É curioso como nossa cabeça comanda nossas atitudes e
comportamentos. Este fim de semana fui a
um balneário público no norte de Goiás e pude observar bem claramente esses
dois personagens do título.
O primeiro pelos meus cálculos deve ter nascido em 1944, ou
seja, já carrega no lombo seus 68 anos, mas faz questão de se comportar da
mesma forma que seu neto que o acompanhava, a começar pela roupa. O cara chegou
no balneário vestindo um roupão curtinho, deixando à vista de todos suas pernas
magrelas, sem pelos e cheia de varizes, boné e chinelo, tudo da mesma cor. Ele
entrou no gramado se aquecendo, como se fosse um jogador de futebol.
Sedutoramente, tirou o boné e o roupão deixando que todos pudessem observar
aquele corpão, em forma,.....é, em forma de maracujá de gaveta todo enrugado,
magro nas pernas e nos braços e com uma barriga horrível que cobria toa a
sunga, que como não vi, não posso descrever.
A primeira coisa que nosso meninão fez foi desafiar seu neto
para nadar 200 metros borboleta. Se desse eu colocaria aqui o vídeo, porque
vocês iam rir muito e não precisaria escrever mais nada. Na largada o guri foi
perfeito, um belíssimo impulso com as pernas, uma entrada perfeita na água e a
saída da água a 15 metros da largada. Seu avô, deu um salto ridículo, uma
tremenda barrigada na água, começou a se debater na água histericamente, com
todas as suas forças. Imaginem jogar um gato dentro de uma água
gelada........pois é, foi bem pior!!!
Bem, quando o guri chegou nos 200 metros, nós que observávamos
aquela cena dantesca tínhamos mergulhado para salvar o infeliz que havia se
atrapalhado em sua fantástica virada dos cinqüenta metros, perdeu a noção de
espaço e lugar e nadou para o fundo da piscina, metendo a testa nos ladrilhos que
ele tentava perfurar. Nada demais, duro
foi achar um cristão para fazer respiração boca-a-boca, mas ele foi salvo.
O outro personagem é seu filho com postura de ancião. Um coroa de quarenta e
poucos anos. Bolachudo, barrigudo, andando de perna aberta com uma coxa roçando
na outra e lá vem nosso herói, com o jornal na mão, óculos fundo de garrafa se
senta em uma cadeira de plástico que se falasse teria soltado um urro de dor, abre
seu jornal, faz um bico de dois palmos, não dá uma palavra com ninguém e assim
fica por mais de uma hora. Uma simpatia que dá até nojo. Quando sua filha teve
coragem de falar com ele, baixou a cabeça, olhou por cima dos óculos e rosnou
alguma coisa que eu não entendi, mas a fez sair dali correndo....parecia
angustiada!
Sua mulher, bem magrinha, eu diria até interessantezinha, se
deitou em uma toalha para tomar sol a uns 15 metros dele que revezou o dia todo
sua leitura entre o jornal, um livro e um livrinho de palavras cruzadas. Sempre
com o mesmo bico. Que simpático.
Agora, eu pergunto, vocês conhecem alguém assim???
Escrito por Helio Faria Junior
nossa mae se conheço tem muitos desses ao meu redor ninguem merece
ResponderExcluirOlá meu amigo blogueiro...lindo conto, volto sempre....boa sorte...
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