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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

INÍCIO DA VIDA A DOIS DE CORA E CORÓ



Para quem não sabe, "coró" é um bichinho que dá em frutas que parece uma minhoca e que virou o carinhoso apelido recebido pelo personagem principal deste conto. Cora é o nome da personagem, não é apelido. 

Cora e Coró eram um casal simples do interior de Goiás que namoraram muito tempo, noivaram e um belo dia resolveram se casar. Como o dinheiro era curto, gastaram o que tinham e o que não tinham na cerimônia, com um tradicional bolo com champanhe na igreja, e nada de recepção. 

Mas no dia seguinte tinham que fazer um churrasco para um padrinho que veio de longe, ainda não tinha ido embora e tinha dado uma churrasqueira elétrica importada (do Paraguai) de presente de casamento. 

Com o crédito que tinham no supermercado, compraram carne, arroz, mandioca, cebola e tomates, porque Coró gosta mais de tomate que da Cora. 

O cara é apaixonado por tomate. Quando começaram a preparar o churrasco, Coró perguntou à Cora: 

- O que você vai fazer agora, querida? 

E ela respondeu: Vou pegar seus tomates.....e começo u a cortar os tomates, tendo Coró ficado todo orgulhoso com seus pensamentos tortos.  

Só que a churrasqueira elétrica estava ligada e ela dava choque em todos que encostavam nela. Cora, inadvertidamente  cortando o primeiro tomate, encostou a ponta da faca na churrasqueira e ficou grudada. Começou a tremer e revirar os olhinhos. 

Coró ainda com seus pensamentos maldosos olhou para el a, a viu daquele jeito, já pensou bobagem e foi na direção dela falando: 

- Calma querida, depois do churrasco nós vamos lá para o córrego, só nós dois.. .. deu um abraço nela por trás e também ficou grudado e tremendo. 

Nisso, chegou o padrinho, viu aquilo e cheio de maldade falou: - Calma gente. Tem hora para tu do...  bateu com as duas mão nos ombros de Coró e também ficou grudado e tremendo. 

Daí chegou a mãe dela, viu aquela cena dantesca, in dignada tentou separar o trio e também ficou grudada e tremendo. Chegou o pai dela, católico fervoroso e disse: Isso é um pecado monstruoso e também grudou atrás da velha. 

Graças a DEUS, o disjuntou caiu, desligou a energia e todos também caíram  no chão...Daí, Cora tentou explicar e disse: 

- Fui pegar os tomates do Coró.... e antes de terminar, sua mãe já botou a mão na boca e o pai fechou a cara. 

Bem daí para frente, Cora explicou melhor, todos entendera m a situação e começaram a preparar aquele infeliz churrasco. 

Coró, louco por tomates pegou um e começou a comer. 

Cora então falou: – Achei um coró neste tomate aqui e Coró respondeu: - No meu, tem meio coró.... e como tudo que é nosso agora é dividido, você vai ter que comer a outra metade do tomate!!! 

Cora vomitou!!!  

Escrito por Helio Faria Junior 

sábado, 26 de janeiro de 2013

AS LINDAS MULHERES DO FIM DO SÉCULO


Cientistas mulheres, juntamente com engenheiras alemãs, desenvolveram no fim deste século uma máquina chamada " MÁQUINA DA BELEZA ". A máquina funcionava da seguinte maneira: as mulheres tiravam várias fotos peladas de corpo inteiro e as encaminhavam para especialistas em FOTOSHOP, que modificavam tudo que elas queriam. 

As mulheres iam então até a máquina, escaneavam as fotos, caminhavam peladas por dentro da máquina e saíam do outro lado iguaizinhas às fotos. 

Houve algumas consequências quando as máquinas começaram a ser fabricadas. 

As indústrias farmacêutica e de cosméticos, sofreram forte impacto em suas vendas. Todas as cadeiras de cirurgia plástica de todas as universidades do mundo foram praticamente eliminadas das grades curriculares e a maior concorrência da história dos vestibulares no mundo passou a ser a das faculdades de fotografia. 

 O mundo passou ater duas classes de mulher: As lindas e as muito lindas e os sentimentos de inveja e despeito explodiram para todo lado. A máquina fazia desaparecer as pintas, verrugas, manchas, rugas, peito caído, pelos indesejáveis, buço, mau hálito, unha encravada ou escurecida, beiçola, veias aparentes, micoses, caspa, chulé, catingas em geral, celulites, estrias, gorduras em excesso, bunda murcha e outros detalhes.  

 Como toda nova tecnologia e o desespero dos fabricantes em enriquecer rápido, o processo se multiplicou em todos os países. As mulheres modificadas pelas máquinas vendidas no mundo todo, em menos de um ano, começaram a ter de volta todas as características que tinham antes e ainda pioradas, porque elas passaram a descuidar de alimentação e de cuidados com o corpo porque qualquer probleminha, iam direto e reto para as fotos e para as máquinas.  

 Quando os efeitos começaram a voltar, voltou tudo que elas haviam retirado piorado, as pintas eram maiores e mais disformes, as manchas eram maiores, as gorduras, culotes, celulites e estrias então, nem se fala. 

O desespero tomou conta da humanidade, homens e mulheres. A quantidade de divórcios e de internamentos em hospícios, explodiu. Em vez de concurso de MISS UNIVERSO, passamos a ter concurso de MISS ERICÓRDIA, QUE MULHER FEIA!  

 A fabricação das máquinas e sua utilização foram proibidas a s em todo o mundo. Passamos a ter um mundo de mulheres feias e muito feias que para fazer com que as máquinas voltassem a ser fabricadas, fizeram um grande protesto no planeta: greve mundial de sexo. Ninguém mais dava para ninguém.  

 Rapidamente os projetos das máquinas foram refeitos, desta vez sem efeitos nocivos e voltaram a ser liberadas, fabricadas, vendidas e utilizadas em larga escala em todo mundo e todos viveram felizes para sempre, mesmo com a superpopulação que passou a ter.  

Escrito por Helio Faria Junior 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O QUE É QUE TEM DE MAIS



Na era onde só se deve falar tudo politicamente correto, sob pena de ser vaiado publicamente, acho que esta frase, O QUE É QUE TEM DE MAIS, passou a ser o grande mal do milênio. É assim que os adolescentes começam a fumar, O QUE É QUE TEM DE MAIS, assim que começam nas drogas, o que é que tem de mais, é assim que tudo de ruim acontece com você, porque quem falou vai embora tranqüilo e você que fez o que não queria é que sofre as conseqüências. 
E foi numa dessa que eu embarquei em uma dolorosa aventura. Eu já tenho 58 anos e fui tomar um chopp com um amigo em uma sexta-feira. Sentamos os dois e conversamos alegremente e vocês sabem: grisalho, maduro, solteiro, bonito, alegre, acaba fazendo sucesso com as mulheres. Notei que uma moça que tinha no máximo 20 anos me olhava insistentemente. Comentei com meu amigo que achava muito inadequado uma diferença de idade tão grande e ele me saiu com a seguinte frase: 
- Vai lá, rapaz. Deixe de ser preconceituoso, O QUE É QUE TEM DEMAIS!!! ... 
E o bobão aqui, que não queria ir, foi. Sentei com ela, ficamos conversando alegremente, começou a rolar um chamego e eu só pensava: - Devo ser mais velho que o pai dela! 
Até aí, tudo bem, trocamos nossos telefones, nossos endereços e no sábado às seis horas da manhã, a infeliz chegou em minha casa e como a porta não estava trancada, ela foi me sacudir na minha cama. Ela usava uma roupa de ginástica para lá de sensual e com um sorriso irritante me disse: 
- Acorda amor ( fazia 8 horas que eu a conhecia e já era o amor dela ). Vou levar você na minha academia para  deixar de ser sedentário. 
Mas se ela me conheceu sedentário, porque já queria me modificar??? Levantei, e me preparei para ir para a tal academia. Enquanto tomávamos um café, digo um iogurte desnatado, que eu detesto (me proibiu de tomar café com um imenso discurso), ela me olhou e disse: - Sua sobrancelha está muito feia. Vou pegar uma pinça para dar um jeito nisso. Fique tranqüilo que não dói nada, eu faço isso toda semana! 
Menino, quando ela puxou o primeiro pelo, a pele esticou tanto para frente que senti o umbigo chegar na goela. Peguei logo um espelho para ver se ela não tinha arrancado a sobrancelha toda junto com o olho, a pestana e um naco do nariz. E a dor??? Nunca tive um parto nem pedra nos rins, mas nada pode ser pior do que aquilo. Quando ela quis arrancar o segundo pelo eu disse: 
- Já estamos atrasados para a academia, depois a gente continua esta agradável melhoria de estética. 
Chegamos na academia, fiz uma avaliação médica e fui direto para a esteira, enquanto o professor preparava uma imensa lista de exercícios que fui obrigado a fazer todos, porque ela acompanhou um por um. Eu não podia fazer feio 
Saí de lá duas horas e meia depois com uma vontade danada de me internar primeira clínica de recuperação   que encontrasse. Mas ela não me largou. Fomos direto para o Shopping para comprar “umas roupinhas mais adequadas para mim”. Vocês precisam ver as coisinhas ridículas que ela me fez comprar. Que mico!!! 
Me chamou para almoçar em um restaurante vegetariano, coisinha que eu jamais faria se não tivesse conhecido aquela infeliz. Quase implorei para ir para uma churrascaria, mas não teve jeito. Em seguida ela pediu para passar na casa de uma amiga onde ficaram duas horas no Facebook dando risada, enquanto eu roncava num sofá duro. 
Quando terminamos a caminhada de uma hora e meia que ela me fez fazer em um parque, eu disse a ela que estava indo para o Afeganistão com a minha empresa e só voltaria oito meses depois e então teria que morar no sertão do Piauí. 
Se você, leitor amigo, quiser me reconhecer em algum bar de Goiânia, procure por uma pessoa só em uma mesa, de barba e bigode grandes, boina e óculos escuros, mesmo à noite. Isto porque estou disfarçado e atormentado com a hipótese daquela louca me reconhecer. 
Ah, O QUE É QUE TEM DE MAIS (se eu encontrar aquele meu amigo vou esfregar a língua dele no asfalto quente) 
Escrito por Helio Faria Junior

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PEGUEI A SECRETÁRIA DO CHEFE

 
Existe um tipo de mulher que parece que DEUS faz em formas metálicas, porque são todas iguais. Baixinha, bonitinha na média mas querendo ser a mais linda do mundo, metida a sabida, anda sempre maquiada, até na praia, usa saltos enormes desde os 12 anos, vive fazendo caras e bocas e mestre em criar confusão.
 
Esta é a Denise, a secretária do chefe. Em frente a ela na recepção fica a parede do banheiro masculino onde, por dentro, estão fixados a válvula de descarga do vaso sanitário, o rolo de papel toalha que cada vez que é puxado faz BLOMG, BLUNG, BORORONG, a duchinha higiênica que por um defeito de fabricação emite um chiado alto quando é usado, FÍÍÍÍÍ, e a pia. A tampa do vaso sanitário é rachada, então quando a gente senta ela faz CREEEENK, quando a gente se mexe ela faz CROOOOOONK e quando a gente se levanta ela faz CREEENK, CROOONK, COROROOOONK, e a danada escuta tudo.
 
Como a Denise é muito metida a certinha, cada um que sai do banheiro, ela emite um comentário irritante, sem tirar os olhos da tela do computador:
 
- Porque não lavou as mãos, sugismundo;
 
- Muito bem, duchinha higiênica também é saúde;
 
- Nº 2 outra vez. Você está passando mal??....e atende o telefone mesmo sem que ele esteja chamando só para não esticar a conversa.
 
Outro dia fui chamado para uma reunião externa com figurões muito importantes e entrei no banheiro para me arrumar melhor e me pentear. Quando saí, ela, que sabia que eu ia para a reunião, soltou o veneno:
 
- Foi retocar a maquiagem, querida..... e pegou o telefone.
 
Olhei para ela fuzilando com os olhos e pensei: - Ainda pego você, nanica!!!
 
Até que chegou o dia do troco. Eu estava na copa, o telefone tocou e era a Denise, e antes que eu dissesse "alo" ela disse: 
 
- Um suco e dois pães de queijo para mim na recepção.....puft e bateu o telefone antes que eu respondesse.
 
- É agora que eu pego você, anão de jardim....
 
Coloquei no liquidificador leite, dez gotas de limão, esperei uns minutos e acrescentei bastante adoçante, essência de ameixa, essência de mamão e dez comprimidos de laxante e um iogurte vencido há dias. Bati tudo, coloquei em uma bandeja com os pães de queijo e um bilhete escrito "DENISE". Saí dali, peguei uma chave e tranquei o banheiro feminino e sentei na recepção, fingindo ler uma revista só para ver o espetáculo.
 
Em dois minutos ela ligou na copa e esbravejou:
 
- O suco e o pão de queijo é para hoje ou ainda vão plantar o mamoeiro....e puft bateu o telefone, como sempre.
 
A copeira, apressada trouxe logo aquela bandeja que estava pronta e eu, doido para rir, só olhava discretamente por sobre a revista, esperando a reação.
 
Ela começou a comer os pães, intercalando com goles fartos daquela gororoba. No final do quinto gole a danada começou a esverdear, correu para o banheiro feminino, trancado, entrou no masculino mesmo e todos os sons começaram a irromper pela sala: CREEENK, CROOONK, COROROOOONK, FÍÍÍÍÍí, CREEENK, CROOONK, COROROOOONK, CREEENK, CROOONK, COROROOOONK, FÍÍÍÍÍÍÍ, CREEENK, CROOONK, COROROOOONK, FÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ, BLOMG, BLUNG, BORORONG, BLOMG, BLUNG, BORORONG. Sem pestanejar, sentei na cadeira dela e comecei a jogar PACIÊNCIA SPIDER no computador.
 
Vinte minutos ela saiu do banheiro, ainda meio esverdeada, brava igual a caranguejo na panela com água quente, e eu não perdoei. Sem tirar os olhos do computador e já pegando o telefone, disparei:
 
- Nº 1, Nº2, Nº2, Nº2, N º2, Nº3, 4, 5, 6.... usou duchinha e lavou as mãozinhas, limpinho você, hein mano???
 
Só doeu minha consciência quando a copeira, cinco minutos depois, passou voando para o banheiro com a pele em tons multicoloridos.
 
Desculpe aí, foi mal!!! kkkkkkkkk
 
Escrito por Helio Faria Junior

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MINHA TURQUINHA MORREU


Quem leu o texto MINHA TURQUINHA FOI AO PROGRAMA DO JÔ, de dezembro de 2012, no blog http://oliviaebolivia.blogspot.com, conhece a peça rara que é a minha turquinha em termos de economia. Ela comia melão e com a casca fazia doce em compota. Só comprava couve-flor com folhagem para usar as folhas que, depois de picadas, viravam farofa. Até as latinhas de cerveja e refrigerante ela amassava e vendia por quilo.

Às vezes alguns catadores passavam em nossa rua revirando os lixos para ver se encontravam alguma coisa. Pois esses dias cheguei em nossa casa e todos os lixos de todos os vizinhos estavam revirados, menos o nosso porque até os catadores sabiam que ali não iam encontrar nada que prestasse.

Com muito custo em termos de convencimento e muita economia, consegui comprar uma HILUX SW4 AUTOMÁTICA que era meu maior sonho de conforto em termos de carro, mas ela me obrigou a comprar também um FIAT 147, que só ela dirigia porque dizia que fazia isso melhor que eu. Ela só andava na banguela e nas suas contas o carro fazia 21 quilômetros por litro.... também, pudera!!!

Um belo dia, passeando no nosso carrinho econômico, fomos assaltados. O ladrão devia ser biruta para querer roubar um carro cujo som valia mais que o carro... Minha turquinha não queria entregar aquela porcaria de jeito nenhum, se atracou com o ladrão e ele, infelizmente, deu um tiro certeiro que levou minha turquinha embora. No caixão, ela mantinha a cara brava que ficou quando fomos assaltados e não conseguimos cruzar suas mãos uma na outra porque permaneciam fechadas. Nem depois de morrer minha turquinha abriu a mão.

Dos céus, veio um anjo para levá-la mas ela argumentou tanto, chiou tanto que ele pediu reforço e vieram mais onze anjos para levá-la. Imaginem doze anjos subindo para o céu com aquela alma esperneando tudo que podia. Ela se debatia tanto, que quando eles cruzaram com um avião carregado de saquinhos de leite, o avião, de muito sacudir, chegou ao destino carregado de saquinhos de manteiga.

A viagem até o céu foi um inferno. Todos os anjos que ajudaram a levá-la pediram aposentadoria ao chegar lá, isso depois de darem uns sopapos no primeiro anjo que pediu os reforços. Chegando a São Pedro, a conversa foi difícil e tudo que ele falava ela rebatia com dez argumentos e acabava dizendo:

- Eu quero boltar bara meu Helio!!!

São Pedro negou e disse a ela que por conta da avareza e outras maldadezinhas que havia feito na Terra ela tinha que passar um periodozinho no purgatório. Aí começaram novos problemas, porque a notícia da subida ao céu circulou rapidamente e nenhum anjo queria acompanhá-la.

- Turquinha, o tempo aqui passa diferentemente do tempo na Terra. Veja você mesma, o Helio até já casou de novo e hoje já está bem velhinho, quase pronto para vir para cá.

Ela então se aquietou, abaixou a cabeça mas assim mesmo fez uma última exigência:

- Zão Bedro, eu posso ir socinha e quietinha bara burgatório desde que bocê me brometa que quando Helio chegar aqui bocê banda ele brá lá também!!!

Quando cheguei lá, São Pedro tentou me mandar para o purgatório, mas eu argumentei:

- Meu juramento foi "até que a morte os separe". Pára com isso, cumpri meu juramento e vou ficar por aqui mesmo!!!

Escrito por Helio Faria Junior

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ASSASSINARAM O PORTUGUÊS


Eu não sou um mestre em escrever e falar nossa tão difícil língua  mas pelo menos me esforço para me aprimorar a cada dia lendo bastante e escrevendo bastante com os olhos sempre voltados para o corretor ortográfico de textos.
 
Mas tem algumas pessoas, que falam errado, escrevem errado e não adianta você tentar corrigir, porque além de não adiantar nada, essas pessoas costumam ficar bravas e às vezes até param de falar com você.
 
Certa vez, uma das babás de minhas filhas, que estava dando comida para elas deixou o garfo cair no chão, me viu entrando na cozinha e me pediu:
- Seu Helio, dá para o Sr. pegar um GAUFO limpo na gaveta, porque este aqui caiu no chão?
Eu polidamente e para evitar que minhas filhas crescessem falando daquele jeito, lhe corrigi.
- Não se fala GAUFO, está errado.....e antes que eu continuasse, ela se levantou, colocou as duas mãos na cintura e com um risinho de deboche, me retrucou:
- Se GAUFO está errado, como é o certo???
- GARFO, respondi.....ela riu e me retrucou de novo:
- Não é não, o certo é GAUFO.
Conclui que onde ela vivia, todo mundo falava GAUFO e ela havia aprendido a falar assim, por isso achava que eu estava errado e ela certa. Bem, no fim ela aprendeu a falar certo e espero que tenha ensinado aos outros.
 
Outra coisa que muita gente fala errado e chega a doer nos ouvidos é este clássico:
- Estou gorda, preciso comer MENAS comida!
 
Isso é para revirar o Aurélio da tumba. Criatura de DEUS, MENAS não existe, não complique nossa língua que já é tão complicada. Diga "menos", "menos, "MENOS". Aliás, tem coisas que eu não entendo. Por exemplo, porque casa se escreve com "s" e não com "z" se existe a letra com som próprio. É uma regra que algum doido criou para dificultar o aprendizado da língua, especialmente pelos pobres estrangeiros.
 
Outra clássica mancada é quando alguém responde uma pergunta sua com; - Aí vareia!!! Dá vontade de pegar este ser vivente pelo colarinho e sacudir bastante até ele falar certo. Repete comigo: - Aí, varia, AÍ VARIA! Enquanto você não falar direito eu não paro de sacudir!!!
 
 Com o passar dos tempos essas pessoas, muito criativas, vão disseminando novos erros ardidos. Outro dia em meu trabalho, fui devolver uma caneta a uma colega de trabalho, porque eu precisava escrever um texto para ela e estava sem caneta. Essa amiga é culta, formada, estudiosa e grande leitora diária e eu lhe agradeci: - Muito obrigado!
 
E ela me respondeu na lata: OBRIGADA EU.....

Senti vontade de pular pela janela e só não o fiz porque a janela tinha grades e estávamos no térreo.
Fiquei desorientado sem saber o que fazer e ela pensou que eu estava passando mal andando apressadamente de um lado para outro e mordendo os lábios para não gritar: - OBRIGADA EU NÃO EXISTE, ESTRUPÍCIO, DIGA "EU QUE AGRADEÇO" OU QUALQUER OUTRA MELECA, MENOS OBRIGADA EU!!!

Bem, eu não fiz nada disso, apenas saí da sala suando frio. Eu sei que não vou corrigir o mundo, mas pelo menos, três dicas ficam aqui e se no texto eu escrevi alguma coisa errada, não precisa me sacudir, nem gritar comigo nem me chamar de estrupício. Fale com doçura que eu entendo e me corrijo.
 
 Escrito por Helio Faria Junior 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A GOSTOSONA FICOU IMPOSSÍVEL



Depois que a Luciene, A GOSTOSONA DO ESCRITÓRIO (TEXTO DE DEZ 2012 NESTE BLOG) leu o texto que fiz para ela, ficou impossível. Antes ela se achava a última bolacha do pacote. Agora ela se acha a única bolacha do pacote. Com sua mudança de atitudes ela não se deu conta que tinha muito a perder. 

A blusa verde, passou a ser usada toda semana e as saias passaram a ficar mais justas e curtas e as blusas com decotes mais ousados ainda. Tivemos inclusive que frustrar a tentativa de ser encaminhado, pelas esposas dos colegas casados, um abaixo assinado para que Dr. Homero coibisse os abusos da gostosona. A primeira atitude estapafúrdia dela foi de se inscrever no concurso MENINA DA CAMISETA MOLHADA DE JARAGUÁ.

Bem, só com isso ela já perdeu o noivo que além de lhe dar uma esculachada geral ainda desapareceu, evaporou no mundo. Não preciso nem dizer que a turma do escritório foi em peso para Jaraguá no dia do concurso. O negócio lá era que as meninas que iam desfilar tinham que usar um biquine minúsculo e uma camiseta BABY LOOK, curtinha e sem sutiã e a rapaziada jogava água para a camiseta grudar no corpo e deixasse à mostra os atributos das garotas.

Nossa gostosona estava empolgadíssima, mas começou a ficar meio sem graça quando teve que caprichar na depilação para que a calcinha do biquine não ficasse com bigode. Ela também não se deu conta que ia ser toda molhada, inclusive seus cabelos tratados à base de muita chapinha.

Na hora do concurso, Luciana entrou eufórica no palco, se achando e sorrindo muito para nossa galera que estava em delírio com gritos histéricos e faixas (A GOSTOSONA JÁ GANHOU). Quando a água começou a cair nas meninas, Dr. Homero, que não ia perder o concurso por nada desse mundo, apesar de ser muito circunspecto, conseguiu balbuciar algumas palavras com seu queixo já caído na altura do umbigo:

- Nossa, eu não tinha noção que ela era tudo isso. 

Sua esposa, que estava ao lado, deu-lhe um tabefe tão grande que colocou o queixo no lugar. Até aí, tudo ia bastante bem e Luciene estava mesmo bem cotada. De repente, ligaram os ventiladores para secar as meninas. Luciene entrou em pânico e quando o vento acabou, ela parecia estar com uma peruca feita de resto de vassouras de piaçava usadas. Literalmente uma bruxa, do pescoço para cima, porque daí para baixo o espetáculo continuou, agora toda arrepiada.

O triste fim de nosso episódio foi que nossa GOSTOSONA ficou em último lugar, sem prêmio, sem título, sem emprego, porque a mulher do Dr. Homero exigiu sua demissão sumária, sem noivo e virou motivo de chacotas no escritório. Pobre gostosona, deixou sua pequena fama subir à cabeça e deu no que deu. Acho que vou consolá-la, tadinha!!!

Escrito por Helio Faria Junior

domingo, 6 de janeiro de 2013

TOLERÂNCIA ZERO



Tem muita gente neste mundo que faz tanta pergunta ou observação idiotas, que dá vontade de dar umas respostas deselegantes. Todas as respostas das situações que vocês vão ver aqui, não foram dadas, apenas, por finíssima educação , foram apenas pensadas.
Quando minhas filhas gêmeas nasceram, fui passear com elas no Shopping da Barra com aqueles carrinhos de bebê duplos. Eu não consegui dar cinco passos sem que alguém me parasse. E tinha que ser simpático sempre!
Lembro bem de uma senhora que ficou encantada, de longe ela veio apressada para ver as meninas, parou na frente do carrinho e disparou a clássica pergunta:
- São gêmeas???
E eu respondi:
- Não, nasceu só uma e eu tirei um XEROX.....
Lógico que são gêmeas, neném já é tudo meio parecido mesmo, imagine gêmeas!!! Era cara de uma, focinho da outra.
Em seguida veio também uma Clássica observação:
- A prima da vizinha do cunhado do porteiro, irmão de um tio de uma sobrinha da sogra da colega da irmã do dentista de um amigo de meu marido também teve filhas gêmeas!
Daí, você olha e vai responder o que???
- Que bacana!
- Você sabe qual é uma e qual é outra??? ...Sempre perguntam isso.
- Não senhora, por isso mandei tatuar  na bunda de cada uma.....FILHA 1 e FILHA 2
Lógico que eu sei, que pai não reconhece suas filhas???
Mas no meio de tanta mesmice, às vezes alguém aparece com uma observação criativa e inteligente.  Quando as meninas tinham dois anos, fui fazer compras em um supermercado de Cuiabá com as duas empezinhas no carrinho. Quando cheguei no caixa para pagar, uma senhora muito simpática, encostou seu carrinho atrás do nosso, veio ver as meninas e perguntou:
- Em que prateleira você achou esses produtos, eu também quero...
Gentilmente respondi:
- Dessas não tem mais, mas a senhora pode achar similares por aí...
Mas a pior de todas, e que ficou sem resposta, foi quando fui visitar a avó delas em uma pequena cidade do interior do Mato Grosso do Sul. Como as meninas são de proveta, foi uma novidade na cidade e uma senhora bem humilde, cinco minutos depois que eu cheguei com as meninas lá, bateu palmas no portão, eu me aproximei e ela, com toda a simplicidade do mundo, disparou:
- Eu queria ver as meninas de proveta para ver se são iguais aos nenéns NORMAIS!!!
- Onde a senhora parou a carroça que veio puxando??...Perguntei!!!
Jesus, acenda a luz. Fiquei sem resposta, mas para que não corresse a notícia que eu havia trazido dois ET’s para a cidade, concordei. Mas que tive vontade de esganá-la, isso eu tive!!!

Escrito por Helio Faria Junior

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ENFIARAM UMA LOUCA EM MEU GPS



Todo mundo que tem GPS sabe que não dá para confiar muito naquela coisa. O que eu comprei veio com uma doida dentro que fala uma besteira atrás de outra e eu tenho que ficar interpretando o que ela diz o tempo todo. A viagem de ida foi tensa e com muitas discussões entre a gente.
Semana passada eu fui passar o réveillon no Rio de Janeiro com a minha mãe e na hora de sair, liguei o GPS, escrevi “GOIÂNIA”  e em seguida informei que era o destino final. Até aí, tudo certinho, mas a maluca do GPS não abriu a boca. Não sei se estava chateada por passar a virada do ano sozinha dentro do carro ou se notou que eu estava muito bravo com ela.
Como conheço muito bem o Rio, saí tranquilamente pela linha vermelha em direção a Petrópolis, a mocinha se mantinha muda e eu observava o mapa. De repente, sem mais nem menos o GPS desligou. Parei o carro, liguei o bicho e repeti o procedimento inicial. A maluca resolveu então falar. Todo o problema começou na entrada de Belo Horizonte.
- A 300 metros mantenha à esquerda para a BR 060...disse a estabanada, e eu lhe respondi:
- A 300 metros é uma floresta, sua estabanada! E ela respondeu:
- Dirija 2,7 quilômetros.
Daí a pouco a sem noção falou de novo:
- A 300 metros mantenha à esquerda para a BR 060...e eu retruquei:
- Só se você quiser que eu suba o barranco que tem lá, estrupício!
Para pegar a BR 040, até que ela orientou direitinho, entrei na estrada. Como eu já tinha perdido a confiança nela, fiquei nervoso com a falta de placas indicando BRASÍLIA ou GOIÂNIA. Vi uma placa onde se lia “CREMATÓRIO E CEMITÉRIO A 3 KM” e eu não deixei barato:
- Fala agora que tem um crematório e um cemitério esperando por mim, maluca.
Acho que ela se ofendeu. Daí para frente, cada radar que eu passava ela não avisava e quando não tinha radar, ela ficava histérica:
- PIPIPI...PIRIRIPIRIRI.....PIPIPIPIRIRIPIRIRI....PIPIPIPIPIIIIIIIIII.... e eu diminuía a velocidade para a indicada no aparelho. Nunca tantos motoristas ofenderam minha doce mãezinha e a esposa que não tenho ao mesmo tempo. Quando uma carreta tentou passar por cima de mim, fui para o acostamento, me desculpei com a desorientada e seguimos viagem.
Chegando em Goiânia, ela queria que eu entrasse dentro de um córrego e foi a gota d’água. Xinguei a danada de tudo que é nome feio que eu sei, inclusive aqueles que os motoristas falaram para mim ofendendo minha doce mãezinha e a esposa que eu não tenho.
Quando finalmente resolvi desligar o aparelho, ainda deu tempo dela falar uma última frase:
- Nossa, como você está bruto, Helio!!!
 
Escrito por Helio Faria Junior

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

UMA FOTO EM FAMÍLIA



Ontem, com a base da família toda reunida na casa de minha mãe, resolvemos tirar uma foto. Eu, minha mãe, minhas duas irmãs com seus respectivos maridos. Tem certas coisas que todos pensam que sabem fazer, como cozinhar, passar roupa, dirigir e várias outras coisas, inclusive fotografar.

Sentamos os cinco no sofá e guardamos um lugar para minha irmã mais velha que pousou a câmera em cima de uma mesinha fininha e muito alta, ligou o temporizador, clicou para bater, correu e sentou. Ficamos todos uns três minutos inteiros com aquele sorriso armado no rosto e nada da máquina se manifestar. Falando com os dentes cerrados eu disse:

- Eu acho que esta coisa está filmando!!!

Todos riram e minha irmã foi ver o que tinha acontecido e caminhou firmemente na direção da câmera. Foi chegando pertinho, pertinho, olhou firme e seriamente para ela e.......SPLASH....o flash pipocou e na foto (que foi deletada imediatamente),  só aparece o nariz dela e seus óculos fora de foco!

Fomos para a segunda tentativa. Tudo preparado, temporizador acionado em 15 segundos, após uma longa discussão de qual seria o tempo adequado, clicou, correu e no meio do caminho....SPLASH....na foto, só apareceu a bunda dela que foi imediatamente deletada. Não a bunda, a foto da bunda!

Terceira tentativa, novo clique, nova corrida, um tropeção no tapete virado e caiu de cara no colo do meu cunhado. Pela cara de dor alucinante dele, parece que os óculos fizeram um estrago legal em seus países baixos. Naturalmente, a foto foi deletada.

Décima nona tentativa. Temporizador ligado, clique acionado, início de nova corrida, interrompida por minha irmã que derrubou a mesinha onde estava a máquina que acabou por tirar uma bela foto do lustre da casa.

Trigésima e última tentativa, tudo correu perfeitamente de acordo  com o planejado. O único porém é que minha irmã não apareceu na foto. Como nossa paciência havia se esgotado e já estávamos quase esbofeteando uns aos outros, sentamos minha irmã no lugar reservado para ela, sem mais ninguém na foto e no fotoshop juntamos as duas fotos. Quem quiser ver, está no meu Facebook. Esta foi a última lambança de 2012. Feliz 2013 a todos!!!

Escrito por Helio Faria Junior