLUSX.
Para terminar,  o mais cruel dos momentos é a hora de fazer sexo. Pobres gordinhos e gordinhas. Não podem usar a imaginação para nada sob pena de literalmente liquidar o parceiro ou a parceiro. E se os dois forem gordos? Acho que tiram no cara e coroa quem vai sofrer e quem vai ter prazer.

Eu sabia que você nunca havia pensado nas angústias dos gordinhos. De hoje em diante, pense duas vezes antes de fazer uma brincadeira de mau gosto com eles. VAMOS PROTEJER NOSSOS GORDINHOS, ABAIXO A GORDOFOBIA!!!

Escrito por  Helio Faria Junior

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

MEU HUMILDE PINTINHO



Era uma vez uma galinha caipira que se pôs a chocar 12 ovos. O que ela não sabia e eu também não é que 11 ovos eram de galinhas da raça Índio Gigante e um era de uma garnisé.

Quando nasceram já se podia notar a diferença. Todos eram grandes e apenas um era mirradinho. Mas todos nós sabemos que mãe que é mãe não tem filho feio e protegeu nosso humilde pintinho como se ele também fosse um gigante.

Um belo dia, o dono da fazenda pegou uma gripe muito forte e sua mulher, muito zelosa resolveu fazer-lhe uma canja e quem foi para a panela foi a dedicada mãe dos onze pintões e de nosso humilde pintinho.

Nosso herói cresceu órfão e como não havia ninguém para protegê-lo foi sistematicamente tripudiado por seus irmão e passou a ser saco de pancadas e motivo de chacota todos os dias de sua existência.

Existe aqui no centro-oeste um bicho chamado “TIÚ” que é primo-irmão do gato do mato e por conseqüência, do gato, com uma característica fundamental que é a de comer pintos em fazendas.

Um belo dia, um bando de TIÚS invadiu a fazenda de nosso herói e cada um foi em cima de um pinto Índio Gigante. Quatro desses bichos correram atrás de nosso herói que por ser pequeno, conseguiu correr mais rápido que eles e entrar dentro de um tubo de PVC de 100 milímetros.

No fim do dia, meu humilde pintinho saiu de seu esconderijo protetor e se deu conta que os TIÚS tinham comido todos os seus irmãos e ele era o único sobrevivente.

O fazendeiro quando se deu conta dessa situação, comprou várias galinhas e nosso humilde pintinho que se transformou em um galo, reinou absoluto naquele harém.

A moral da história é que não adianta ser um pinto grande e forte porque sua hora vai chegar. O negócio é estar preparado para todas as situações, senão, você já era!!!


Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A MORTE DE LINDINHA




Meus queridos amigos leitores sabem que hoje minha atividade é a de criação de gado leiteiro e esta semana eu tive o desgosto de ver morrer minha bezerrinha, a LINDINHA, filha da minha vaca holandesa 1028. Vocês podem ver a lindinha no vídeo que postei em meu Facebook    https://www.facebook.com/photo.php?v=693279430684405 e aí todos vão entender porque ela tinha esse nome.

Eu estava no curral, cabisbaixo, triste e pensativo, chateadíssimo com a minha perda sem saber o que fazer com o corpo quando chegou ao curral o peão da fazenda vizinha para pedir uma matraca emprestada:

- Bom dia Doutor Helio!

- Bom dia Zé.

- Porque tanto desconsolo Doutor?

- É que a lindinha morreu, eu não me conformo e não sei o que fazer com o corpo.

Vocês sabem que o ser humano, de uma maneira geral, adora ser portador de notícia trágica principalmente as de morte.

Afundado em minha tristeza, nem vi que o peão saiu às carreiras, voltou para sua fazenda e nem levou a matraca. Encontrou seu patrão e foi logo dando a notícia:

- Patrão, a esposa do Doutor Helio morreu e ele está desorientado sem saber o que fazer com o corpo!

O patrão ligou para o Prefeito da cidade dando a notícia enquanto o peão correu para a cidade e foi para a casa dos pais de minha esposa, a Tica. Chegou lá, já com cara de enterro e disse para todo mundo que estava lá:

- Eu vim dizer que todo mundo está desconsolado com a prematura morte da Tica, mas DEUS há de ter piedade de sua alma!

A casa virou um pandemônio com a mãe desmaiando, o pai dando cabeçada na parede, a irmã se jogando no chão e esperneando e o resto da família em histeria. Até o cachorro foi para baixo do sofá miando em vez de latir. Acho que o coitadinho perdeu a identidade!!!

Todos foram para o hospital e tomaram um sossega-leão para conter a histeria generalizada. O Prefeito me telefonou com aquela voz de político abalado e me convidou para ir à Câmara de vereadores onde haveria uma homenagem para mim e para a Tica.

Telefonei para ela ir para lá pois excepcionalmente, naquele momento ela estava fazendo compras em uma cidade próxima.

Cheguei na Câmara e o auditório estava entupido de gente, cheio de faixas de cor lilás (horríveis, por sinal) estendidas do teto ao chão. Fui passando pelo corredor central em direção ao palco e todos me olhando com cara de piedade, algumas velhas fungando e eu sem entender nada.

Quando cheguei ao palco o Prefeito começou a fazer um discurso melancólico e eu sem entender absolutamente nada. Quando eu percebi que tudo aquilo era um baita engano, Tica apontou no fim do corredor, com um vestido todo branco, sem ninguém perceber.

Tomei o microfone das mãos do Prefeito e disse:

- Está havendo um grande engano que eu preciso desfazer. 

Olhei para o fim do corredor central e disse:

-Tica minha querida, venha cá!

Todos olharam para trás e quando a viram toda de branco no início do corredor, paradinha com sua cara de anjo, entendendo menos que eu, o inferno começou. Foi gente gritando, correndo uns por cima dos outros, algumas mulheres se ajoelharam pedindo a DEUS que tirasse aquela alma dali e deu o que fazer para acalmar a todos e cuidar dos feridos.

Viram bem no que dá criar uma fofoca? Bem, a reação da família quando viu a Tica viva eu conto em outra história!!!


Escrito por Helio Faria Junior