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sábado, 22 de novembro de 2014

OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA


Cheguei à conclusão que nós, os nascidos na década de 50, somos os heróis da resistência da subsistência da humanidade por termos resistido a tudo e a todos e mesmo com o mundo que nos deram, conseguimos produzir os filhos que comandam o mundo hoje e os netos que breve estarão no comando.

Em nossa época foi o final de “não coma esse pedaço de frango que é do seu pai” e quando nos casamos e começamos a comprar nossos próprios frangos, nossas mulheres diziam que “não era para comer aquele pedaço de frango porque era o pedaço que o Júnior adorava”.

Ou seja, nunca pudemos comer o pedaço de frango que a gente queria e sobrevivemos, comendo fora de casa, sozinho, oito pedaços que mais gostávamos no frango uma vez por ano...

Para dormir, nossas mães cantavam “boi, boi, boi, boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta...” e agente dormia de medo do infeliz do boi chegar e ninguém ficou traumatizado nem com boifobia. Hoje as mães cantam “ um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir... “ e os adolescentes crescem precisando de análises e bons psiquiatras para os acompanharem por décadas.

No Natal, ficávamos encantados com a arrumação da casa com aquela imensa árvore cheia de pisca-pisca, com presentes na base, ao lado de um enorme presépio e ninguém ousava tocar em nada e era nossa mãe que pegava os presentes um a um e os distribuía.

Hoje, quando a meninada vai para uma ceia de Natal e não para uma balada, já chega detonando a mesa de quitutes e abrindo os presentes para poder “vazar” logo e a gente, até com certa melancolia, lembra da poesia da época:

“ HOJE É NATAL, FELIZ O PEDRINHO,
 GANHOU UMA TORTA, METEU O DEDINHO,
QUE FEIO PEDRINHO!
EM VEZ DE UM MENINO PARECE UM PORQUINHO...”

E nem de porquinhos podemos chamar essa turminha porque a lei não permite e pode nos causar grandes complicações...Que ironia...


Escrito por Helio Faria Junior

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