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terça-feira, 17 de abril de 2012

USO DO BAFÔMETRO EM VÔOS DE AVIÃO



Essa idéia surgiu na última vez em que eu viajei de Goiânia para Belo Horizonte. O avião era pequeno, com duas poltronas de cada lado do corredor e a o meu lado, sentou-se um cidadão, gorducho e careca que nem bem o avião decolou, dormiu e começou a roncar. Que desagradável!

Até aí, tudo bem, ele roncava mas não era um trovão. Incomodava mas não punha em risco a integridade física da aeronave. Mas, em seguida, a criatura abriu muito a boca. Aí a coisa pegou.  Aquele ser  vivente tinha um bafo tão forte e tão ruim, que eu achei que tinha entrado no banheiro do RockinRio.

Tentei a abrir a janela para por a cabeça para fora e eventualmente dar uma vomitadinha básica, mas lembrei que janelas de avião não abrem. Começou a bater um desespero porque aquela latrina ambulante não parava de roncar e exalar seu perfume de essência de chiqueiro.

Senti que a situação saia do controle quando comecei a torcer para o avião cair. Foi aí que a aeromoça com o carrinho de bebidas encostou do nosso lado. Eu pensei que o infeliz ia acordar para comer alguma coisa que interrompesse aquele ronco e seu fiel escudeiro, o bafo da morte. Nada! Nem se mexeu.

Pedi um suco e quando a aeromoça veio me entregar o copo, rapidamente estiquei o braço e meti o cotovelo no nariz dele. Finalmente consegui acordar o trator engripado. Pedi desculpas, coloquei a culpa na turbulência e antes que ele ousasse piscar, pedi a aeromoça que o servisse de sanduíche e coca.

Eu não sei o que ele pensou, só sei que a tática deu certo, o cara comeu e bebeu toda a coca e antes que ele se atrevesse a dormir de novo pedi dois cafés amargos para nós dois. Dizem que café com coca deixa o cara acordado.

Parece que deu certo. Bem que o infeliz tentou dormir, mas uma turbulência infernal até a chegada em CONFINS não deixou a gente em paz. Se não estivéssemos amarrados com o cinto de segurança, tínhamos saido todos voando. Nunca pensei que eu fosse me apaixonar por uma turbulência, mas dessa vez, amei.

Escrevi naqueles envelopes de sugestão, para que fosse utilizado um bafômetro nos aviões, não para ver o teor alcoólico de ninguém, mas para medir a potência do bafo. Se for bafo forte, mete uma máscara no infeliz e pronto, melhora o vôo dos demais.

Escrito por Helio Faria Junior

3 comentários:

  1. Muito boa ideia, tem uns coleguinhas de avião terríveis mesmo! Muito interessante a sua forma de escrever, parabéns!

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  2. Oferece um Halls!
    Aliás, ainda existe Halls?
    Moacir.

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  3. Nossa senhora, imagine a fila para o tal bafômetro...

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