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sábado, 13 de outubro de 2012

OS MENINÕES DOS ANOS 40 E OS COROAS DOS ANOS 60





É curioso como nossa cabeça comanda nossas atitudes e comportamentos.  Este fim de semana fui a um balneário público no norte de Goiás e pude observar bem claramente esses dois personagens do título.

O primeiro pelos meus cálculos deve ter nascido em 1944, ou seja, já carrega no lombo seus 68 anos, mas faz questão de se comportar da mesma forma que seu neto que o acompanhava, a começar pela roupa. O cara chegou no balneário vestindo um roupão curtinho, deixando à vista de todos suas pernas magrelas, sem pelos e cheia de varizes, boné e chinelo, tudo da mesma cor. Ele entrou no gramado se aquecendo, como se fosse um jogador de futebol. Sedutoramente, tirou o boné e o roupão deixando que todos pudessem observar aquele corpão, em forma,.....é, em forma de maracujá de gaveta todo enrugado, magro nas pernas e nos braços e com uma barriga horrível que cobria toa a sunga, que como não vi, não posso descrever.

A primeira coisa que nosso meninão fez foi desafiar seu neto para nadar 200 metros borboleta. Se desse eu colocaria aqui o vídeo, porque vocês iam rir muito e não precisaria escrever mais nada. Na largada o guri foi perfeito, um belíssimo impulso com as pernas, uma entrada perfeita na água e a saída da água a 15 metros da largada. Seu avô, deu um salto ridículo, uma tremenda barrigada na água, começou a se debater na água histericamente, com todas as suas forças. Imaginem jogar um gato dentro de uma água gelada........pois é, foi bem pior!!!

Bem, quando o guri chegou nos 200 metros, nós que observávamos aquela cena dantesca tínhamos mergulhado para salvar o infeliz que havia se atrapalhado em sua fantástica virada dos cinqüenta metros, perdeu a noção de espaço e lugar e nadou para o fundo da piscina, metendo a testa nos ladrilhos que ele tentava perfurar.  Nada demais, duro foi achar um cristão para fazer respiração boca-a-boca, mas ele foi salvo.

O outro personagem é seu filho com postura de ancião. Um coroa de quarenta e poucos anos. Bolachudo, barrigudo, andando de perna aberta com uma coxa roçando na outra e lá vem nosso herói, com o jornal na mão, óculos fundo de garrafa se senta em uma cadeira de plástico que se falasse teria soltado um urro de dor, abre seu jornal, faz um bico de dois palmos, não dá uma palavra com ninguém e assim fica por mais de uma hora. Uma simpatia que dá até nojo. Quando sua filha teve coragem de falar com ele, baixou a cabeça, olhou por cima dos óculos e rosnou alguma coisa que eu não entendi, mas a fez sair dali correndo....parecia angustiada!

Sua mulher, bem magrinha, eu diria até interessantezinha, se deitou em uma toalha para tomar sol a uns 15 metros dele que revezou o dia todo sua leitura entre o jornal, um livro e um livrinho de palavras cruzadas. Sempre com o mesmo bico. Que simpático.

Agora, eu pergunto, vocês conhecem alguém assim???

Escrito por Helio Faria Junior

2 comentários:

  1. nossa mae se conheço tem muitos desses ao meu redor ninguem merece

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  2. Olá meu amigo blogueiro...lindo conto, volto sempre....boa sorte...

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