Seu Antônio era um
coveiro enorme, a simpatia em pessoa, mas tinha uma certa dificuldade no falar.
Quando nasceu seu primeiro filho ele foi ao cartório fazer o registro de seu
filho e por sua dificuldade acabou registrando seu filho como Antrônio.
Quando cresceu,
Antrônio ficou tão grande, quase dois metros de altura, 130 quilos, e por estas
características nós o apelidamos de Megantrônio, que seguiu a profissão do pai
e também se tornou coveiro, só que muito preguiçoso.
Ele não era gordo, era
grande. Daqueles que a gente chama de armário embutido. Era muito forte e todo
proporcional. Quer dizer, quase todo proporcional, se você me entende.
Um dia, morreu Dona
Laura, uma velhinha que já tinha se esquecido de quando tinha feito 90 anos. Uma
cerimônia simples e Megantrônio desceu o caixão na cova, no final de uma tarde
cinzenta.
Como era muito tarde e
ele era muito preguiçoso, deixou para cobrir o caixão de terra mais tarde e foi
dormir. Como ele morava no cemitério, acordou no meio da madrugada, e só de
cuecas foi jogar terra na cova da velhinha. A tampa do caixão estava mal
fechada e ele a abriu para trancar bem. Quando ele tirou a tampa, a velha pulou
para cima dele. Ela não tinha morrido. Tinha tido um ataque de catalepsia.
Megantrônio tomou um
susto tão grande que desmaiou e caiu para trás. A velhinha vendo aquele homem
enorme, só de cuecas, não se conteve e resolveu se aproveitar da situação, não
perdeu tempo e foi logo tirando a cueca dele.
Foi neste momento que
ela descobriu que Megantônio não era tão proporcional quanto parecia. A decepção dela foi imensa ao não encontrar praticamente nada. Colocou os óculos e nada! A velha
soltou um grito ensurdecedor que ecoou por todo o cemitério e aí sim, teve um infarto
fulminante e despencou para dentro da cova de novo, caindo certinha dentro do caixão.
O berro da velha foi
tão grande que despertou nosso herói, que ao se ver pelado se perguntava o que
havia acontecido sem entender nada. Vestiu sua cueca e como a velha estava
durinha, mortinha dentro do caixão, tratou de fechar a tampa, atarrachando bem os parafusos,
jogou toda a terra que podia, socando bem e ainda fez um monte em cima de um
metro de terra, por segurança!
A história que ele
conta, não tem nada parecido com o ocorrido, mas o fato é que nunca mais
Megantrônio andou de cuecas pelo cemitério e seu trabalho passou a ser sempre
de dia, com testemunhas. Seguro morreu de velho!!!
Escrito por Helio Faria Junior
Escrito por Helio Faria Junior
Engraçado, Helinho!! Só que no lugar do Megantrônio, fiquei imaginando meu cunhado, que é um cara enorme que também se chama Antônio, só que ele não é coveiro...
ResponderExcluirMuito boa... Coitada da velhinha... e coitado do rapaz, tão pequenininho...
ResponderExcluirÈ o que sempre digo tamanho não é documento kkkkkkkkkk
ResponderExcluirSe a velhinha não tivesse sido tão ganancioso poderia ter tirado uma casquinha do Megantrônio. Poderia ter terminado com um "E viveram felizes para sempre." :D
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