Total de visualizações de página

sexta-feira, 3 de maio de 2013

RAPAZ, QUE SUSTO!


Do jeito que o mundo está, fica difícil até arrumar uma namorada porque ninguém quer nada com nada e quando se pretende alguma coisa um pouquinho mais profunda a dificuldade é muito grande. 

Mesmo com toda essa dificuldade, conheci Débora, uma galeguinha encantadora, boa pessoa, com conceitos parecidos com os meus e disposta a manter um relacionamento amoroso.
 
Começamos nosso namoro quase como um mar de rosas e os meses foram passando e eu ficava muito intrigado porque eu não conhecia ninguém da família dela e jamais tínhamos conversado sobre o assunto família. 

Um belo dia, saímos para jantar, tomamos um vinho para descontrair, não fui preso pela lei seca, parei na porta da casa dela e começamos a nos beijar e dar uns amassos  bem calientes até que ela me convidou para entrar. 

Como toda primeira visita à casa de uma namorada  , ficamos na sala comendo pipoca com coca-cola, assistimos a um filme que nem me lembro qual era, porque não conseguia me concentrar nele. 

Quando o filme acabou fomos dormir. Entramos para o quarto sem acender a luz e como estávamos muito cansados fomos direto para a cama. 

De manhã cedo, acordei primeiro que ela ,  olhei para o criado mudo do lado dela e havia um copo de água com uma dentadura dentro, pensei: 

- Caramba ela é banguela!!! 

Ao lado do copo com a dentadura, vi uma bandeira da Argentina... 

- Cruzes, ela é banguela e argentina!
 
Na porta do banheiro estava pendurada uma bandeira do Flamengo!
 
- Essa não, banguela, argentina e flamenguista, coitada! 

Ao lado da cama a prótese de uma perna com uma peruca em cima que eu, sonado , achei parecido com os cabelos dela:
 
- Banguela, argentina, flamenguista, perneta e careca. Olhei de novo para o criado mudo e vi uma foto de um cara com a frase escrita na foto “ESSE CARA SOU EU”...

- Ainda por cima é transexual??? O que mais de surpresa será que vou ter???
 
Fiquei sentado na cama, prostrado, com os olhões arregalado s, sem nem respirar!!! 
Ela acordou, sentiu meu pânico e falou comigo com a mão na boca para que eu não sentisse o bafo:
 
- Você está nervoso, amor???
 
- Eu quero ver seu sorriso agora, disparei.....
 
Sem entender nada, timidamente abriu um sorriso quando pude ver que tinha todos os dentinhos na boca. Perguntei sobre cada objeto daqueles e ela dando risada respondeu: 

- Isso tudo é da madrinha da minha mãe, que é casada com um argentino flamenguista que fabrica próteses e passou uns dias aqui conosco e esqueceu essas coisas aqui, inclusive a foto do neto deles. Sou vascaína, amor. Pronto, suando frio me apaixonei de novo!!! 
Não tenho preconceitos, mas também  não gosto muito de surpresas assim na minha vida. 
Rapaz, que susto!!! 

Escrito por  Helio Faria Junior 

2 comentários:

  1. Como leitora de escritor percebo seu crescimento em relação as suas publicações. Penso que está lapidando seu diamante de forma sensacional.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida anônima, muito obrigado pelos elogios e pelo comentário. No início era apenas uma brincadeira que eu não fazia ideia onde ia chegar. Agora às vésperas de publicar meu primeiro livro tenho procurado escrever melhor e sinto mesmo que tenho melhorado. Comente sempre para a minha alegria!!!

      Excluir