Cheguei à conclusão que nós, os nascidos na década de 50,
somos os heróis da resistência da subsistência da humanidade por termos
resistido a tudo e a todos e mesmo com o mundo que nos deram, conseguimos
produzir os filhos que comandam o mundo hoje e os netos que breve estarão no
comando.
Em nossa época foi o final de “não coma esse pedaço de
frango que é do seu pai” e quando nos casamos e começamos a comprar nossos
próprios frangos, nossas mulheres diziam que “não era para comer aquele pedaço
de frango porque era o pedaço que o Júnior adorava”.
Ou seja, nunca pudemos comer o pedaço de frango que a gente
queria e sobrevivemos, comendo fora de casa, sozinho, oito pedaços que mais
gostávamos no frango uma vez por ano...
Para dormir, nossas mães cantavam “boi, boi, boi, boi da
cara preta, pega esse menino que tem medo de careta...” e agente dormia de medo
do infeliz do boi chegar e ninguém ficou traumatizado nem com boifobia. Hoje as
mães cantam “ um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir...
“ e os adolescentes crescem precisando de análises e bons psiquiatras para os
acompanharem por décadas.
No Natal, ficávamos encantados com a arrumação da casa com
aquela imensa árvore cheia de pisca-pisca, com presentes na base, ao lado de um
enorme presépio e ninguém ousava tocar em nada e era nossa mãe que pegava os
presentes um a um e os distribuía.
Hoje, quando a meninada vai para uma ceia de Natal e não
para uma balada, já chega detonando a mesa de quitutes e abrindo os presentes para
poder “vazar” logo e a gente, até com certa melancolia, lembra da poesia da
época:
“ HOJE É NATAL, FELIZ O PEDRINHO,
GANHOU UMA TORTA,
METEU O DEDINHO,
QUE FEIO PEDRINHO!
EM VEZ DE UM MENINO PARECE UM PORQUINHO...”
E nem de porquinhos podemos chamar essa turminha porque a
lei não permite e pode nos causar grandes complicações...Que ironia...
Escrito por Helio Faria Junior
excelente!
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