Total de visualizações de página

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CUIDADO COM O QUE FALA



Muitas vezes estamos falando coisas na maior inocência do mundo, sem calcular as palavras e os ouvidos alheios, onde a maldade habita, entende tudo atravessado.
Nesses dias atrás, uma colega no trabalho, que se chama Lígia, estava conversando comigo sobre uma questão aleatória que é a de dar esmola quando entrou na sala nosso chefe Homero e veja no diálogo a confusão que deu:

LÍGIA: - Eu nunca dou esmola, não gosto de estimular a mendicância e acho que os poderes públicos tem que cumprir seus papéis! Não é justo transferir essa obrigação para a população... blá blá blá (me socou um discurso politicamente correto, de meia hora na orelha). Qual sua opinião, Helio?

HELIO(Eu): - Concordo plenamente com você (não sou nem doido de discordar).
Nisso entra na sala o nosso chefe, Homero, sério como sempre e a tagarela da Lígia, de costas, não percebe e continua a inquisição.

LÍGIA: - Mas duvido que você nunca tenha dado!
Homero arregalou seus dois olhões que estavam atrás de seus óculos fundo de garrafa, pôs as mãos na cintura e me encarou...

HELIO: - Nunca! Nunca! Nunca!

LÍGIA: - Du-vi-do, vai querer me convencer que não deu nem uma vezinha???
Homero ficou vermelho, engasgou com a saliva e aumentou os olhões que começaram a lacrimejar!!

HELIO: - Eu não, nunca, sou pessoa de convicção.
Nisso, Lígia se virou e viu o Homero naquela situação, vermelho, com os olhos cheios de água e mandou o tiro de misericórdia:

LÍGIA: - Olha o Homero, veja o jeito que ficou só de ouvir este assunto, que pessoa sensível, coração mole. Vou te contar uma coisa que o motorista dele me contou. Pelo menos duas vezes por semana ele vai lá no centro da cidade, bem no fim da tarde para dar para alguém.
- Né, Homero?
Homero saiu da sala, com as lágrimas rolando em suas bochechas, com os dois indicadores para cima querendo dizer “NÃO” e tentando tossir, sem conseguir. Foi para a sala dele.
Tentei em vão começar a falar para explicar para a Lígia o que ocorrera e que não tinha nada a ver com sentimentalismo, mas não consegui sequer balbuciar meia palavra, a super protetora, humana e amiga consoladora Lígia já levantou de nariz empinado, falando mais que o homem da cobra e dizendo:
- Pobre Homero, vou levar uma palavra amiga a nosso chefe, que é um poço de sentimentalismo!!! E saiu da sala toda empinada!

Gente, eu ainda tentei mais uma vez falar, mas ela não deixou, juro!

Exatamente o que foi tratado lá, eu não sei, só sei que Homero nunca mais me olhou nos olhos, assuntos diversos de nosso trabalho estão sumariamente proibidos na repartição e a Lígia... bem, não sei, nunca mais vi a Lígia...
Por Helio Faria Junior

10 comentários:

  1. KKKK...é isso aí compadre...essa coisa de dar é complicado mesmo...até na hora de conjugar o verbo...eu dou,ele da,tu das, nós damos...o que importa é que todo mundo dá...rsrs adorei!!

    ResponderExcluir
  2. Eu sou participante deste site

    ResponderExcluir
  3. Bem legal a história... mais curta, fácil de ler e engraçada... Parabéns! Bjo

    ResponderExcluir
  4. E já imaginou??? Se não fossem o Vinícius de Moraes e o Baden Powell os autores do "Canto de Ossanha"... essa música seria censurada: "o homem que diz 'dou' não dá, porque quem dá mesmo não diz..."

    ResponderExcluir
  5. Esse negócio de dar nem de esmola da certooooo!!!! que da ficar discutindo questões sociais, quem pode dar e quem não deve dar...rsrsrsr

    ResponderExcluir
  6. Hahahaha!!!!

    Acho que conheço o Homero e a Lígia!

    Moacir.

    ResponderExcluir
  7. Muito boa!!!!E quem nao dá?

    ResponderExcluir
  8. heheheh....porisso nunca converso de costas pra ninguem!!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...muito boa helio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Lívia
    livia.mdias@hotmail.com

    ResponderExcluir