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terça-feira, 25 de novembro de 2014

É CLARO, É LÓGICO, É OBVIO.

Eu conheço muita gente que diz essas três palavras diariamente e não se dão conta de que quando se reponde a uma pergunta ou quando se coloca essas palavras no meio a uma observação, em regra, estamos cometendo uma baita grosseria com o que está oculto. Vejamos.
Você está conversando com um amigo e pergunta a ele por exemplo:
- Você vai à festa hoje?
Sem querer lhe ofender, inocentemente ele responde:
- Claro!
Na verdade, o que ele respondeu, sem explicitar, foi:
- Claro sua anta. Só um brocoió como você não iria a essa festa...
Ninguém fica zangado porque nem quem falou nem quem ouviu, se deram conta da grosseria, mas se fosse tão claro assim, a pessoa não perguntava, certo?
Outra peça clássica nessa linha é o “é lógico”, “é lógico que sim” e “é lógico que não”  que também carregam uma carga muito grande de grosseria, como neste exemplo:
- Você vai estudar para a prova hoje?
E a resposta é:
- É lógico que sim.
Mas a resposta traz implícito, o resto do pensamento:
- É lógico que sim, a não ser que eu quisesse colar na prova ou crescer puxando carroça que nem você...
Agora, para acabar mesmo é o “é óbvio”. Chega a ser humilhante, ainda mais quando quem fala vira os olhinhos para cima, senão vejamos:
Você vai viajar nas férias?
A observação cruel é:
- É óbvio...
Mas, de verdade, ela quer dizer:
Óbvio, sua besta. O jumento aqui é só você. Trabalho o ano inteiro feito um camelo para que?
Então, meus amigos, entendo que a gente devia ser mais explícito nas respostas ou evitar de usar essas palavrinhas. O que você acha???

Escrito por Helio Faria Junior

sábado, 22 de novembro de 2014

OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA


Cheguei à conclusão que nós, os nascidos na década de 50, somos os heróis da resistência da subsistência da humanidade por termos resistido a tudo e a todos e mesmo com o mundo que nos deram, conseguimos produzir os filhos que comandam o mundo hoje e os netos que breve estarão no comando.

Em nossa época foi o final de “não coma esse pedaço de frango que é do seu pai” e quando nos casamos e começamos a comprar nossos próprios frangos, nossas mulheres diziam que “não era para comer aquele pedaço de frango porque era o pedaço que o Júnior adorava”.

Ou seja, nunca pudemos comer o pedaço de frango que a gente queria e sobrevivemos, comendo fora de casa, sozinho, oito pedaços que mais gostávamos no frango uma vez por ano...

Para dormir, nossas mães cantavam “boi, boi, boi, boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta...” e agente dormia de medo do infeliz do boi chegar e ninguém ficou traumatizado nem com boifobia. Hoje as mães cantam “ um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir... “ e os adolescentes crescem precisando de análises e bons psiquiatras para os acompanharem por décadas.

No Natal, ficávamos encantados com a arrumação da casa com aquela imensa árvore cheia de pisca-pisca, com presentes na base, ao lado de um enorme presépio e ninguém ousava tocar em nada e era nossa mãe que pegava os presentes um a um e os distribuía.

Hoje, quando a meninada vai para uma ceia de Natal e não para uma balada, já chega detonando a mesa de quitutes e abrindo os presentes para poder “vazar” logo e a gente, até com certa melancolia, lembra da poesia da época:

“ HOJE É NATAL, FELIZ O PEDRINHO,
 GANHOU UMA TORTA, METEU O DEDINHO,
QUE FEIO PEDRINHO!
EM VEZ DE UM MENINO PARECE UM PORQUINHO...”

E nem de porquinhos podemos chamar essa turminha porque a lei não permite e pode nos causar grandes complicações...Que ironia...


Escrito por Helio Faria Junior