A GAZELA DA SOMBRINHA

Hoje vamos falar de trânsito, especialmente o das grandes cidades que mais parece a filial do inferno do que uma rotina diária, ainda mais com as figuras que a gente encontra para piorar o que já é péssimo.

A primeira figura é “o certinho das ruas” que é aquele cara que põe seta até na garagem dele e nas ruas, xinga todo mundo e enche as orelhas de quem está com ele com comentários do tipo: “olha que cara doido”, “tinha que ser mulher”,  “que sujeito barbeiro”, “não tem seta não, idiota”...

Idiota é ele, que no trânsito, é o Senhor certinho, o belezão, o gostosão, mas na vida, bate nos filhos, maltrata a mulher, é um profissional medíocre, ou seja, um idiota fundamental.

Outro personagem é aquele que já não enxerga bem, já não escuta bem, mas bate no peito e diz que dirige faz mais de sessenta anos. É um Kamikaze, que põe em risco sua integridade e a dos outros, fazendo as maiores barbaridades nas ruas, resmungando o tempo todo.

Outro personagem é o “mudador de faixa”, geralmente de FIAT Mille ou de fusca, que geralmente tem um co-piloto que põe metade do corpo para fora do carro, com o polegar em riste, pedindo para entrar e agradecendo dizendo: “Obrigado, irmão”...

Irmão, o quê!!! Se eu tivesse um irmão, energúmeno deste jeito eu já tinha mudado de país e de sobrenome, para ninguém me achar....

Agora, o pior de todos é “a gazela da sombrinha”. Este é aquele imbecil que para a 50 metros do semáforo, só porque tem uma árvore fazendo sombra, deixando desesperados um monte de carros que vão deixar de cruzar a avenida porque o jumento não quer um solzinho de um minuto, fica ali, parado, ajeitando seu cabelo no espelho...

Acho que devia ter tecnologia para inflar nossos pneus para ficar igual àqueles carros de show americano e uma lei que permitisse que nós, comuns dos mortais, passassem pelo menos por cima de duas gazelas da sombrinha por dia.

Não é para matar ninguém, porque nosso espírito não é esse, é apenas para afundar a capota na cabeça desses malucos.

Se você que está lendo isto se enquadrar em um destes perfis, se toque, jacaré, porque sua lagoa há de secar... 

Escrito por Helio Faria Junior