A UTOPIA DO FUTEBOL SEM MOLECAGEM

Antes de entrar no assunto, parabéns Corinthians pelo título merecido. Foi o time que fez mais pontos e esta era a regra para ser campeão. Então, é uma conquista legítima. Isto mostra que em meu comentário não há paixão, só razão.

Na minha juventude, joguei rugby e fui campeão brasileiro como ponta do Niterói, numa época onde só competiam equipes do Rio e de São Paulo. Aproveito para fazer um tributo aos amigos daquele tempo que já se foram. Lembro bem do Collin, um baita amigão. Que DEUS o tenha.

A arbitragem do rugby é extremamente severa. Só fala com o juiz o capitão, com as mãos para trás, de forma muito educada. Se um jogador andar na direção do árbitro falando qualquer coisa, é expulso.

Se um jogador vai com a bola na direção da linha de fundo para fazer o try (equivalente ao gol no futebol) e é derrubado de forma desleal, quem o derrubou é expulso, vale o gol e o chute para passar naquele “H” (traves) é dado da posição mais favorável.

Já em nosso futebol, tudo é uma bagunça. Os caras xingam os juízes, humilham os bandeirinhas dão pontapés criminosos, carrinhos por trás, socos, cotoveladas e nada, absolutamente nada acontece. Em minha opinião, nossos árbitros são fraquíssimos, as comissões de arbitragem coniventes com a bandalheira e tudo isso cheira muito mal. Parece um solo arado e adubado para receber o mal feito. Nessa onda do mal feito estão as federações e a famigerada CBF, ditadura conduzida a mão de ferro, como uma capitania hereditária a décadas.

Vou me referir a um lance do jogo do Corinthians e Palmeiras. O jogador, se eu estiver errado me perdoem, Jorge Henrique,  atacado por um zagueiro caiu no chão, rolando e gritando, com as mãos na canela como se o zagueiro tivesse lhe arrancado o perônio. Por um triz, não vira a maior pancadaria e o jogador, quando viu a chapa esquentar, já levantou com o perônio no lugar e ainda foi discutir. Ou seja, era uma farsa para enganar o juiz.

Agora eu pergunto: O que vai acontecer com o Jorge Henrique??? Agora eu respondo: Nada, vai ser ovacionado por sua torcida e no próximo jogo vai fazer de novo, porque já fez isso várias vezes e nunca nada acontece porque não interessa aos mandatários.

Gente, futebol virou uma indústria bilionária. Porque o Ricardo Teixeira não larga seu trono depois de ter sido acusado de tudo e mais alguma coisa??? Será ele um mártir que sacrifica sua vida em prol do futebol??? Desce daí, Alice!!! É porque a coisa é muito melhor do que pode prever nossa vã filosofia!!!

Então, temos que acabar com essas brechas que fomentam as irregularidades e criar uma situação onde as regras sejam respeitadas e os árbitros capacitados e protegidos. O juiz errou e não puniu exemplarmente o jogador, punição para o juiz e para o jogador, independentemente de haver registro em súmula.

Xingou o juiz, rua, carrinho por trás, rua, cotovelada, rua, técnico ficou mais de dez minutos em pé, rua, qualquer um que  xingar ou se dirigir grosseiramente ao juiz, a um bandeirinha ou ao quarto árbitro, rua, tentou enganar o juiz, rua.

Pessoal, a atitude de jogadores, técnicos e dirigentes dentro de campo, pode gerar até morte fora do campo. A atitude do Jorge Henrique dentro de campo foi ridícula, atitude de moleque e indústria é lugar de gente grande e não de moleques. Se o Jorge Henrique não for punido com rigor, teremos um forte indício de que a impunidade interessa a alguém.

Para ninguém pensar que estou perseguindo o Corinthians, na expulsão de um jogador do Flamengo no Engenhão, foi o maior bafá fá fá. E o que vai acontecer com os responsáveis: N.A.D.A. Quase vira pancadaria porque os jogadores queriam mudar a decisão do juiz. Pode?

Você já viu um pênalti justo? Tudo que é pênalti junta um monte de jogador em volta do juiz contestando a marcação!! Isso só acontece porque virou moda e nada acontece. Parece até que temos uma nova regra: Na marcação de um pênalti é facultado a todos os jogadores esbravejar grosseiramente com o juiz. Ridículo!

Necessitamos acabar com a molecagem no futebol porque ela não nos serve, só serve aos malfeitores. Lei de Gerson, nunca mais, isso aqui é coisa para homem e não para moleques, por mais apaixonante que seja e o rigor na arbitragem não vai tirar a graça do esporte, ao contrário, vai torná-lo mais justo. 

Por Helio Faria Junior