MINHA VIZINHA FICOU SEM PINTO

Lá vem você com sua mente poluída de novo. Não, ela não se separou......Não, ela não ficou viúva....NÂO!!! O namorado dela não sumiu....Estou falando de pinto mesmo, piu, piu, piu, o filho da galinha, o galo Junior, este mesmo!!!

Tudo começou quando um grande amigo dela lhe deu o pinto. Você é engraçadinha mesmo....para seu governo minha vizinha é muito séria! O grande amigo que só não nasceu jegue porque na hora de teclar, DEUS bocejou e em vez de escrever JEGUE escreveu GENTE, daí nasceu esse estrupício que dá de presente para uma amiga, que mora em um apartamento no coração de Goiânia, um pinto, um galo Junior!!!

Muito bem, a moça, educada na Sorbonne, não teve como recusar, até porque quem recebeu o pinto do amigo foi sua sogra. Está difícil escrever esta história real, porque sua imaginação fértil está me atrapalhando.

Bem, quando ela chegou em casa, depois de uma básica e diária visita ao Shopping, onde ela foi fazer cabelo, pé, mão, sobrancelha, cotovelo, calcanhar, umbigo, sovaco e virilha, minha vizinha chega no apartamento e encontra a sogra deitada no sofá segurando o pinto do amigo dela, quero dizer, segurando o galo Junior que o amigo jegue tinha deixado lá!!! Ufa!

Aí começou o drama. Os trigêmeos, meninos bonzinhos de quatro anos, queriam por tudo esganar o pintinho. A sogra, que já devia ter uns duzentos anos, e praticamente morava com ela (só ia em casa fim de semana, no aniversário da Senhora Santana), manca, surda e quase cega, gritava, andando pela casa, igual uma louca, dizendo: “ O gato vai comer o pinto do amigo da mulher do meu filho!!”. Só que o gato, que ela tinha ganhado quando o seu filho (e marido da minha vizinha) nasceu, era muito velho, banguela, não andava, era surdo e só ela achava que ele representava perigo. Nem a cadela da filha dela, que passava uns dias ali, dava bola para o gato.

O circo pegou fogo quando o casal foi internar as babás dos meninos em um hospício.  Chegando em casa, havia uma ambulância do SAMU levando a velha, que tinha quebrado a bacia e um fêmur em um tombo. A vovó explicou ao policial que caiu quando correu atrás do cachorro do filho dela, o qual havia traçado a cadela da irmã, porque ela tinha mordido o pinto do amigo da nora dela porque os meninos trigêmeos não paravam de apertá-lo o dia todo.

Bem, acho que o policial, ficou meio assustado com a história e resolveu levar todo mundo para a delegacia, porque ele não queria contar ao delegado, o que acabara de ouvir, pois, para ele, era tragédia demais em tão pouco tempo.

Tudo explicado, voltaram para a casa, sem as babás que ainda se encontram no hospício por representar perigo à sociedade, a velha que deve ficar mais uns oito meses no hospital, até consolidar os ossos, e o pinto, coitado, sem culpa nenhuma nesta sórdida história, não resistiu às mordidas da cadela da irmã de seu dono e morreu!

Assim fica registrado para a posteridade porque minha vizinha ficou sem pinto e porque meus leitores têm suas mentes tão poluídas.