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sábado, 3 de março de 2012

A TRÁGICA MORTE DE UM MARIMBONDO



          Hoje vou contar para vocês a história de Benito, um amigo meu que pediu para ser atrapalhado e entrou três vezes na fila. O cidadão sempre foi escolhido pelo destino para pagar mico. A gente costumava dizer que ele foi concebido quando DEUS estava de férias e quem cuidou do acabamento dele foi um anjo míope.

          O nome dele já não ajudava: Benito de Jesus dos Momentos de Dor Silva. Seu nome foi promessa da mãe em virtude de uma gravidez de risco que culminou com o nascimento de um prematuro de sete meses de gestação, que nasceu com pouco mais de um quilo e tão feio e disforme que o médico, quando o retirou da barriga da mãe, o jogou dentro de um balde pensando que era a placenta amarrotada.

          Mas o bichinho vingou, cresceu fazendo toda a sorte de trapalhadas, mas a pior foi quando ele prendeu um marimbondo caçador dentro do sapato da avó e se esqueceu. No fim da tarde, todos estavam preparados para ir ao enterro do avô que havia morrido na noite anterior, quando a velha, desorientada, enfiou o sapato no pé de uma só vez e espremeu o marimbondo que ferroou seu dedão.

          Com uma dor insuportável, e o sapato arrochado no pé, ela saiu correndo gritando: Ai meu DEUS, ai Jesus que dor, socorro Senhor ...e o carro com o caixão estava saindo da casa dela. Cada passo que ela dava, mais espremia o marimbondo que mais enfiava o ferrão no dedão dela e mais ela gritava. Imaginem a cena: Um carro fúnebre saindo de uma casa, uma velha correndo e gritando como uma louca atrás do caixão e o resto da família toda correndo atrás dela, tentando acalmar a viúva.

          Quando conseguiram agarrar a pobre senhora, tentaram impedir que ela continuasse a correr atrás do caixão e levou um certo tempo até que ela conseguisse explicar que a correria e os gritos eram por causa de um bicho no sapato. Nessa altura dos acontecimentos, o marimbondo já tinha morrido esmagado e seu pé estava tão inchado que tiveram que cortar o sapato com uma tesoura, no meio da rua, com o transito parado porque a avó não conseguia se mover.

          Pobre avô foi enterrado sozinho porque tiveram que levar a avó para o hospital. Com o pé parecendo uma bola e com febre muito alta, essa foi a única alternativa. Mais uma noite em que ninguém dormia e a discussão na família era de como o marimbondo tinha entrado no sapato dela.

          Todos sentiam muita pena de Benito que chorava copiosamente. Todos pensavam que o menino sentia muito a perda do avô, mas na realidade ele chorava era de desespero que alguém descobrisse que ele colocou o marimbondo lá. O que ninguém conseguia explicar era porque a avó tinha posto um saco de balas vazio em volta do dedão que o marimbondo ferroou!!!

          Nossa próxima história vai contar sobre o inacreditável casamento de Benito, que não poderia jamais, ser dentro dos padrões!

Por Helio Faria Junior

4 comentários:

  1. Caríssimo amigo....
    Geralmente quando um neo-escritor ( o que és por que se li é por que o lavraste)inicia nas veredas literárias, ou qual seja a verve lúdica, este o faz geralmente discorrendo sobre sua própria história. O que não nos deparamos ao caso em comento, pois vossa bem nutrida imaginação nos leva a vários caminhos e cada conto, "causo", ensaio ou qual seja a categoria da dança das letras, muito bem orquestrada diga-se, pode nos levar aos mais diversos cantos do mundo. O que, não menos saudável, nos faz viajar ao cenário em que se desenrola a trama. Parabéns, aceite os meus mais humildes cumprimentos.
    Seu amigo/irmão
    VF Versolato

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  2. Coitadinho do Benito..rsrs, e da avó é claro.Mas também não entendi a história do saco de balas vazio..rsrsr!!vai ter continuação???rsrsrs
    Kherlone Garcia

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  3. Doeu até em mim..kkk
    Bom pra rir um pouco..
    parabéns amigo...beijoss!!

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  4. Oi, Helinho

    Muito legal o texto, dá para imaginar a dor da pobre da vovó... Mas também não entendi o lance do saco de balas vazio...

    Continue, grande beijo

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