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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A MÁQUINA DE SHEK SHEK NA TERRA DO TOMATE



Fernanda era uma doce moça que morava em Goianápolis/GO, vizinha de Carmelita, uma fervorosa religiosa que até despertador para rezar de madrugada ela usava.

 Quando não conseguia acordar por algum motivo, ela dava uma volta em sua casa de joelhos por penitência e ficava duas semanas mancando, toda esfolada. 

Acontece que a casa de Fernanda tinha os quartos do lado esquerdo e a área de serviço do lado direito e a casa de Carmelita era ao contrário, ou seja, a área de Fernanda ficava ao lado do muro onde ficava o quarto de Carmelita. 

Como ela trabalhava o dia todo e estudava à noite, e como era professora e ganhava mal demais para pagar uma empregada, chegava muito tarde em casa e dia sim dia não punha roupa para lavar e ia dormir e a máquina ficava horas fazendo SHEK, SHEK, SHEK, SHHHHHHH, VOIN, VOIN, VOIN bem na orelha de Carmelita. 

Como a beata era daquelas falsas pudicas que rezava muito em Goianápolis e soltava a franga quando ia a Goiânia, ficava imaginando as maiores safadezas do mundo, mais ou menos assim: 

- O dia que todo mundo souber o que essa professorinha safada com cara de santa faz dia sim dia não, ela vai ficar desmoralizada e vai ter que se mudar para a China....

Ela batia com uma vassoura no muro, batia palmas, rezava alto para ver se a “pouca vergonha” acabava, mas como Fernanda dormia do outro lado da casa ouvindo música com fones de ouvido, nunca escutava nada. 

Em janeiro, os sobrinhos e sobrinhas de Fernanda foram passar férias com ela e então o SHEK, SHEK, SHEK, SHHHHHHH, VOIN, VOIN, VOIN passou a ser diário o que levou a rezadeira ao desespero e pensou com sua mente maldosa: 

- Além de vadia essa pilantra é pedófila!!! 

Uma noite ela armou para cima da vizinha e chamou a polícia, o Juizado de Menores, um Juiz de Direito, o Conselho Tutelar, o Prefeito, uma emissora de TV e uma Rádio AM/FM.

Todos invadiram a casa da pobre da Fernada onde todos dormiam e o único som era o SHEK SHEK da máquina de lavar. 

Atrás de todos vinha a Carmelita de bobs na cabeça, lenço, robe de chambre e pantufas.

Claro que todos ficaram sem saber o que fazer, até que um dos policiais, que era de Goiânia e estava destacado em Goianápolis, deu uma sonora palmada em Carmelita e disse em alto e bom som para todo mundo ouvir e filmar: 

- E aí, Kaka Maçaneta, já que não tem nada aqui mesmo vamos para uma balada como a gente sempre faz quando você vai para Goiânia.... 

Um silêncio sepulcral se fez naquela casa com todos os olhos, câmeras e microfones voltados para ela que ficou parada no meio da sala sem saber o que falar. O único som que se ouvia era um SHEK, SHEK, SHEK, que vocês sabem perfeitamente o que é. 

Hoje, Carmelita está bem continua rezando muito e trabalha como garçonete em um restaurante..... em Pequim!!! 

Escrito por Helio Faria Junior

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