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sábado, 25 de maio de 2013

EURECA



Eu já contei para vocês as raivas que já passei todas as vezes que vou pegar um voo e tenho que passar no Raio X. Isso me levou a refletir por que essas máquinas estão cada vez piores e não conseguem diferenciar um sapato de um revólver.
Cheguei à brilhante conclusão que só vão para frente rapidamente as máquinas que geram receitas e a infeliz máquina de Raio X só dá lucro ao fabricante, mas quem compra, só tem gasto. Como ninguém reclama, continuam fabricando as mesmas porcarias e nós continuamos cada vez mais nos irritando com as situações ridículas que temos que passar.
Então pensei em uma brilhante solução: fazer esta máquina dar lucro tornando-a um híbrido com uma espécie de forno de micro-ondas. Quando a gente passasse por ela, nossas gordurinhas localizadas seriam afetadas e alteradas e por suas novas propriedades lipodinâmicas elas se autodestruiriam quando a velocidade do corpo atingisse 400 km/h. Isto queimaria 500 gramas de gordura. Ou seja, não adiantaria instalar essas máquinas em autódromos de Fórmula 1, só funcionaria mesmo em aviões.
Antes que você fique imaginando que iria passar varias vezes pela máquina a cada viagem, informo que ela não teria efeito cumulativo e o procedimento somente poderia ser repetido, para causar efeito no organismo, 24 horas depois de você passar na máquina pela primeira vez. Outro detalhe importante é que o uso da função micro-ondas seria opcional.
Esta nova máquina seria utilizada como alternativa e teríamos que pagar R$ 5,00 para que pudéssemos utilizá-laEla seria altamente eficiente na detecção de metais e você  não precisaria tirar relógio, moedas, chaveiros, celulares.  Ou seja,  iriam acabar os constrangimentos de ter que ficar quase nu para passar pela máquina. Aí quem não quiser pagar que passe pela máquina antiga e arranque até as calças se ela apitar.
Olhem só as vantagens. Todas as mulheres e cheinhos iriam  querer viajar mais, ou seja, mais empregos e mais lucros para as empresas aéreas. O setor de hotelaria também iria lucrar muito porque ninguém mais iria querer voltar no  mesmo dia. As pessoas gordas iriam emagrecer,  teríamos menos peso nas aeronaves e todo mundo poderia  comer sem culpa porque qualquer problema de excesso de peso, seria só fazer umas viagenzinhas.
Agora é só investir na pesquisa para melhoria da tecnologia e aumentar os lucros. Ah, não se esqueçam de colocar nas planilhas de custos os meus royalties!
Escrito por  Helio Faria Junior



terça-feira, 21 de maio de 2013

QUE VELHINHA MAIS SIMPÁTICA



 
Cá estou eu mais uma vez tomando um chá de aeroporto em Natal/RN e sem ter o que fazer, busco inspiração para escrever mais um conto de humor e eis que se senta ao meu lado uma senhora de mais ou menos noventa anos. Bem mais para mais do que para menos.

Peguei meu notebook e comecei a escrever e ela não deixou passar um minuto e já puxou assunto:

- O senhor é escritor???

- Sou sim, respondi.

Ela me olhou de cima em baixo por uns três minutos e com cara de total descrença perguntou:

- Quantos livros o senhor escreveu???

- Somente um que se chama EU, FARIA!!!, respondi.

- E o senhor acha mesmo que uma pessoa que escreve só um livro pode se considerar um escritor???

Olhando para ela, na tentativa de responder com serenidade e pensando quantos meses eu levei para elaborar na minha mente que eu era um escritor, respondi suavemente:

- Há pessoas que nunca escreveram um só livro sequer e são escritores. Eu vou lhe dar um exemplar de meu livro.

Tirei um livro de minha pasta, peguei uma caneta para autografar e a senhora resmungou:

- Não rabisque meu livro não! E tomando o livro da minha mão, o enfiou dentro de sua bolsa dizendo: - Depois eu leio isso....

Isso??? Levei toda uma vida para escrever um livro e ela o chama de “isso”???

E ela não parou de falar: - Meu joanete está me matando, a única coisa que faze esquecer dessa dor são as juntas dos meus joelhos e das mãos que doem muito mais, isso sem falar da minha bronquite que quando ataca me faz esquecer de quase tudo, menos da osteoporose e da arteriosclerose que combinam com minha enxaqueca e me derrubam. Pelo menos, por ser cardíaca e idosa, consigo entrar em fila preferencial...

Como ela falava sem me olhar, saí de fininho pensando:

- Com tanta doença assim, e pela ordem natural das coisas, acho que ela não vai ter tempo de ler meu livro, porque outra fila preferencial a aguarda..... e pode furar a fila porque eu não me importo!!!
 
Escrito por  Helio Faria Junior 

domingo, 19 de maio de 2013

UM SONHO COM CARLA LIZZA


             
 
Pense em uma mulher linda.  Essa que você pensou é meia boca, pense em um mulher muito linda. Agora multiplique por dez. Agora eleve à quarta potência. Carla Lizza, nossa personagem é muito mais bonita que isso.

Eu estava na sala de embarque do aeroporto de Goiânia quando vi aquele monumento entrar na sala. Eu e todas as outras cento e trinta e duas pessoas que lá estavam olharam.
 
Os velhos, os novos, os sarados, os fuinhas e as invejosas. Todos ficaram de boca aberta ao ver aquele avião taxiar na sala de embarque.

Como sou bem tímido, olhei discretamente para passar um colírio nos olhos e fui beber um suco e comer uma esfirra. Logo após a primeira mordida, percebi que algo monumental se aproximava de mim. Olhei de lado e era Carla Lizza vindo em minha direção. Parei de mastigar e de respirar.

Carla Lizza acelerou o passo e começou a abrir um sorriso enorme e eu comecei a suar quando chegou a meio metro de mim, parecia que aquele sorriso de lábios carnudos e dentes brancos e grandes ia me engolir com seus lindos olhos verdes. Parei até de piscar.
 
Acho que meu coração também parou por alguns segundos, mas não tive sequelas.
Aquela escultura esculpida e encarnada da mais linda das deusas, parou juntinho de mim e perguntou:

- Você não é o escritor Helio Faria Junior???

Do jeito que o pedaço de esfirra estava dentro da boca, engoli arranhando a goela e consegui responder:: - Um rum...

- Foi você quem escreveu o livro EU, FARIA! Não foi???

Num repente de criatividade ao máximo respondi: - Um rum

- Ganhei seu livro de presente de aniversário de minha amiga, li, adorei e já comprei mais dez que é para dar de aniversário para as minhas amigas. Minhas irmãs e minhas primas fizeram a mesma coisa, lá em casa todo mundo tem seu livro... Dia 31 de agosto vamos estar de férias no Rio de Janeiro e vamos visitar você na Bienal do livro...

Após conseguir dar a primeira respirada respondi: - Fico muito contente que vocês tenham gostado, o objetivo do livro é alegrar um pouco mais o mundo dos leitores.

Daí em diante ela começou a falar do livro, interrompendo sua fala com risadas cada vez que citava uma passagem de um conto. Acho que fui saindo do ar aos pouquinhos, escutando aquela voz embriagadora. Duas coisas eu me lembro:

A primeira é ela me deu um beijo no rosto e disse que era um enorme prazer me conhecer e a segunda foi a cutucada que recebi do zelador do aeroporto dizendo:

- Senhor, o aeroporto já fechou, o senhor está se sentindo bem... Sei lá que horas eram, mas a esfirra gelada ainda estava em minhas mãos....
 
Escrito por  Helio Faria Junior
P.S. A história é uma ficção, mas em 31 de agosto eu vou estar mesmo na Bienal do Livro no rio de janeiro com meu livro EU, FARIA!!!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

MINHA PRIMEIRA E ÚLTIMA NÃO SERENATA



Arrumei uma namorada fazendeira, um amor de pessoa, muito doce mesmo. O nome dela é Teofoclina Inês Cardoso Almeida a quem carinhosamente juntamos as iniciais de seu nome e a chamamos de TICA. O nome dela é uma tragédia formada pela junção dos nomes dos avós, Teófocles e Inara. Fico pensando se a ideia dos pais era de batizá-la ou de castigá-la  por ser temporona.

Um dia visitei a fazenda e conheci seu cachorro BOB. O bicho era tão grande que eu pensei que era um pônei, mas não era, era um cachorro mesmo. Quando chegamos ele se deitou nos pés dela miando como um gatinho mimoso , muito dócil mesmo.


O problema dela era o pai e os irmão que eram muito bravos e cada um tinha uma espingarda 12 de cano duplo e tinham a fama na cidade de valentes atiradores em namorados das moças da família.


Um dia descobri que eles iam para São Paulo e a Tica ia ficar sozinha na fazenda. Resolvi então fazer uma serenata para ela já que não haveria ninguém para atrapalhar. Pessoas como eu que já passaram dos 30, geralmente são românticas à moda antiga e ainda gostam de serenatas, ainda mais eu que nem lembro mais há quanto tempo passei dos 30.


Como a chegada na sede da fazenda era uma ladeira, e era noite de lua cheia, desci com os faróis apagados e o carro desligado. Sem fazer barulho, abri a porta do carro, peguei meu violão e fui caminhando rápido em direção à janela do quarto dela.


De repente vi uma coisa imensa correndo em minha direção. Não quis pagar para ver o que era, corri desesperadamente na direção do carro e me joguei lá dentro, fechando a porta com a ponta dos pés em pleno voo.


Bob bateu com as duas patas na capota do carro e ficou latindo e babando na janela fechada. Acho que ele estava muito feliz porque ficou ali  meia hora me mostrando todos os seus enormes dentes.


Eu só ouvi Tica gritar: - Quieto, Bob!!!


Toda vez que eu ameaçava abrir o vidro ou a porta do carro, Bob, que estava deitado ao lado da porta do motorista, se levantava e me mostrava seus dentinhos de novo.
Gritar por socorro para a Tica me buscar seria a maior vergonha, então resolvi ficar quieto e acabei por dormir.


Sei lá que horas da madrugada, acordei com uma luz de lanterna muito forte no meu rosto e quatro canos duplos encostados no parabrisas do meu carro. Todos apontando para mim. Eles tinham perdido o avião.


E foi assim que por livre e espontânea vontade fiquei noivo da Tica. Naquele momento entre os dentes do Bob, as balas das espingardas ou uma promessa de casamento, achei que a terceira opção seria a mais saudável. Mesmo assim, eles me prometeram que se me vissem depois do por do sol a menos de dez quilômetros da fazenda, iriam mandar bala.


Ô povo rústico!!!


Escrito por  Helio Faria Junior

segunda-feira, 13 de maio de 2013

MINHA EMPREGADA GAVETEIRA



- Dona Justiniana! Cadê aquele tênis azul da NIKE que deixei aqui na sala ontem à noite?
Perguntei a ela depois de vasculhar a casa atrás do meu tênis....
- Eu coloquei no armário das meninas, Seu Helio!!!
- A senhora acha mesmo que minhas filhinhas, que  nem moram aqui, usam uma lancha deste tamanho nos pés, Dona Justiniana??? ... perguntei.
- Ah, Seu Helio, nem reparei e sala não é lugar de tênis mesmo.
Vocês não imaginam a raiva que dá essas coisas, isso porque eu já disse a ela mais de duzentas vezes que não é para colocar nada meu dentro de gaveta porque eu nunca mais acho! Mas ela insiste em enfiar tudo que acha pela frente na primeira gaveta que vê, sem nenhuma lógica. Eu tenho certeza que a empregada de vocês não é assim!!!
Domingo à noite faltou energia no meu bairro e eu fui direto ao aparador onde fica a lanterna que eu comprei exatamente para me acudir nessas situações. O apartamento estava um breu. Passei a mão sobre o aparador e não havia nada, pensei logo: Dona Justiniana!!! Fui andando igual um zumbi rumo à cozinha para ver se encontrava uma vela e meti a testa e o nariz na porta do meu quarto que estava entreaberta. Que raiva! Depois de esfregar o nariz com as duas mãos, pensei de novo: Dona Justiniana!!!
No corredor escuro, pisei no cachorro que ganiu, me mordeu e saiu correndo depois que eu me esborrachei no chão. Finalmente consegui, depois de apalpar as paredes do corredor, chegar na cozinha, entrar na despensa, derrubar latas de sardinha, pacotes de macarrão e Sucrilhos, encontrar um cotoco de vela. Ah, derrubei um vidro de azeitonas que espatifou no chão e pensei ter me cortado, mas eu não sabia se o que eu estava sentindo nos pés era água de azeitona ou sangue. Não achei os fósforos e mais uma vez pensei: Dona Justiniana!!!
Tive a brilhante ideia de acender o cotoco de vela no fogão e quase morri de raiva de mim mesmo por ter esquecido que o acendedor era elétrico e o apartamento estava sem energia. Já aconteceu com você também, né??? Eu sabia..... mais uma vez pensei: Dona Justiniana!!!
Com medo de outro acidente, deitei no sofá da sala e ali adormeci, claro que pensando na melhor forma de esganar Dona Justiniana.
De manhã bem cedo, Dona Justiniana chegou sem fazer barulho, entrou na cozinha que estava toda suja de sangue, foi pelo corredor e viu um monte de marcas de sangue nas paredes que sem querer deixei depois de esfregar meu nariz quebrado. Foi ficando assustada. No meu quarto, gotas de sangue no chão junto à porta, correu para a sala onde me viu deitado no sofá branquinho todo sujo de vermelho.
Virou para mim e perguntou:
- Teve uma guerra aqui, Seu Helio???
Respondi:
- Se a senhora falar mais uma palavra eu jogo a senhora pela janela!!!.... E fui para o quarto tomar banho para ir trabalhar... 
Quando saí pela porta da sala ainda ouvi seu resmungo:
- Nossa, que homem bruto....
Escrito por  Helio Faria Junior

terça-feira, 7 de maio de 2013

NÃO AGUENTEI A GALEGUINHA


 
Quem me conhece sabe que sou uma pessoa tolerante, um cara tranquilo que respeita as pessoas, um bom amigo que sempre gostou de olhar para as pessoas e procurar ver e valorizar o que elas tem de melhor, mas a galeguinha passou de todos os limites. Surtei! 


O problema dela não era falar errado ou falar absurdos, o problema era não querer se corrigir e ainda por cima achar que o mundo está errado e ela certa e se irritar toda vez que eu tentava corrigi-la. Um dia ela extrapolou.


Vamos então ao nosso diálogo final: 


Galeguinha: - Fui lá naquela loja do SHOP que fui ONTI fazer compras e avisei a elas que eu tinha ASSUSTADO o meu cheque. 


Eu: - Meu bem, você precisa tomar cuidado com as coisas que fala. Não se diz SHOP, o correto é SHOPPING. ONTI não existe, diga ONTEM. Se você assustou o cheque, ele deve ter saído correndo, o correto é SUSTEI o cheque.

 
Galeguinha: - Ah, é tudo a mesma coisa, quem quiser que entenda, o POBLEMA não é meu! 


Eu; - É muito feio para você falar tão errado. Isso vai lhe dar PROBLEMAS, entendeu???

 
Galeguinha: - Não tenho tempo agora para ficar conversando essas bobagens com você. Tenho que ir ao meu dentista porque vou começar a fazer três TRANSPLANTES de dentes. Você podia me dar uma carona, fica perto de seu apartamento. Sabe aquela casa que parece um MONZOLÉO, pois é, passa ela e passa aquele conjunto habitacional de casas GERMINADAS. Logo depois é o ESCRITÓRIO do dentista. Espere só um instante que vou me produzir. Vou só colocar uns ESCREMENTOS e já estou pronta. 


Enquanto ela colocava seus ESCREMENTOS que provavelmente estavam guardados dentro de seu cérebro, junto com outras peças similares, eu saí de fininho e corri até meu apartamento sem parar e sem pensar. 


TRANSPLANTE no lugar de IMPLANTE, MONZOLÉU em lugar de MAUZOLÉU, GERMINADAS em lugar de GEMINADAS,  ESCRITÓRIO em lugar de CONSULTÓRIO foi demais para mim. Quando ela fechou sua fala com chave de ouro falando ESCREMENTOS  em lugar de INCREMENTOS só me restou correr rezando:

 
JESUS, cuida dessa alma. Tá pesado demais para mim.....SOCORRO!!! 
Isso porque não contei para vocês que ela preparou um cupim assado para mim, temperado com VICK VAPORUB porque eu estava constipado.....Fui!!! 
 
Escrito por Helio Faria Junior 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

RAPAZ, QUE SUSTO!


Do jeito que o mundo está, fica difícil até arrumar uma namorada porque ninguém quer nada com nada e quando se pretende alguma coisa um pouquinho mais profunda a dificuldade é muito grande. 

Mesmo com toda essa dificuldade, conheci Débora, uma galeguinha encantadora, boa pessoa, com conceitos parecidos com os meus e disposta a manter um relacionamento amoroso.
 
Começamos nosso namoro quase como um mar de rosas e os meses foram passando e eu ficava muito intrigado porque eu não conhecia ninguém da família dela e jamais tínhamos conversado sobre o assunto família. 

Um belo dia, saímos para jantar, tomamos um vinho para descontrair, não fui preso pela lei seca, parei na porta da casa dela e começamos a nos beijar e dar uns amassos  bem calientes até que ela me convidou para entrar. 

Como toda primeira visita à casa de uma namorada  , ficamos na sala comendo pipoca com coca-cola, assistimos a um filme que nem me lembro qual era, porque não conseguia me concentrar nele. 

Quando o filme acabou fomos dormir. Entramos para o quarto sem acender a luz e como estávamos muito cansados fomos direto para a cama. 

De manhã cedo, acordei primeiro que ela ,  olhei para o criado mudo do lado dela e havia um copo de água com uma dentadura dentro, pensei: 

- Caramba ela é banguela!!! 

Ao lado do copo com a dentadura, vi uma bandeira da Argentina... 

- Cruzes, ela é banguela e argentina!
 
Na porta do banheiro estava pendurada uma bandeira do Flamengo!
 
- Essa não, banguela, argentina e flamenguista, coitada! 

Ao lado da cama a prótese de uma perna com uma peruca em cima que eu, sonado , achei parecido com os cabelos dela:
 
- Banguela, argentina, flamenguista, perneta e careca. Olhei de novo para o criado mudo e vi uma foto de um cara com a frase escrita na foto “ESSE CARA SOU EU”...

- Ainda por cima é transexual??? O que mais de surpresa será que vou ter???
 
Fiquei sentado na cama, prostrado, com os olhões arregalado s, sem nem respirar!!! 
Ela acordou, sentiu meu pânico e falou comigo com a mão na boca para que eu não sentisse o bafo:
 
- Você está nervoso, amor???
 
- Eu quero ver seu sorriso agora, disparei.....
 
Sem entender nada, timidamente abriu um sorriso quando pude ver que tinha todos os dentinhos na boca. Perguntei sobre cada objeto daqueles e ela dando risada respondeu: 

- Isso tudo é da madrinha da minha mãe, que é casada com um argentino flamenguista que fabrica próteses e passou uns dias aqui conosco e esqueceu essas coisas aqui, inclusive a foto do neto deles. Sou vascaína, amor. Pronto, suando frio me apaixonei de novo!!! 
Não tenho preconceitos, mas também  não gosto muito de surpresas assim na minha vida. 
Rapaz, que susto!!! 

Escrito por  Helio Faria Junior