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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A FARTA CULTURA EM MARIALVA CAROLINA



Quem me acompanha em meus contos, sabe que vivo sozinho e como é muito triste a gente viajar sozinho, resolvi convidar minha amiga Marialva Carolina para fazer um cruzeiro comigo. 

Marialva Carolina é uma pessoa linda, por dentro e por fora, mas o que tem de bonita tem dez vezes mais de metida a inteligente e burra. DEUS me livre, vai ser burra assim no quinto dos infernos....mas a gente até se diverte com isso.

Na primeira noite do cruzeiro, passei no quarto dela para irmos jantar. O restaurante estava lotado até que um Desembargador amigo meu, que estava viajando com seu filho médico, me reconheceu e nos convidou para sentarmos à mesa deles. 
Nos sentamos e o Desembargador me disse que falavam sobre cultura. Marialva Carolina imediatamente disparou:

- Eu adoro cultura, mas nossa juventude não tem mais isso (pensei, lá vem bucha!!!)

- Quer ver, Desembargador, e virando para seu filho perguntou:

- Você que é médico sabe o que é uma PREULA?

O rapaz obviamente respondeu que não, e Marialva Carolina continuou:

- PREULA, meu filho, é a camada que envolve os pulmões.....

O Desembargador disfarçou uma leve engasgada, seu filho engoliu sua vontade de rir e eu dei uma amorosa cotovelada nas costelas dela e comentei, roxo de vergonha:

- Marialva, a camada que envolve os pulmões se chama PLEURA.....ela não se fez de rogada, sem perder a pose disse:

- PREULA, PLEURA é tudo a mesma coisa. A ordem dos tratores não altera o pão duro, mas ele não sabia, né moço???

Resolvi mudar de assunto e perguntei ao filho do Desembargador se ele tinha algum relacionamento sério e antes que ele abrisse a boca, Marialva Carolina abriu sua caixa de ferramentas:

- Eu tive um problema em meu último relacionamento. Quando fui na casa de meu namorado de surpresa, o encontrei no portão de sua casa, atracado com uma sirigaita. Quando ele me viu, ficou parado, ESTÉTICO!!!

Olhei para cima, rezei ao Senhor para segurar minhas mãos e minha língua e tratei de mudar de assunto para que ninguém comentasse nada. Os dois amigos apenas se entreolharam com leves sorrisos. 

Eu só pedia a DEUS que me sublimasse e tratei de mudar de assunto de novo, perguntando ao Desembargador:

- O senhor foi àquele restaurante que eu recomendei.....e antes que ele pudesse respirar, Marialva Carolina abriu o besteirol:

- Me conte Desembargador, eu adoro comida ERÓTICA.

Não me contive e falei com um tom meio áspero:

- Marialva Carolina, comida ERÓTICA é um prato de arroz, feijão, bife e uma calcinha comestível em cima! A comida que você gosta é EXÓTICA

- Nossa, como você está bruto, Helio.....e a noite seguiu nesse ritmo.

Seis meses depois, encontrei Marialva Carolina em uma loja do Shopping, experimentando um vestido de noiva.

Ela então me chamou toda alegre e disse:

- Helio, você quer ser meu padrinho? Vou me casar com o Desembargador! Mulher de Embaixador é embaixatriz, pois eu vou ser mulher de Desembargador, vou ser uma DESEMBARGATRIZ!!!

Jesus acenda a luz!!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

UM POLÍGONO AMOROSO



Belo é um cara íntegro, bom filho, bom amigo, bom caráter. Fernanda, uma linda médica bem sucedida. Sonja, uma boa moça que nunca deu bola para Belo, apesar da insistência dele por toda a vida. Fuleco, namorado da Sonja, bem o nome já diz, um fuleco mesmo, torcedor do Corinthians, usa boné com aba para trás, bermudão, chinelão e o maior divertimento é ir para a casa dela nos domingos, entrar gritando TIMÂÂÂO, deitar no sofá e meter a unha do dedão na almofada.

Todas as vezes que Belo começa um namorico, Sonja joga todo seu charme para cima dele, ele se encanta, termina com a menina e Sonja desaparece logo em seguida, deixando o rapaz a ver navios.

Um belo dia, Belo se encheu de coragem para se declarar definitivamente, se perfumou, se arrumou todo e marcou com ela um encontro num bar. Sonja acabou chegando mais cedo, para seu azar. Ela encontrou Fernanda, sua médica cardiologista, se sentaram à mesma mesa e começaram a conversar. Em seguida Belo chegou e não sabia se olhava para Sonja ou para Fernanda. A conversa rolou agradável e Belo foi ficando encantado com Fernanda. Sonja começou a ficar contrariada até que Fuleco, meio que do nada, chegou já gritando para o garçom que estava do outro lado do bar:

- Ô Zé, desce um chopps e uma calabreza no capricho.

Agarrou Sonja por trás dando uma gravata e tacou-lhe um beijão daqueles de arrancar as amídalas. Belo e Fernanda se olharam e saíram de fininho. Quando Sonja conseguiu respirar e abriu os olhos, viu que os dois tinham ido embora. Ficou muito brava, deu um esculacho no porcaria do Fuleco, terminou o namoro ali mesmo e foi para casa chorar no travesseiro. Ela sentiu que tinha perdido o único homem que a amava de verdade e ela o desprezara.

Bem, a última notícia que tive é que Belo e Fernanda estão na ilha de Creta, em lua de mel, felizes. Foram feitos um para o outro e estão transbordando felicidade. Fuleco foi para Santa Catarina cair na esbórnia que era o que sempre fazia quando brigava com Sonja.

Sonja passou muito tempo molhando o travesseiro. Não se conformava em ter perdido Belo, escorregando por entre os dedos e acabou arrumando outro Fuleco, torcedor do Palmeiras que usa boné com aba para trás, bermudão, chinelão e o maior divertimento é ir para a casa dela nos domingos, entrar gritando POOOOOOORCO, deitar no sofá e meter a unha do dedão na almofada.

Fazer o quê??? Vai gostar de Fuleco assim lá na Conchinchina!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MINHA TURQUINHA FOI AO PROGRAMA DO JÔ



Até eu me casar pela primeira vez, eu não sabia o que era entrar no cheque especial. Vida controlada na ponta do lápis. Daí, veio o primeiro casamento, os filhos, a separação, o segundo casamento, os filhos, a separação e hoje, diferentemente de antigamente, não sei o que é sair do cheque especial. Outro dia me chamaram de Rua do Catete, em cada esquina uma pensão! A vida financeira virou de cabeça para baixo.
 
Mas é muito triste um homem ficar sozinho em casa olhando para as paredes e eu queria me casar de novo, mas as duas experiências anteriores me davam arrepios quando uma mulher se aproximava de mim. Pensei bem como resolver isso e decidi: Vou me casar com uma turca!!!
 
Daí para frente, eu nem perguntava mais o nome das moças, perguntava logo o sobrenome (de solteira, se fosse separada) e se não tivesse origem para aquelas bandas eu saia de fininho e não dava nem tchau!
 
Finalmente, encontrei minha amada turquinha e começamos a namorar. Meu livro (Eu, Faria!) fez o maior sucesso na Bienal do Livro e o sucesso foi tanto que fomos convidados para ir ao programa do Jô Soares.
 
Quando chegou o convite, minha turquinha deu um pulo de dois metros de altura e disse:
 
- NEM BENSAR! DEM AVION, DEM DAXI, DEM HOTEL. E nós controlamos nossa bida vinanceira dentro de nosso fluxo. SAIU DE FLUXO, DÃO BODE!!!
 
Até quando eu ia comprar uma bala, ela não deixava eu por a mão do bolso, sempre com a mesma desculpa: - Izzo non ta no fluxo!!!
 
Quando eu expliquei que o Jô ia pagar tudo, incluindo os taxis, minha turquinha abriu o maior sorriso que já vi em seu rosto e disse: - Azim, bode!!!
 
Bem, fomos para a entrevista e a minha turquinha estava muito feliz. Foram nos buscar no aeroporto, nos deixaram no hotel, foram nos buscar no hotel e nos levaram para a GLOBO. Tudo dentro do fluxo, não tínhamos gastado nem um Real!
 
Chegando lá, a entrevista foi ótima, conversamos sobre um monte de coisas, sobre vários contos, demos muitas risadas e no fim do programa o Jô me pergunteou se eu estava sozinho e eu respondi que estava com a minha turquinha e contei para ele a história do fluxo.
 
Daí, como ele sabia que questões financeira eram com ela, Jô lembrou que eu iria fazer uma noite de autógrafos ali mesmo, no auditório da GLOBO e que o livro custaria R$ 25,00 e resolveu provocá-la perguntando:
 
- Turquinha, você podia fazer um desconto para as pessoas que vieram assistir o PROGRAMA DO JÔ ao vivo! Por quanto você vai vender o livro aqui???
 
Ela nem pestanejou e disse:
 
- Vaz bor R$ 24,99 senão bai sair do fluxo, daí, não bode!!!
 
Escrito por  Helio Faria Junior

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

UM AMOR QUASE ETERNO


Severino, paraibano, e Gracielle, maranhense, foram para São Paulo tentar a sorte e por lá se conheceram. Pela pureza e timidez dos dois, gastaram mais de um ano flertando para então começar a viver um lindo caso de amor. Viviam um para o outro e o outro para o um.
A maior diversão extravagante de Severino era pitar um cigarrinho de palha, que Gracielle não gostava, mas também não reclamava. Aliás, ela não reclamava de nada. Sua grande alegria era de estar com ele, do jeito que fosse.
Um belo dia, foram convidados para ir em uma balada na casa de um amigo do amigo. Severino, passou leite de rosas no sovaco  pegou uns dez pacotinhos de lenço umedecido, igual ao que davam em avião quando distribuíam jornal, esfregou pelo corpo, colocou sua roupinha de missa e lá foi ele buscar Gracielle se sentindo o cara mais lindo e cheiroso do mundo.
Quando chegou na casa dela, estava prontinha com laço vermelho na cabeça, vestido rendado e uma suave maquiagem que a patroa tinha feito. Estava linda, parecia uma princesa.....e lá foram os dois para a balada, à pé, claro!
Chegando lá, os dois ficaram em pé em um canto, amuados, afinal não conheciam ninguém, até que Severino viu uns rapazes no jardim preparando um cigarrinho que ele pensou se tratar de cigarro de palha.
Chegou junto, se encheu de coragem e falou:
- Oi amigos, eu também gostaria de fumar um cigarro de palha, mas não trouxe meu fumo de rolo. Será que vocês poderiam fazer um para mim....
Os rapazes se entreolharam com um sorriso no canto da boca de cada um e o mais atiradinho, perguntou:
- Você prefere o cigarro mais grosso ou bem fininho, e Severino respondeu: - Grosso, eu sou é homem!
Para quê, meu DEUS, para quê???
Prepararam um cigarro enorme e grosso com aquela erva do capeta e quanto mais Severino fumava, mais solto ele ficava. Começaram então a socar bebida no coitado. Era pinga, vodka, tequila, e tudo mais que tinham, até que Severino endoidou de vez. Começou a tocar “mexe a cadeira” e ele subiu em uma mesa, arrancou a camisa e começou a rebolar. Dançou de tudo, dancinha da garrafa, funk, punk, new wave, rock e tudo que pintou e Gracielle estarrecida em seu canto, não conseguia entender nada de tão apavorada que estava.
Quando ele tentou tirar as calças, Gracielle não se conteve e soltou um berro estridente: - Paaaaaaaaaaaaaaaara!!!
Bem, a festa parou. Gracielle conseguiu levá-lo para casa, onde já caiu na cama desmaiado. Voltando para sua casa aos soluços, viveu a maior decepção de sua vida.
O fim desta história é que Gracielle retornou para sua cidade natal, Grajaú, se casou com o vigário que largou a batina e nos últimos dez anos, tiveram onze filhos. Vai gostar de filho assim lá longe.....
Severino se desgostou de nunca mais sequer ter tido notícias de Gracielle, passou a animar festas dançando nas mesas, depois foi dançar em uma boate gay e hoje é a mais conhecida Drag Queen de São Paulo, a Marilhona, que se você oferecer um cigarro para ela, ela responde:
- Vixe Maria, nem por decreto do Papa!!!

Escrito por Helio Faria Junior

domingo, 16 de dezembro de 2012

A GOSTOSONA DO ESCRITÓRIO


Todo escritório que se preze tem uma gostosona que todo mundo baba por ela. No nosso também tem e ela se chama Luciene. Ela é realmente um pedaço de mal caminho, um mulherão cheio de curvas e se acha a última bolacha do pacote.
Eu diria para vocês que ela está dentro do pacote, mas a última bolacha é um pouco de exagero. E a danada gosta de provocar a turma, indo com umas saias justas e curtas deixando à mostra seu belo par de pernas. Nossa, que pernas!!!E o resto,....cruzes!!!
Pelo menos uma vez por semana ela vai com uma blusa tomara-que-caia que, do porteiro ao gerente do escritório, todos torcem para que realmente caia para a gente ver aquele par de turbinas ao  vivo.
Ela de vez em quando vai com uma blusinha verde, com decote na frente e atrás, que é de largar a família. O pessoal já fez até um abaixo-assinado pedindo que ela use esta blusa mais vezes, mas até agora não tiveram coragem de entregar.
Outro dia, as invejosas do escritório resolveram pregar uma peça na Luciene e colocaram em cima da porta da sala dela, um enorme balde de plástico, cheio até a tampa de purpurina, para que ela tomasse um banho desse produto e comentavam umas com as outras cochichando:
- Quer brilhar aqui??? Pois hoje você vai brilhar, mocréia!!!
Só que em vez de Luciene, quem entrou na sala apressado foi o Doutor Homero, abraçado com um prefeito. Só deu tempo de uma das invejosas que estava à espreita gritar: Dr Homero, não......e não adiantou nada, o banho de purpurina foi inevitável nos dois.
Bem, vocês podem imaginar o tamanho da confusão. Houve uma maciça demissão de feiosas que antes de irem para o olho da rua, tiveram que ir à cada do Dr Homero explicar para sua mulher o ocorrido, antes que ela desse uma surra de toalha molhada nele.
Bem, o prefeito, cancelou todos os seus compromissos e ficou em Goiânia uma semana, tomando cinco banhos por dia, até que sumisse o último vestígio de purpurina em seu corpo. Como não tivemos nenhuma notícia de assassinato ou surra em prefeito do interior de Goiás nos últimos dias, imagino que esteja tudo bem em casa.
Escrito por Helio Faria Junior

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PIRIGUETES, PIRINOVAS E PIRIVELHAS




No último sábado, eu tive a infeliz idéia de ir almoçar, sozinho, em um Shopping Center de Goiânia, onde cheguei a conclusão que devia ter uma placa na porta dizendo: VEDADA A ENTRADA DE PESSOAS SOZINHAS PARA ALMOÇAR.

É humanamente impossível. Ou você fica de butuca ligada para ver alguém que está acabando de almoçar para quase sentar no colo dela quando sair, ou você entra na fila para fazer seu prato e depois fica duas horas perambulando entre as mesas, com a bandeja na mão, vendo sua cheirosa comida gelar. Optei por comer um sanduba, em pé e saí de lá me xingando. Desculpe, tá, mãe!!!

Na saída da praça de alimentação foi que consegui identificar três estilos de mulher. As PIRIGUETES, conhecidas de todos como aquelas moças que pensam que se não mostrarem quase tudo que tem, não farão sucesso e que o importante é a quantidade de homens que se pega em uma festa, desprezando totalmente o critério de qualidade.
O segundo estilo é o das PIRINOVAS, que são aquelas moças que antigamente eram chamadas “de família” (como se PIRIGUETE não tivesse família), muitas vezes até com carrinho de bebê e marido do lado, vestidas no estilão PIRIGUETE, com roupas de melhor qualidade, mas mesmo assim, quase mostrando as bochechas da bunda.
Às vezes me pego a pensar se sou eu que estou ficando velho ou se o mundo está virando de cabeça para baixo mesmo. Tem gente demais confundindo o sensual com o vulgar....mas deixemos meus pensamentos para lá!
O terceiro estilo é de chorar. São as PIRIVELHAS, que são senhoras de meia idade (para ser gentil, mas no popular são as coroas que se esquecem que devemos mostrar, com bom senso, o belo e não o show de horrores...) como uma que eu vi e que passo a descrever.
Um imenso salto alto que com ele, ela devia medir um metro e cinqüenta e oito centímetros e meio, short de oncinha curtinho com aberturas laterais combinando com os sapatos, chapéu, imensos óculos escuros quadrados, lencinho vermelho no pescoço, costas peladas  e um decote deixando à vista duas turbinas de silicone de 450 ml cada uma.....
Deu até medo, fiquei imaginando o que essa Dona tinha na cabeça, se é que tinha alguma coisa, mas cada um é cada um e usa o que quer,  só que  eu também tenho o direito de gostar ou detestar! Fico pensando porque as moças de outros estilos não foram ao Shopping no sábado!!!
Como??? Minha descrição combinou com a Senhora??? A Senhora foi ao Shopping sábado??? Foi de short e sapatos de oncinha??? Desculpe então, foi mal, mas compreenda que isso aqui é apenas humor!!!
Escrito por Helio Faria Junior

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

OS PERNILONGOS DE BRASÍLIA


Gente, eu tenho duas doces irmãs. A mais velha, mora em Belo Horizonte e a menos velha mora em Brasília e no fim de semana passada eu fui visitar a de Brasília, onde por muito pouco não fui devorado pela nuvem de pernilongos que cobria a cidade.

Para começar, quando entrei de carro na casa da minha irmã, estavam ela, meu cunhado, meu sobrinho, minha sobrinha, o caseiro e até o cachorro  de capuz, luvas, calça comprida,  blusa de manga comprida e um vidro de repelente em cada mão de cada um deles.

Eu fui literalmente arrancado por eles do carro, me enfiaram um capuz e todos começaram a borrifar repelente da minha cabeça aos meus pés enquanto me conduziam para a cozinha onde queimavam 39 incensos fedidos.

O único lugar da casa onde não havia pernilongos era na cozinha, por causa do insuportável fedor dos incensos e da densa fumaça. Ali ficamos por umas duas horas conversando e bebendo umas geladas. Ufa, pelo menos isso.

O problema foi que na quarta cerveja deu vontade em mim e no meu cunhado de fazer xixi e nós não tínhamos coragem de ir ao banheiro por o “bicho” para fora, porque senão os pernilongos iam nos capar a picadas.

O que fazer? Minha irmã, bebendo e rindo não suportou  muito tempo e fez nas calças e resolveu assim seu problema. Eu e meu cunhado, desesperados, já com as pernas tortas e os joelhos juntos, pensávamos o que fazer naquela situação constrangedora.

Até que eu, o criativo da turminha, tive uma brilhante idéia. Peguei um saco plástico de supermercado, fui para um canto da cozinha e me aliviei. Eu só olhava para cima, rindo aliviado e suando frio. Meu cunhado me  imitou.

Como não tínhamos coragem de sair para esvaziar os sacos, deixamos os dois bem amarrados em um cantinho. Felizes com a solução de nosso problemas, entramos pela madrugada bebendo nossas cervejinhas.

Quem não entendeu nada foi a empregada quando chegou no dia seguinte cedinho e encontrou dezoito saquinhos de xixi no chão da cozinha!!!

Escrito por Helio Faria Junior

domingo, 18 de novembro de 2012

TIA MIRTES E A MANGUEIRA DO TIÃO





Tia Mirtes é uma velhinha, bem velhinha, viúva e com todos os filhos casados. Mora sozinha em uma casa enorme e sempre que precisa fazer alguma coisa que demande força, ela chama dois rapazes, o Alcides e o Tião para ajudá-la.

Outro dia ela precisava regar os jardins, um que fica na parte de cima da casa e outro, muito grande que fica nos fundos. Como Tia Mirtes é meio estabanada, muitas vezes fala umas coisas estapafúrdias que nem sempre são bem interpretadas.

Ontem, quando os rapazes chegaram ela disse: - Gosto de vocês porque são pau para toda obra!

Tião olhou para Alcides e disse: - Essa velha está mal intencionada!!!
Continuando os foras, ela virou para o Alcides e disse: - Alcides, como sua mangueira é fininha, vamos usá-la em cima e a mangueira do Tião como é mais grossa  e dura, a gente usa atrás.

Tia Mirtes foi para dentro da casa e enquanto pensava nas bobagens  que havia dito, escutava as risadas dos rapazes do lado de fora.
Os rapazes fizeram o trabalho e na hora de ir embora, Tião resolveu tirar um sarro na velha e disse: - Dona Mirtes, a senhora quer que eu deixe minha mangueira aqui para a senhora usar no fim de semana???

Tia Mirtes, que é meio doidinha mas não é burra, percebeu a malícia do Tião e disparou:

Não tem necessidade, Tião. Pegue sua mangueira, dobre bem dobradinha e enfie na traseira,....cof,cof, cof(deu uma tossidinha), do seu carro!!
Alcides engasgou com o pão que estava comendo e teve que levar uns tabefes nas costas para desengasgar e Tião, morto de vergonha, teve que botar a viola no saco e ir embora, quietinho, sem dar uma única palavra!!! 

Não sabe brincar, não desce para o Play!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A PRIMEIRA APÓS MUITO TEMPO





Quem me acompanha em meus contos sabe que fui passar o último fim de semana em Cuiabá e quem conhece o povo de lá sabe que o negócio deles, com o calorão terrível que tem lá, é cerveja gelada e churrasco.

O problema é que não tem limite. Eu estava meio desacostumado a tanta cerveja e tanta comida que acabei por ter uma baita dor de barriga no sábado. Fiquei tanto tempo no trono que pensei que eu já era o rei de Cuiabá, e um rei tão assado que no domingo, não bebi nada e fiquei com pavor de comer, afinal, tinha uma viagem de ônibus de 15 horas de volta para Goiânia. Pensem que situação dramática.


Mas minha técnica funcionou, não comi quase nada no domingo todo nem na viagem, só tomei um pouco de coca. Desta vez, não tinha gordinho nenhum roncando do meu lado e pude dar longas e boas cochiladas, interrompidas por uma tagarela que falou com a amiga de Cuiabá a Goiânia. Como elas tinham certa idade, tenho a impressão que eram meio surdas...


Chegando a Goiânia, fui direto para o meu Flat, entrei correndo, tranquei a porta com uma volta na chave, porque não deu tempo de dar a segunda volta. Fui jogando as malas pelo chão e corri direto para o meu troninho adorado.

Gente, vocês não imaginam com que alegria e rapidez a coisa se sucedeu. Apesar de um pânico contido, a coisa foi maravilhosa e eu fiquei mais alegre que cachorrinho voltando do banho no PETSHOP.

Sai com um sorriso enigmático do banheiro e pensei:

- A primeira após muito tempo, a gente nunca esquece....

Escrito por Helio Faria Junior

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O PRIMO MARIANO RESOLVEU SE CASAR





O primo Mariano é uma figura ímpar. Quem já leu as histórias que escrevi sobre ele, sabe que é uma peça rara, uma figurinha de três carimbos que na época dos álbuns eram dificílimas de serem encontradas.

Semana passada ele reuniu seus melhores amigos em sua casa e abaladíssimo, nos disse que havia feito um exame de sangue e que o resultado era uma tragédia e que ele tinha poucos dias de vida.

Pediu que todos nós amparássemos a Mariana, sua esposa e que nesses últimos dias de sua curta passagem pela terra, ele se dedicaria a realizar todos os desejos dela que nunca houvera realizado antes, um deles o de se casar.

Ele tem uma terrível alergia a pelos de gatos, mas como Mariana adora esses bichanos, nos disse que havia comprado seis gatas. Três angorás e três siamesas. 

Como ela tinha um sonho de morar em uma casa, vendeu seu belo apartamento e comprou uma casa bem grande, do jeito que Mariana gosta, em um condomínio fechado. Trocou o carro dela por um conversível, outro sonho dourado dela e fez mais um monte de coisas, mas não nos disse o que ele tinha de fato.

Como eu sou o mais amigo dentre os amigos de Mariano, o peguei em um canto e perguntei, afinal de contas o que ele tinha. Ele disse que iria me dizer, mas eu deveria guardar segredo:

- Tenho tumores generalizados pelo corpo, sou diabético, o colesterol está altíssimo, tenho pancreatite, gordura no fígado, pneumonia dupla, pólipos uterinos e estava grávido.

Imediatamente eu disse: - Mariano, tem alguma coisa errada neste exame, homens não tem útero nem ficam grávidos!!

Uma luz de esperança iluminou seu rosto. Refizemos os exames em outro laboratório e verificamos que Mariano não tem nada e que o novato laboratorista do primeiro laboratório havia esquecido de limpar o tubo de ensaio após cada exame e ali estavam acumulados os resultados dos dez últimos exames.

Bem, o problema da doença está resolvido, de tão alegre, fiquei com os olhos rasos de água, mas a encrenca agora é que Mariana não quer voltar para a vida anterior de jeito nenhum e todo dia o pau quebra na casa deles, especialmente porque as gatinhas que ele deu de presente para Mariana deram a luz simultaneamente e agora, com trinta e seis gatos dento de casa, Mariano espirra 24 horas por dia.

Escrito por Helio Faria Junior

sábado, 10 de novembro de 2012

VIAGEM DE ÔNIBUS, UMA VISÃO DO INFERNO





Por compromissos de última hora em Cuiabá, resolvi viajar para lá de última hora de ônibus porque a passagem de avião estava exorbitante. Minha saga começou quando resolvi tirar uns minutos para ir à rodoviária comprar a passagem e lá enfrentei uma enorme fila com reclamações de toda ordem a cada cliente.

Finalmente embarquei com cinco minutos de atraso e ao meu lado, ao invés de sentar um belo espécime do sexo feminino, sentou um gordinho, puxador de conversa, que com dez minutos do ônibus andando, ainda dentro de Goiânia, começou a roncar. Logo pensei: - Essa viagem vai ser uma droga!

Não deu outra, o gordinho roncou e assobiou até a chegada a Primavera do Leste, depois de 12 horas de viagem, até que um companheiro dele o acordou para conversar e finalmente eu pude cochilar um pouco.

Chegando em Primavera desci para fazer xixi e quando retornei um menino me disse: - O motorista até seu nome gritou e o ônibus já está ali indo embora. Saí correndo atrás dele por três quarteirões, até que desisti e parei em uma lanchonete.

Lá estavam todas as minhas primas de sobrenome Thomé, do Rio de Janeiro, em uma festa com duas duplas sertanejas. Logo pensei: - O que minha família estaria fazendo às seis da manhã em uma lanchonete em Primavera do Leste/MT, com duplas sertanejas???

Escutei um longo ronco, enquanto chorava e abri os olhos. Eu havia dormido e estava tendo um grande pesadelo Eu estava dentro do ônibus à caminho de Cuiabá.

Quando chegamos, o motorista falou: - Ponto final e todos gritaram: ÊÊÊÊÊ...e começaram a bater palmas. Todos desceram se acotovelando  e se amontoaram perto do porta malas. Fiquei à distância assistindo aquela cena e fui o último a pegar a minha mala. Foi uma visão do inferno....

Agora, pergunto a vocês, meus queridos leitores: Quando será a próxima vez que eu vou viajar de ônibus???

Esta é uma peça de ficção, onde quase tudo é verdade, até o sonho, mas a viagem não foi tão ruim assim....rsrsrs

Escrito por Helio Faria Junior