Alecsandro é uma dessas pessoas radicais com relação às suas
opiniões. Não admitia que alguém torcesse por um time diferente do dele. Achava
que quem tivesse religião diferente da dele era burro. Machão convicto, não
gostava sequer de conversar sobre o assunto de homossexualismo e em sua loja
vendia as melhores esfirras do universo!.
Um belo dia, choveu muito na cidade dele e voltando de uma
festa, sofreu um acidente, foi parar em um hospital e, como perdeu muito sangue,
precisou de uma transfusão. Como a luz havia acabado, os médicos não quiseram
utilizar o sangue que havia na geladeira, e o jeito foi procurar um doador e um
rapaz se ofereceu.
Rapaz, é força de expressão. Não sei como abordar esse assunto,
mas eu diria que ele era uma pessoa FLEX. Vocês me entendem, o rapaz era
alegre, colorido e Alecsandro nem sonha va quem havia sido o doador.
Na volta para casa, após sua recuperação, Alecsandro passou em
uma papelaria, comprou telas, tintas e um cavalete, sentou-se no jardim de sua
casa e começou a pintar flores. Um amigo que passava, estranhou.
Se aproximou
devagar e falou:
- E aí, irmão, já está recuperado¿ Vamos no boteco tomar uma com
a rapaziada¿
Alecsandro respondeu:
- Agora não posso, assumi um compromisso com a natureza e só
posso sair daqui depois de cumprir minha promessa!
No outro dia, Alecsandro resolveu fazer um churrasco, chamou
todos os seus amigos machões sarados, convidou o médico que o atendeu e pediu a
seu médico para convidar a pessoa que havia doado sangue para ele durante sua
cirurgia.
Lá pela uma hora da tarde, a galera estava reunida em volta da
piscina, todos descalços e sem camisa, tomando todas, todo mundo às gargalhadas,
Alecsandro, estranhamente, vestia uma calça social verde clara e uma camisa
salmão, lenço no pescoço combinando com a calça e de óculos escuros, quando o
médico chegou a sua casa, acompanhado de Tadeu, o rapaz alegre que havia doado
sangue, que chegou todo esvoaçante.
Imaginem a cena. Houve um silêncio sepulcral, todos pararam de
rir e de conversar e ficaram de boca aberta, esperando a dupla desfilar do
portão até a piscina. Tadeu, de olhos arregalados e um largo sorriso não se
incomodou, só queria encontrar Alecsandro que veio recebê-lo dando um chilique
de alegria e um grande abraço. Ninguém sequer respirava.
Os dois chegaram abraçados à beira da piscina e Alecsandro começou
a falar:
- Pessoal, este é Tadeu, a pessoa que salvou a minha vida me
doando o sangue que precisei durante a cirurgia. Em retribuição a este ato de
amor humanitário e por ter agora o sangue dele em minhas veias, nós resolvemos
nos casar e convidar a todos vocês para serem nossos padrinhos.
Imediatamente, três amigos começaram a vomitar, quatro
desmaiaram, outros três tiveram que ser atendidos pelo Doutor, pondo sal na
boca porque a pressão tinha caído e os outros cinco ficaram travados com cãibra
generalizada e não conseguiam se mover, nem fechar a boca, nem piscar os olhos. Todos babando!
Depois de atenderem todos os quase enfartados, Alecsandro pediu
a palavra, e um dos amigos gemeu num canto:
- Outra surpresa dessas e eu enfarto de vez!
Mas Alecsandro falou assim mesmo:
- Amigos, isto aqui é só uma brincadeira...
Ouviu-se, então, um sonoro “OHHHHHHH.....”
E Alecsandro continuou:
- Tadeu salvou a minha vida me doando sangue e a partir de hoje
faz parte do grupo de meus melhores amigos.......e eu não quero saber de nenhum
preconceito com ele. Pasmem...ele é flamenguista.
Houve , então, um certo constrangimento, mas Tadeu, apesar de
sua opção futebolística, foi muito bem
recebido no grupo de machões!!!
Escrito por Helio Faria Junior
Quanta imaginação amigo..rsrs
ResponderExcluirtudo o que vc escreve é muito bom..
Concordo,adora as coisas q ele escreve...bjs
ExcluirA história ia ótima, até a parte em que falou do meu time!
ResponderExcluirQue time é teu? rssssss...
Moacir.