Muitas vezes estamos falando coisas na maior inocência do mundo, sem calcular as palavras e os ouvidos alheios, onde a maldade habita, entende tudo atravessado.
Nesses dias atrás, uma colega no trabalho, que se chama Lígia, estava conversando comigo sobre uma questão aleatória que é a de dar esmola quando entrou na sala nosso chefe Homero e veja no diálogo a confusão que deu:
LÍGIA: - Eu nunca dou esmola, não gosto de estimular a mendicância e acho que os poderes públicos tem que cumprir seus papéis! Não é justo transferir essa obrigação para a população... blá blá blá (me socou um discurso politicamente correto, de meia hora na orelha). Qual sua opinião, Helio?
HELIO(Eu): - Concordo plenamente com você (não sou nem doido de discordar).
Nisso entra na sala o nosso chefe, Homero, sério como sempre e a tagarela da Lígia, de costas, não percebe e continua a inquisição.
LÍGIA: - Mas duvido que você nunca tenha dado!
Homero arregalou seus dois olhões que estavam atrás de seus óculos fundo de garrafa, pôs as mãos na cintura e me encarou...
HELIO: - Nunca! Nunca! Nunca!
LÍGIA: - Du-vi-do, vai querer me convencer que não deu nem uma vezinha???
Homero ficou vermelho, engasgou com a saliva e aumentou os olhões que começaram a lacrimejar!!
HELIO: - Eu não, nunca, sou pessoa de convicção.
Nisso, Lígia se virou e viu o Homero naquela situação, vermelho, com os olhos cheios de água e mandou o tiro de misericórdia:
LÍGIA: - Olha o Homero, veja o jeito que ficou só de ouvir este assunto, que pessoa sensível, coração mole. Vou te contar uma coisa que o motorista dele me contou. Pelo menos duas vezes por semana ele vai lá no centro da cidade, bem no fim da tarde para dar para alguém.
- Né, Homero?
Homero saiu da sala, com as lágrimas rolando em suas bochechas, com os dois indicadores para cima querendo dizer “NÃO” e tentando tossir, sem conseguir. Foi para a sala dele.
Tentei em vão começar a falar para explicar para a Lígia o que ocorrera e que não tinha nada a ver com sentimentalismo, mas não consegui sequer balbuciar meia palavra, a super protetora, humana e amiga consoladora Lígia já levantou de nariz empinado, falando mais que o homem da cobra e dizendo:
- Pobre Homero, vou levar uma palavra amiga a nosso chefe, que é um poço de sentimentalismo!!! E saiu da sala toda empinada!
Gente, eu ainda tentei mais uma vez falar, mas ela não deixou, juro!
Exatamente o que foi tratado lá, eu não sei, só sei que Homero nunca mais me olhou nos olhos, assuntos diversos de nosso trabalho estão sumariamente proibidos na repartição e a Lígia... bem, não sei, nunca mais vi a Lígia...
Por Helio Faria Junior
Amei a história!! rsrs
ResponderExcluirKKKK...é isso aí compadre...essa coisa de dar é complicado mesmo...até na hora de conjugar o verbo...eu dou,ele da,tu das, nós damos...o que importa é que todo mundo dá...rsrs adorei!!
ResponderExcluirEu sou participante deste site
ResponderExcluirBem legal a história... mais curta, fácil de ler e engraçada... Parabéns! Bjo
ResponderExcluirE já imaginou??? Se não fossem o Vinícius de Moraes e o Baden Powell os autores do "Canto de Ossanha"... essa música seria censurada: "o homem que diz 'dou' não dá, porque quem dá mesmo não diz..."
ResponderExcluirEsse negócio de dar nem de esmola da certooooo!!!! que da ficar discutindo questões sociais, quem pode dar e quem não deve dar...rsrsrsr
ResponderExcluirMuito legal..
ResponderExcluirHahahaha!!!!
ResponderExcluirAcho que conheço o Homero e a Lígia!
Moacir.
Muito boa!!!!E quem nao dá?
ResponderExcluirheheheh....porisso nunca converso de costas pra ninguem!!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...muito boa helio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirLívia
livia.mdias@hotmail.com