Total de visualizações de página

terça-feira, 14 de abril de 2015

UTILIDADE ESPECÍFICA DO CHATO



Luiz Alfredo é um cara muito chato, muito cri cri mesmo, que  implica com tudo e leva tudo ao pé da letra.

Ele foi a um desses órgãos onde as pessoas se inscrevem para conseguir emprego, aguardou pacientemente com sua senha na mão e quando foi chamado no guichê 31 se dirigiu até lá e ficou em pé, atrás da cadeira.

- O senhor pode se sentar, disse o atendente;

- O SENHOR pode tudo, respondeu o irritante Luiz Alfredo.

- Nome, por favor, perguntou o atendente.

- Luiz Alfredo

- Eu preciso de seu nome completo...

- Então porque não perguntou meu nome completo? Meu nome completo é Luiz Alfredo Pires e Souza.

O atendente foi se irritando a cada pergunta. No fim perguntou:

- Qual é o seu celular?

E Luiz Alfredo respondeu:

- SAMSUNG

- Cidadão, eu quero saber o Nº de seu celular.

Luiz Alfredo respondeu:

- Mas não foi isso que você perguntou. O Nº do meu celular é ZAP 7856744331HT34123ZX

- EU NÃO QUERO SABER O Nº DE SÉRIE DO SEU APARELHO CRIATURA DE DEUS, EU QUERO SABER O Nº DA LINHA DE SEU TELEFONE CELULAR, berrou o atendente.

- Porque não perguntou então¿ Respondeu Luiz Alfredo.

Bem,  passado um ano, verificaram que Luiz Alfredo foi chamado 48 vezes, todas para trabalhar como acompanhante de sogras de clientes e todos os empregos duraram exatos quatro dias. 

Foram então verificar o que havia sido escrito como aptidão em sua ficha de inscrição e encontraram o seguinte:


APTO PARA: MATAR OS OUTROS DE RAIVA!!!

Escrito por Helio Faria Junior

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

UM REVEILLON INESQUECÍVEL



Resolvemos, eu e Tica, minha esposa, passar este réveillon na chácara do nosso amigo Antônio que fica perto da nossa e é muito agradável. A casa fica no alto, cercada de grama por todos os lados.

Como chegamos tarde, não havia mais lugar para estacionar o carro perto da casa e tivemos que parar em baixo, onde começa o gramado. Eu e Tica estávamos de branco integral. Tudo em nós era branco.

Chovia naquele momento e eu tinha que levar um bolo grande e Tica uma bandeja com taças de cristal para o brinde da meia-noite. Na bandeja havia quatro dúzias de taças. Comecei a correr gramado acima na direção de Antônio que me aguardava na parte mais alta.

Foi aí que a encrenca começou. Eu escorreguei e a bandeja com o bolo caiu intacta no chão. Como vocês sabem da minha astúcia e elasticidade, rápido como um gato, caí de quatro sobre o bolo sem tocá-lo, sem sujar a roupa e ouvindo apenas os gritos agudos de desespero de Tica que vinha logo atrás com as mãos ocupadas na bandeja de taças sem poder fazer nada.

Antônio, com seu espírito humanitário correu então em minha direção e também escorregou, gramado abaixo. E também ágil como um gato, se virou e caiu de barriga para baixo e veio deslizando de perna aberta em minha direção.

Ocorre que esse meu amigo tem quase dois metros de altura e pesa aproximadamente cento e cinquenta e nove quilos e meio. Quando ouvi o barulho daquele corpo se esborrachando sobre a grama, levantei a cabeça e vi aquela orca assassina deslizando velozmente em minha direção de pernas abertas.

Só tive tempo de fechar os olhos, baixar a cabeça e prender a respiração ante de ser atropelado como uma massa de pastel. Na sequência imediata, ouvi o berro da Tica sendo jogada para o alto e o barulho de Antônio batendo em meu carro, ficando com as pernas presas embaixo dele.

O SAMU, após desengatar Antônio debaixo de meu carro, nos levou para um Pronto Socorro. Eu tive escoriações múltiplas causadas por esmagamento, Tica quebrou ou dois tornozelos causados por impacto, além de algumas dezenas de pequenos cortes e Antonio quebrou as duas pernas.

Meia noite em ponto, estávamos os três na enfermaria, remendados e costurados, brindando a chegada de um novo ano com um delicioso soro fisiológico. Um réveillon decididamente inesquecível...


Escrito por Helio Faria Junior