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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A TRISTE SINA DO GALO PROSCHKA E DE SUA FIEL GALINHA DO AÇUDE

Meu avô por parte de mãe, foi uma das pessoas mais fantásticas que conheci. Um simples homem do campo, como se diz, mas com a melhor filosofia de vida que já vi. A de cultivar felicidade. Queria eu ser 10% do que ele foi neste quesito!!!
E foi na fazenda dele, no município de São Fidélis/RJ onde este episódio ocorreu, quase tão fidedignamente quanto eu vou contar. Ele tinha uma galinha, apelidada pela história de “ A galinha do açude”, casada com um Galo chamado PROSCHKA, em homenagem a seu vizinho e amigo polonês de quase dois metros de altura, 130 quilos bem distribuídos, com todos os pelinhos visíveis loiros( os invisíveis, nós não sabemos até hoje), até as pestanas e os cabelos do sovaco do homem eram loiros, esbanjava simpatia e se chamava STANISLAW PROSCHKA.
Como brasileiro adora tripudiar em cima de tudo, chamavam o pobre coitado de PROCHA. Ele, muito educado, dava um sorriso e respondia  tantas vezes quantas o chamavam errado:
- Bom dia Seu PROCHA!!!
- Pom Tia, meu nome não ê PROCHA, meu nome ê PROSCHKA, STANISLAW PROSCHKA. Mas não tinha jeito, até o galo a rapaziada apelidou de PROCHA.
Mas o galo, andava triste porque ele era estéril e não conseguia “galar” os ovos da galinha do açude, e de tanto tentar e se decepcionar, PROCHA acabou, de fato, ficando brocha. Aí foi o fim do mundo. Ninguém conseguia animar o pobre galo.
Um dia, passando na porta da cozinha, ele ouviu minha avó conversando com Dona Gertrudes, empregada que trabalhou com ela por mais de cinqüenta anos:
- Gertrudes, vai lá no galinheiro e pega aquele frango preguiçoso (era o frango que sempre ficava na ponta do primeiro poleiro) e faça no molho pardo!
PROCHA correu para o galinheiro, deu umas bicadas no frango que saiu correndo e ficou no lugar dele. Dona Gertrudes, bem velhinha nem notou, pegou o galo pelo pescoço que acabou na panela. Não precisa nem dizer que a Galinha ao molho pardo (pobre Procha, depois de morto ainda virou galinha) ficou dura, horrível, e puseram a culpa na idade da cozinheira.
Com o sumiço de Procha, a galinha do açude era só tristeza e algum iluminado pôs ovos de pata para a infeliz chocar. Quando os patinhos nasceram, ela achou meio estranhos aqueles bichinhos amarelinhos, mas achou lindos os seus primeiros filhos. Os patinhos saíram gritando “QÜÉM QÜÉM” para todo mundo ouvir e a galinha do açude saiu atrás toda orgulhosa.
Quando eles pularam no açude, ela se arrepiou inteira e ficou na beira do açude correndo de um lado para outro e gritando:
- COCORICÓ,  COROCOCÓ, CORICOCÓ, COCOROCOCÓ...
Que traduzido do Cocoriquês para o português quer dizer:
- Saiam daí meninos, é perigoso....se não sairem agora eu vou aí pegar vocês...
E quando o primeiro patinho enfiou a cabeça dentro da água, ela não se controlou mais e TCHIBUM, pulou dentro do açude e nunca mais foi vista.
Hoje, quando eu vejo uma mãe muito zelosa eu falo para o meu docinho:
- Olhai aí outra galinha do açude!!!
Por Helio Faria Junior

5 comentários:

  1. Legal, Helinho... uma galinha chocando ovos de pata é bem engraçado... e depois do suicídio do namorado, a coitada desesperada com os "filhinhos" em "perigo"... quanta imaginação!!!. Muito bom... Bjks

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  2. Poxa...que triste mesmo, um galo suicida e uma galinha cega e doida,rsrsrsrsr....tadinho dos patinhos orfãos!!!!
    Kherlone Garcia

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  3. elisa thomé da silva28 de janeiro de 2012 às 01:52

    Gostei da história. É muito doido (gente e bicho) em uma só história. Qualquer semelhança com pessoas reias será mera coincidência?

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  4. Eo galo? pra onde foi? e a galinha ficou com os pintinhos e patinhos? kkkkkk

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