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domingo, 11 de dezembro de 2011

SE MEU FIAT FALASSE

O mais velho de nossos sete filhos, (Sei... Sete é demais) concluiu a faculdade em outra cidade. Eu naquele dia, por motivos profissionais, não pude ir, e meu docinho foi sozinha, de avião, com seu chapéu e seus óculos escuros imensos que mais pareciam escudos antiaéreos.
       E lá foi ela, toda toda, metida que só, batom fúcsia, sabe-se lá que diabo de cor é essa, com as pestanas durinhas e as sobrancelhas impecáveis e lindas feitas por uma japonesa bem baixinha, magricela e muito feia, que DEUS me livre e guarde, amém.
       Se você ainda não conhece o perfil de “meu docinho”, pare aqui, procure no blog o texto PROGRAMA DE POBRE EM CUIABÁ, leia e depois volte para ler este. Fica melhor assim!
       Muito bem, saiu de Goiânia rumo a Campo Grande/MS de avião e depois,  pegou um ÔNIBUS  para uma das mais importantes metrópoles mundiais - Pedro Gomes/MS.
       Pedro Gomes é pujante, tem mais de 5.009 habitantes, quando nós estamos lá e fica situada no norte do estado do Mato Grosso do Sul, a trezentos quilômetros de Campo Grande e a quatrocentos quilômetros de Cuiabá/MT
       A festa de formatura era no município de Coxim/MS. Fazia um calor tão grande, que a lágrima só chegava até o meio da bochecha e evaporava. Podia chorar à vontade.
      Na tarde do grande dia, todos eufóricos se arrumavam em casa de Dona Maria Pequena no município de Pedro Gomes e logo depois iriam de carro, para a festa em Coxim que fica distante 50 km.
       Por volta das 16 horas, “meu docinho”, suando em bicas, com enormes bobs na cabeça, era maquiada por seu primo talentoso Marinalvo, que lhe aconselhou, só soltar os cabelos  em Coxim, porque, segundo ele, expert em make-up, o penteado não iria durar.
       Quando chegou à porta de casa, deu-se conta, que no carro iriam com ela, o filho Zequinha (o formando), a namorada dele, Dona Maria Pequena, minha sogra e uma vizinha gorda "que viu aquele menino nascer", e não poderia faltar de jeito nenhum. Todos metidos num FIAT 147, caindo aos pedaços, SEM AR CONDICIONADO, que quando passava de 40 km/h, se tremia inteiro, e iriam andar 50 km só de estrada.
         Todos acomodados, deram início a viagem... Meu docinho, uma ótima motorista, resolveu ela mesma ir dirigindo. Andaram um pouquinho e ela já gritou: _ Fecha o vidro que vai me despentear... Através da manivela que escapava a cada meia volta, fecharam o vidro e  dentro do carro virou uma verdadeira sauna ambulante.  Então ela grita: _Abra pelo amor de Deus esse vidro porque estou suando... E esse foi o dilema pelos longos 50 km.
         Quando já avistavam o Clube Social Coxinense, furou um pneu. Zequinha, de terno e gravata, constatando que o estepe estava murcho, pegou os dois pneus imundos e levou numa  borracharia ali perto. Meu docinho aproveitou a espera, e ali mesmo na calçada, soltou seus cabelos e deu os últimos retoques em sua roupa e em sua maquiagem.
         Tirando o vereador Neto que insistia em tirar uma foto ao lado de meu docinho, lógico, a mulher mais bonita da festa, tudo foi lindo e emocionante e ela só não chorou mais, porque iria escorrer o rímel. Porém, na volta, chorou e abraçou tanto o "filhinho" que mais parecia um vampirinho quando chegou em  casa.
Tem foto de tudo isso, inclusive do Zequinha trocando os três pneus (na volta, furaram mais dois...)
Por Helio Faria Junior

4 comentários:

  1. Posso imaginar o estresse da Marcia gritando para fechar o vidro....rsrsrsrsr

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  2. Nossa, imagino a viagem, como deve ter sido divertida. kkkkk
    A sessão escorremaquiagem por causa do calor foi ótima. beijos e parabéns os textos estão ótimos.Sílvia Sant'Ana

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  3. Eu compreendo muito bem a "docinho".

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  4. Quanta alegria!!!!!!!!!!! rsrs

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