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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NOMENCLATURA DAS UTILIDADES



Tem certos nomes em coisas que a gente usa no dia a dia que são difíceis de entender as razões das nomenclaturas de quem as inventou. Um exemplo clássico é da chama de fogão que costuma vir classificada como BAIXA, MÉDIA e ALTA. Mas para a gente que acende fogão com isqueiro sabe que as classificações de chamas deveriam ser ME ENGANA QUE EU GOSTO, ME ENGANA QUE EU GOSTO PLUS E SAPECA PELINHO. Não tem uma vez que eu acenda um fogão na chama alta que não queime todos os pelos dos dedos e das mãos e acender nas outras duas dá um trabalho enorme. Você também já teve essa experiência?

Outra complicação é do botão do limpador de para-brisas dos carros mais modernos. O do meu carro deve ter umas sete ou oito posições que ainda não consigo perceber a utilidade de cada uma dessas posições,até porque as utilidades mudam de acordo com a velocidade do carro. Então, fico pensando se não era melhor ter três posições que poderíamos chamar de DESLIGADO, CHUVA DE MOLHAR OTÁRIO e TÔ DOIDÃO. Concorda?

O botão interno de temperatura das geladeiras é uma das coisas mais indecifráveis que eu já vi. Alguém pode me descrever a diferença que existe entre as posições 4 e 7 do botão. Não era melhor ter só três posições que poderiam ser chamadas de FRESQUINHO, FRESQUINHO FRESQUINHO e ALASCA. Você não acha que seria mais compatível com a realidade?

Uma das mais ridículas que eu conheço é a do chuveiro elétrico que normalmente vem com três posições chamadas FRIA, VERÃO e INVERNO. Na verdade são nomenclaturas para inglês ver porque na realidade deveriam se chamar de FRIA, FRIA TAMBÉM BOBÃO e PURURUCA ou então GELADO, GELADO COVER e FILIAL DO INFERNO.


Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

TRABALHANDO COM A CANHOTA



Eu não fazia ideia de quão inoperante é o lado esquerdo de meu corpo, até fazer uma cirurgia no ombro direito e ter que ficar com o braço por 42 dias em uma tipoia, totalmente inerte. Eu não podia fazer nada com o braço porque podia danificar a cirurgia e ter que voltar para a mesa de operação.

O suplício começa quando você abre os olhos de manhã e quer se levantar.Parece que você é o HOMEM-BOLA e tem que dar vários impulsos até conseguir sentar na cama. O segundo suplício é escovar os dentes. Se você não consegue me entender, se levante e vá ao banheiro escovar seus dentes e depois seus cabelos com a mão esquerda.

Se isso que escrevi já é difícil, tem coisas que são inimagináveis. Por exemplo ao tirar uma bermuda, abrir e fechar o botão e abrir e fechar o zíper. Dá vontade de invocar o HE-MAN porque a sensação que você tem é que não vai conseguir. Não acredita? Então tente...

Fazer as necessidades básicas então são momentos de agonia em nosso dia a dia. E a gente estufa o peito, com o espírito de “EU NÃO PRECISO DE NINGUÉM” , mas devo confessar que os olhos enchem de água toda vez que sentimos vontade de fazer xixi.

Eu poderia escrever aqui uma enciclopédia com as dificuldades de um destro operar com a canhota. Tudo é difícil, se barbear é difícil, usar o controle da TV é difícil, usar o celular é difícil, comer é difícil e para não ficar mais constrangedor, você tem que pedir que sejam feitas comidas que não necessitem ser cortadas porque senão você vai precisar de alguém para ajudar.

Se você tentou fazer pelo menos algumas das coisas que eu descrevi aqui, deve estar bem ciente da importância de proteger o lado bom de seu corpo, porque o outro é realmente uma tragédia. Se não, tente fazer alguma coisa simples como abrir uma garrafa sem usar sua mão boa.

Se você puser sua imaginação para funcionar, vai descobrir centenas ou milhares de coisas que são extremamente difíceis de se fazer com a canhota.

Espero que você tenha rido e gostado muito deste texto, porque não foi nada fácil ficar no notebook catando milho com a canhota só para fazer um texto para diverti-lo.


Escrito por Helio Faria Junior

terça-feira, 25 de novembro de 2014

É CLARO, É LÓGICO, É OBVIO.

Eu conheço muita gente que diz essas três palavras diariamente e não se dão conta de que quando se reponde a uma pergunta ou quando se coloca essas palavras no meio a uma observação, em regra, estamos cometendo uma baita grosseria com o que está oculto. Vejamos.
Você está conversando com um amigo e pergunta a ele por exemplo:
- Você vai à festa hoje?
Sem querer lhe ofender, inocentemente ele responde:
- Claro!
Na verdade, o que ele respondeu, sem explicitar, foi:
- Claro sua anta. Só um brocoió como você não iria a essa festa...
Ninguém fica zangado porque nem quem falou nem quem ouviu, se deram conta da grosseria, mas se fosse tão claro assim, a pessoa não perguntava, certo?
Outra peça clássica nessa linha é o “é lógico”, “é lógico que sim” e “é lógico que não”  que também carregam uma carga muito grande de grosseria, como neste exemplo:
- Você vai estudar para a prova hoje?
E a resposta é:
- É lógico que sim.
Mas a resposta traz implícito, o resto do pensamento:
- É lógico que sim, a não ser que eu quisesse colar na prova ou crescer puxando carroça que nem você...
Agora, para acabar mesmo é o “é óbvio”. Chega a ser humilhante, ainda mais quando quem fala vira os olhinhos para cima, senão vejamos:
Você vai viajar nas férias?
A observação cruel é:
- É óbvio...
Mas, de verdade, ela quer dizer:
Óbvio, sua besta. O jumento aqui é só você. Trabalho o ano inteiro feito um camelo para que?
Então, meus amigos, entendo que a gente devia ser mais explícito nas respostas ou evitar de usar essas palavrinhas. O que você acha???

Escrito por Helio Faria Junior

sábado, 22 de novembro de 2014

OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA


Cheguei à conclusão que nós, os nascidos na década de 50, somos os heróis da resistência da subsistência da humanidade por termos resistido a tudo e a todos e mesmo com o mundo que nos deram, conseguimos produzir os filhos que comandam o mundo hoje e os netos que breve estarão no comando.

Em nossa época foi o final de “não coma esse pedaço de frango que é do seu pai” e quando nos casamos e começamos a comprar nossos próprios frangos, nossas mulheres diziam que “não era para comer aquele pedaço de frango porque era o pedaço que o Júnior adorava”.

Ou seja, nunca pudemos comer o pedaço de frango que a gente queria e sobrevivemos, comendo fora de casa, sozinho, oito pedaços que mais gostávamos no frango uma vez por ano...

Para dormir, nossas mães cantavam “boi, boi, boi, boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta...” e agente dormia de medo do infeliz do boi chegar e ninguém ficou traumatizado nem com boifobia. Hoje as mães cantam “ um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir... “ e os adolescentes crescem precisando de análises e bons psiquiatras para os acompanharem por décadas.

No Natal, ficávamos encantados com a arrumação da casa com aquela imensa árvore cheia de pisca-pisca, com presentes na base, ao lado de um enorme presépio e ninguém ousava tocar em nada e era nossa mãe que pegava os presentes um a um e os distribuía.

Hoje, quando a meninada vai para uma ceia de Natal e não para uma balada, já chega detonando a mesa de quitutes e abrindo os presentes para poder “vazar” logo e a gente, até com certa melancolia, lembra da poesia da época:

“ HOJE É NATAL, FELIZ O PEDRINHO,
 GANHOU UMA TORTA, METEU O DEDINHO,
QUE FEIO PEDRINHO!
EM VEZ DE UM MENINO PARECE UM PORQUINHO...”

E nem de porquinhos podemos chamar essa turminha porque a lei não permite e pode nos causar grandes complicações...Que ironia...


Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

UM ROLA E RALA COM MINHA TICA


No fim de semana passado estávamos só eu e minha esposa Tica na chácara. Na sexta-feira tomamos um bom vinho à noite, comemos um fondue de queijo e tivemos uma noite dos sonhos. Sei lá a que horas fomos dormir.
Na chácara temos uma piscina de pedras e cinquenta metros abaixo, indo por uma trilha larga feita de cascalho pedregoso, há uma represa onde o pessoal local diz ter uma sucuri muito grande. Apesar de jamais ter sido fotografada ou ter sumido alguma criação das chácaras do entorno, Tica tem pavor da represa porque diz que lá tem uma cobra. Apesar de muito religiosa, acho que ela prefere ver o cão chupando manga do que chegar perto da represa.
No sábado, Tica acordou eufórica e me chamou para dar um mergulho na piscina. Vestiu um biquine minúsculo, eu vesti uma bermuda e saímos correndo em direção à piscina como dois adolescentes.
Chegando lá, ela resolveu dar uma volta correndo na piscina só que ao tentar fazer a primeira curva, escorregou, caiu e saiu rolando pela estradinha de cascalho. Tudo que eu pude fazer foi correr atrás, mas como ela estava muito rápida, só parou quando caiu dentro da represa.
Tive a impressão que ela sequer afundou. Do jeito que ela bateu na água, levantou-se como um gato e com medo da sucuri voltou correndo trilha acima. Tica ralou tudo, da testa à ponta do dedão do pé.
Foi engraçado porque eu ia correndo trilha abaixo para acudi-la e ela veio correndo trilha acima, e instantes antes de cruzar comigo gritou, babando de ódio:
- Se rir eu mato você...
Passou direto e reto por mim e sem pensar pulou dentro da piscina para tirar toda a terra que estava em seu corpo, só não se deu conta que estava toda ralada e na água da piscina havia muitos produtos de limpeza.
Eu parei e comecei a correr atrás dela. Claro que ri muito, mas bem baixo para preservar minha integridade física. Tica tirou a cabeça da água gritando muito porque seu corpo ardia inteiro e eu assustei, achei que ela estava se afogando. Corri na velocidade que pude e sem pestanejar mergulhei em direção a ela, a abracei e a levantei, e ela então gritou:
- Me solta que seu abraço está fazendo arder mais ainda os meus ralados...
Tivemos que ficar a semana toda na chácara para que os ralados de Tica melhorassem. Todas as noites ela dormiu pelada, sentada à mesa da cozinha só com o queixo apoiado e toda besuntada de mertiolate e hipogloss.
Eu, marido dedicado que sou, fiquei todo o tempo a seu lado, tanto de dia quanto à noite quando eu dormia em um edredom, embaixo da mesa e ela apoiava os pés em mim. A única coisa diferente que usei foi uma máscara que os médicos usam nas operações. Para a Tica eu disse que era para não infeccionar as feridas dela, mas na verdade era para que ela não me visse rindo porque toda vez que eu a olhava pelada e toda ralada me lembrava da cena dela rolando morro abaixo em direção à sucuri...
Escrito por Helio Faria Junior

domingo, 21 de setembro de 2014

O QUE SERIA DE MIM SEM MINHA ESPOSA



Esta é uma pergunta que não quer se calar. Evidentemente que sua esposa é completamente diferente da minha. A única coisa que se assemelha nelas é o fato do CPF das duas ter onze dígitos. O resto é completamente diferente, não é mesmo???

Ontem, servimos o almoço e eu percebi que não havíamos posto na mesa o pegador de macarrão. Levantei-me, abri uma gaveta que estava atrás de mim. Minha mão se dirigiu ao interior da gaveta para pegar o tal talher quando uma voz de taquara rachada ecoou no ambiente:

- PAIXÃO, PEGA PELO MENOS O PEGADOR DE MACARRÃO, EU SOU UMA SÓ...

Como em meus ouvidos aquela taquara rachada soou como canto de passarinhos na relva, sempre respiro  fundo, sorrio  com um lado só da boca, espiro com intensidade e penso:

- O que seria de mim sem ela???

Outro fato que também chama a atenção é a postura de copiloto instrutor que minha mulher assume quando eu estou dirigindo.

- VOCÊ ESTÁ RÁPIDO DEMAIS...

- VOCÊ ESTÁ DEVAGAR DEMAIS...

-SAI DO MEIO DA RUA E VEM PARA O CANTO...

-PRECISA ANDAR ASSIM COLADO NO MEIO FIO???

- OLHA A VELHINHA...

- OLHA A CRIANÇA...

- DÁ CONTA DE ESTACIONAR AÍ??? (Onde cabem duas carretas)

E nos radares ela me avisa muito mais que as placas e muito antes delas e com um diferencial fundamental: Cada aviso é dois tons acima do anterior:

- O radar aqui é 40 km/h

- O RADAR AQUI É 40 KM/H...

- O RADAR AQUI É 40 KM/H...

Quando acabo de passar, sempre vem aquela pergunta que me enche de bons sentimentos e vontade de beijá-la:

- Passou a quanto no radar???

Eu fico imaginando como é que antes de conhecer minha esposa eu nunca fui multado sendo que sempre dirigi sozinho e passei por 86.378 radares...

A pergunta que não quer se calar continua:

O QUE SERIA DE MIM SEM MINHA ESPOSA???


Escrito por Helio Faria Junior

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

OS PROBLEMAS DE QUEM EMAGRECE



Este é um assunto que só tem noção quem já, como eu, emagreceu bastante em um espaço de tempo relativamente curto.

O cinto é um deles. Quando a gente tem um peso estável, parece que o cinto é automático. A gente põe o cinto e parece que a lingueta dele tem um rastreador para o buraquinho certo. Não precisa nem olhar. É só puxar e pronto, o cinto está colocado certinho.

Quando você emagrece, o inferno começa porque a lingueta insiste naquele buraquinho que não serve mais. Daí a gente tem que procurar um novo buraquinho, o que é um tormento porque o primeiro anterior ao de costume fica frouxo demais e o segundo, apertado demais.

Daí você tem que tomar uma decisão para acabar com a tortura: Ou emagrece mais um pouquinho ou engorda  um pouquinho ou faz um novo buraco ou compra um cinto novo.

Outro problema é quando você encontra um amigo na rua. Se ele não tem intimidade com você, olha com cara de nojo se não der tempo de mudar de calçada antes. Se tem intimidade, ele olha para você com cara de pena e pergunta:

- Cara, que problema você tem, pode se abrir comigo...

E você é obrigado a ser gentil e dizer:

- Problema nenhum, não tenho doença nenhuma, só resolvi ter um peso adequado e emagreci.

Se ele acreditar, beleza, mas nem sempre isso acontece e aí a fofoca rola solta.

Outro problema é com as cuecas que alargam porque nossas coxas aumentam de volume. Quando a gente emagrece, nossos coquinhos escorregam pelo alargamento e ficam batendo nas pernas.


Só quem é homem é que pode entender a dimensão desta aflição. É indescritível a vontade que dá de enfiar a mão dentro das calças para ajeitar as coisas. Mas não dá para fazer isso em qualquer lugar e não adianta nada porque no terceiro passo que a gente der eles fogem de novo. O negócio é comprar cuecas menores no momento em que você decidir emagrecer . Ação preventiva.

Você que pensava que estar acima do peso era um problema, agora sabe que voltar ao peso ideal são vários problemas!

Escrito por Helio Faria Junior

sábado, 26 de julho de 2014

LEITURA DE SINAIS



No início deste ano precisei viajar e ia ficar dois dias fora. Na véspera de viajar, fomos dormir, eu e minha amada Tica. Comecei a me insinuar, esfregando meu pé nos pés dela e a abraçando pelas costas. Encostei meu corpo quente no dela, mas mais que depressa Tica disparou:

- Hoje não, querido. Estou com um pouquinho de dor de cabeça...

Virei para o lado, entristecido e disse:

- Querida, tenho que acordar às quatro horas da manhã, porque preciso chegar bem cedo em Brasília e daqui lá eu levo duas horas.  Preciso evitar o engarrafamento que sempre tem de manhã cedo. Você levanta comigo para preparar o café da manhã???

Sem pensar Tica respondeu:

- Nem pensar, ponha o despertador com som baixo e só para você. Se levante sem fazer barulho , faça o seu café e boa viagem, me deixe dormir...

Pensei por dois minutos e disse:

- Poxa vida, vou viajar com fome e eu queria comer em casa para não sentir fome na rua.

Tica raciocinou por dez segundos, virou para o meu lado com um chamego nunca antes me oferecido , começou a coçar as minhas costas e me falou:

- Amor, parece que minha dor de cabeça passou e eu queria muito que você me abraçasse...

Bem, virei para o lado dela, abracei com toda a emoção que o momento demandava e acho que não preciso contar detalhes do ocorrido para vocês, porque, a final de contas, para bom entendedor, pingo é letra.

Às três e cinquenta e nove da manhã, Tica me acordou mordendo delicadamente minha nuca e disse:

- Acorda meu DEUS grego, seu café está pronto na mesa e eu também estou prontinha para repetir nossa deliciosa noite...

A vocês meu leitores, eu diria que Tica aprendeu  rápida e convenientemente a leitura de sinais. E você, aprendeu a ler sinais¿¿¿


Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 14 de maio de 2014

CALA A BOCA, MARA


Este texto é uma homenagem à minha querida prima Mara. Ela só emprestou o nome à personagem,  mas todo o conteúdo é pura imaginação minha....Quero dizer, quase tudo!!!

Mara até que era uma moça normal, mas casou-se com o João Batista, aquele do conto OS FORAS DE JOÃO BATISTA e parece que a coisa começou a degringolar. Tudo começou quando ela entrou para a CAIXA e o rapaz que a recebia para admissão, perguntou se ela queria se associar ao órgão de previdência privada da CAIXA, a FUNCEF:

- Você quer entrar para a FUNCEF???

Sem pestanejar e muito séria, Mara respondeu:

- Nem pensar, fiz concurso para a CAIXA, fui aprovada e vou trabalhar na CAIXA...

O rapaz conseguiu conter quase todo o riso que pode.

Em seu casamento, quando o padre perguntou: “ Mara, aceita João Batista como seu legítimo esposo”???

Desligada e sem pensar ela respondeu:

- Se eu não quisesse casar com ele o Senhor acha que eu estaria aqui hoje, domingo de sol e com este vestidão todo branco???

Depois de reanimar todas as tias velhas que desmaiaram e conter as gargalhadas dos convidados, o padre deu sequência à cerimônia.

Um dia, Mara deu banho em seu cachorrinho Tita e resolveu secá-lo no forno de micro-ondas. Para a sorte e azar do cachorrinho ele usava uma coleira de metal. Sorte porque com cinco segundos de ligado a coleira deu três estalos e o forno queimou. Azar porque quando ela abriu a porta do aparelho, viu o bichinho de olhos arregalados, apavorado e disparou:

- Esses aparelhos modernos são umas porcarias. Só fez assustar o bichinho e não secou nada...

Até hoje, toda vez que vai tomar banho o pobre cachorrinho entra em pânico...

Outro dia ela foi à padaria do Seu Manoel e comprou um queijo tipo Gorgonzola. Foi para o carro e abriu o queijo para experimentar e voltou para a padaria irritadíssima e cheia de razão. Entrou no estabelecimento esbravejando com o coitado que estava do outro lado, longe dela:

- Seu Manoel, sua padaria está ficando sem qualidade. Veja esse queijo que o senhor me vendeu, está mofado e com um cheiro muito estranho... Troque por um queijo de Minas e não vou pagar a diferença...

Alguns clientes, por educação ficaram de boca aberta e olhos arregalados mas a maioria caiu na risada.

Ela não se fez de rogada, levantou o nariz e saiu com seu novo queijo na mão, esbravejando:

- Povinho ignorante, quem ri por último, ri melhor....Rá, rá,rá...


Por favor, CALA A BOCA, MARA!!!

Escrito por  Helio Faria Junior

segunda-feira, 24 de março de 2014

EXCESSO DE DESCONFIANÇA DÁ NISSO



Fernando e Luíza são um casal normal que se encontrou, se apaixonou e se uniu. Ela, uma professora dedicada e amada por todos e ele, sem profissão definida comprava e vendia um negócio, semana sim semana também.

O problema de Luíza é que tinha muitas amigas dondocas que a única coisa que sabiam fazer era contar ou inventar traições dos maridos das outras e eventualmente até de seus maridos. Luiza, de tanto ouvir aquele monte de futrica, resolveu contratar um detetive para descobrir alguma pulada de cerca de Fernando.

Com uma semana de trabalho, o detetive colocou um microfone na carteira de Fernando, gravou tudo o que ele falou um dia inteiro e num fim de tarde levou um CD com as gravações para ela ouvir e Luíza ouviu o seguinte:

- Vai Carlinhos, pode por aí porque você é meu cliente antigo...

- Espera aí, gente, um de cada vez...

- O seu, Zé Carlos, não vai dar porque é muito grande e ainda tem muita gente para vir aqui hoje, vai prejudicar meu negócio...

Luíza quase teve uma sapituca, ficou branca, verde, azul e por fim roxa de raiva e chorando em cântaros falou para o detetive:

- Esse infeliz é gay, mas ele vai ver só uma coisa, vou expulsá-lo daqui e ainda vou meter um processo no nariz desse enganador!

Assim que o detetive foi embora, ela preparou um e-mail contando o que havia descoberto e mandou para todos os amigos, conhecidos e familiares dele e dela dizendo no fim que já desconfiava daquilo fazia tempo...

Ah, ela também detonou o cartão de crédito dele, comprando tudo que podia pela internet.

Quando Fernando chegou em casa, encontrou suas malas na sala e atrás delas, Luiza, enfurecida e cuspindo marimbondo aceso e xingando a ele e a todas suas gerações passadas, presentes e futuras:

- Sua bichona descarada, me enganando todos esses anos. Os maridos de minhas amigas traíram a elas com mulheres, mas você, me traindo com homens não dá para suportar...

Uma hora depois, quando Luiza se cansou de esbravejar, Fernando conseguiu dizer sua primeira frase:

- Você está maluca, de onde tirou essa ideia???

- Ah é, eu sou maluca, então me diz o que é isto aqui (e colocou o CD para ele escutar).

Depois de uma sonora gargalhada de perder o fôlego e apontando para aquela megera com ar de um ser superior e mãos na cintura, ele disse:

- Meu bem, eu arrendei um estacionamento e toda essa conversa, sou eu orientando os clientes a estacionar. O Zé Carlos queria estacionar lá o seu caminhão.....kkkkk

Bem, cinco anos se passaram, Fernando conseguiu negociar e pagar seu cartão de crédito, se mudaram para um país no sul da África porque depois do e-mail, nem tentou convencer ninguém de que aquilo era um engano...


Escrito por  Helio Faria Junior

segunda-feira, 10 de março de 2014

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES


No dia 08 de março, dia internacional das mulheres, resolvi postar no FACEBOOK uma homenagem à maior quantidade de mulheres possível e escrevi:

PARABÉNS A TODAS AS MULHERES DE MINHA VIDA, EM ESPECIAL À MINHA TICA QUERIDA!!!

Em seis segundos tocou o telefone e era minha namorada,  a Tica:

- Você devia ter vergonha na cara em dar parabéns para o monte de biscate que você já pegou...
Respondi:

- Querida, eu..... Não adiantou, já tinha desligado o telefone.

Editei a frase e escrevi no lugar a seguinte:

PARABÉNS ÀS MINHAS AVÓS, TIAS, PRIMAS, IRMÃS, MÃE E EM ESPECIAL PARA MINHA TICA QUERIDA!!!

Em cinco segundos tocou o telefone, era a Tica:

- Quer dizer que todas as suas parentes são mais importantes que eu que fico sempre por último...

Respondi:

- Queri... Não adiantou, já tinha desligado o telefone.

Editei Novamente a frase e escrevi:

PARABÉNS À MINHA TICA QUERIDA,  ÀS MINHAS IRMÃS E EM ESPECIAL À MINHA MÃE!!!

Em três segundos o telefone tocou, era a Tica:

- Quer dizer que especial em sua vida é sua mãe e eu não sou nada...

Respondi:

- Que... Não adiantou, já tinha desligado o telefone.

Editei mais uma vez a frase e escrevi:

ESTE ÓRFÃO SEM PARENTES E FILHO ÚNICO PARABENIZA A MINHA QUERIDA TICA, ÚNICA MULHER DE MINHA EXISTÊNCIA

Um segundo depois o telefone tocou.

Não atendi!!!


Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

EU E NIDE, UMA PASSAGEM PELO CÉU



Nide é um amigo que eu tenho da melhor qualidade. Seu coração não cabe dentro do peito. Gordinho, de bem com a vida e loucamente apaixonado por duas coisas: Comida e fazenda.
Certa vez fomos convidados por um fazendeiro mineiro que queria que comprássemos gado dele. 

Nos mandou até um avião particular para nos buscar e lá fomos nós, eu e Nide que estreava andar de avião e como não podia deixar de ser entrou no aparelho na marra e tentou desistir da viagem mil vezes.

Perecia um pressentimento pois o avião caiu no meio do caminho e todos morreram. Eu e Nide, como somos pessoas do bem, fomos direto para o céu. Os demais, não posso falar nada porque não os vi mais.

Nide chegou no céu esbravejando comigo:

- Eu não falei que era perigoso? Veja no que você nos meteu! E agora, quem vai cuidar de nossas vaquinhas. Fomos morrer logo esta semana em que eu ia fazer silo para o nosso gado...
Assim que o anjo nos levou a nossos aposentos, Nide perguntou a ele:

- A que horas é o almoço? Estou varado de fome porque esse doido me fez ir para o aeroporto às cinco da manhã sem tomar café!

Foi um custo para convencê-lo que no céu não havia comida e muito contrariado e sempre me olhando torto, com olhar de acusação, resolveu aceitar o fato, mas a cada cinco minutos resmungava:

- Meu estômago está roncando...

Resolvi cochilar e quando abri os olhos percebi que havia pessoas discutindo. Era Nide e mais uns quatro fazendeiros exigindo de um anjo que colocasse alma nas vacas para que quando elas morressem fossem para o céu e eles cuidariam delas.

Novamente deu muito trabalho para convencê-los que aquilo não era possível. Consegui, com a paciência de Jó que DEUS me deu, arrastá-lo de volta aos nossos aposentos. Contrariado, a cada dois minutos celestes Nide resmungava:

- Você só não gostou porque a idéia foi minha e não sua...Ufa!!!

Nide saiu para passear e não quis que eu fosse com ele de forma nenhuma. Pouco tempo se passou e um anjo veio me buscar dizendo que DEUS queria falar comigo.

Fui meio assustado e chegando lá, ELE me disse:

- Filho, você precisa me ajudar. Nide está organizando uma rebelião com todos aqueles que hoje moram aqui, mas trabalharam em áreas rurais quando estavam na Terra. Ele está transformando isso aqui numa coisa que EU não quero dizer o nome. Eles querem tratores, implementos e sementes para plantar nas nuvens. O que eu faço?

Eu então respondi:

- A única forma de segurar Nide e suas vontades é nos mandando de volta!!!

A princípio DEUS não gostou muito da idéia, mas quando foi até a janela para refletir, viu uma multidão com faixas e cartazes caminhando em nossa direção, liderados por Nide,
O CRIADOR determinou nosso retorno imediato, recomeçando do momento onde eu ia atender o telefonema do fazendeiro mineiro. A ligação caiu e eu deixei o telefone em casa e fui namorar com a Tica no jardim.

Fiquei muito feliz com o ocorrido e não sei porque hoje vivi com a sensação que eu e Nide vamos viver muito mais de cem anos!!!!


Escrito por  Helio Faria Junior