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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

BOB FOI PARA O RIO DE JANEIRO

BOB FOI PARA O RIO DE JANEIRO

       Bob é um rapaz simples, que tem este nome em homenagem a BOB MARLEY. Muito trabalhador, nascido no interior de Goiás, mais precisamente na cidade de ALOÂNDIA/GO,  foi criado na roça, numa chácara bem distante da cidade (imaginem) até os seus dezoito anos, quando  então foi  para a capital para estudar e trabalhar. 

       Chegando lá, fez um concurso e passou para uma empresa pública onde começou a subir rápido, principalmente em função de sua dedicação, que o diferenciava dos demais colegas. Até que um belo dia, foi indicado para fazer um curso de capacitação que duraria duas semanas no Rio de Janeiro.

       Aí, começou a epopéia de BOB, porque a maior distância que já havia percorrido foi na estrada de Aloândia à Goiânia. Jamais havia andado de avião e no momento  que foi informado que deveria ir ao Rio de Janeiro começou seu desarranjo intestinal. A primeira reação ,foi dizer que não ira , porém  a turma do “deixa disso” entrou em ação para convencê-lo a ir.

       Um amigo foi até sua casa, para levá-lo ao aeroporto e teve a maior surpresa pois  o encontrou sentado no meio fio, há duas horas, com quatro malas do seu lado. Bob havia colocado nas malas quinze calças, quinze cuecas, quinze pares de meias, quinze camisas, seis pijamas, dez jogos de lençol, dez jogos de toalhas de rosto e de banho, ferro de passar roupa, uma tábua dobrável e mais um monte de tranqueiras.

        O amigo com o maior tato desfez tudo, pôs apenas o necessário em uma mala e explicou que ele ia para um hotel pago pela empresa e que ele teria direito, sem pagar nada, desde o café da manhã, até lençóis, toalhas e pano de chão.

        Chegando ao aeroporto, fez um escândalo pois não queria deixar o despachante da empresa de aviação colocar sua mala na esteira. Acabou sendo  escoltado por dois comissários de bordo  até o avião porque não queria embarcar de jeito nenhum...

        Resultado: Foi literalmente amarrado na poltrona, suando em bicas e morrendo de medo. Quando a aeromoça pegou o microfone e disse “Senhoras e Senhores...” ele tomou um susto tão grade que se abraçou em uma freirinha que estava ao seu lado, que  apos o fato, logo pediu para trocar de assento.

        Dentro do avião a comédia foi total. Primeiro, acendeu um cigarrinho de palha e deu o que fazer para ele apagar. Teve que vir o comandante da aeronave para convencê-lo e assim mesmo ele só apagou o cigarro porque pensou que o cara todo fantasiado era da polícia. Depois perguntou para a aeromoça que empurrava um carrinho, quanto custava uma pinga e um sanduíche...

        Na escala em Brasília, mais um escândalo, ou melhor, vários  escândalos. Quando o avião tocou no chão, Bob suava e rezava com os olhos fechados. Com o impacto, ele se assustou e começou a gritar: - Bateu!!! Vamos morrer... Vai morrer todo mundo... JESUS me proteja... Ai meu DEUS... E só parou de gritar, quando passou as duas mãos em seu corpo e viu que ele e todos estavam inteiros, vivos e muito alegres, pois estavam gargalhando. Devia ser a alegria da chegada!!!

       Se  debateu na poltrona querendo sair de todo jeito, mas como não conseguia tirar o cinto de segurança, a aeromoça a tempo de convencê-lo  de que ainda não havia chegado ao Rio e que eles estavam em Brasília. Não se convenceu muito, mas aquietou!

        A chegada ao Rio também foi digna de filmagem. Primeiro não conseguia se desamarrar, depois desceu do avião por último e viu que o ônibus que levava os passageiros havia saído e perguntou para o piloto que estava atrás dele: - A que horas passa o próximo ônibus?

        Como haviam recomendado que tomasse cuidado com estranhos, não quis entrar na kombi que veio buscar aquelas mocinhas e o “policial” ,nem morto.

        Na esteira das bagagens, como demorou muito a chegar até ela, estava só a mala dele rodando sozinha. Bob, ao invés de pegar a mala, se jogou em cima dela e a abraçou. Tiveram que parar a esteira para ele descer.

        Imaginem Bob, com essa ingenuidade toda, pegando um taxi no Rio de Janeiro rumo ao  hotel. Ia rodar a cidade toda e gastar todas as suas diárias só para chegar.
        Mas DEUS em sua infinita bondade fez com que, as comissárias de bordo dessem a ele uma carona na VAN, afinal, iam para o mesmo hotel.

        Eu deveria contar sua epopéia na Cidade Maravilhosa, falar sobre sua chegada ao hotel e suas peripécias durante as duas semanas mais inesquecíveis de sua vida, mas fica para a próxima... Aguardem!!!
Por Helio Faria Junior

Um comentário:

  1. Rapaz, naquela foto lá do cabeçalho vc tá parecendo o Caio, sabe, jogador e comentarista?

    Moacir.

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