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domingo, 20 de novembro de 2011

TRÊS GATINHAS E UMA VACA




Vocês sabem daquelas histórias do tempo do Dom João Charuto, que começavam assim: Era uma vez... 
Pois é, era uma vez  uma fazenda chamada Recanto do Dorminhoco, que pertencia a Maria Regina e a sua mãe Maria Pequena. Ela, sua prima Maria Leide e uma grande amiga, tipo, melhor amiga, chamada Léia, todas solteiras, todas bonitas, todas folgadas e todas metidas, resolveram ir para o Recanto do Dorminhoco, e Maria Pequena (que devia ter o apelido de xulé, não largava do pé da filha) também foi junto. A palavra fazenda parecia mágica, quando pronunciada, Maria Pequena não resistia, pulava  dentro do carro  e de lá não saía de jeito nenhum.
Nessa época, só quem tinha carro era a metida da Maria Regina. Era um FIAT PRÊMIO diga-se  de passagem, VERMELHO.  Juntaram os paninhos de todas e resolveram tomar sol  na fazenda, e eu não preciso nem dizer que, com o rizador frouxo. Se você perguntar do que riam, nem elas sabiam, mas riam o tempo todo. Dava câimbra no queixo!
As malucas chegaram na fazenda e logo resolveram  ir para o córrego tomar banho. Socaram a coitada da Maria Pequena na cozinha, se enfiaram em seus biquininhos minúsculos e lá foram as três. 
Como o córrego ficava muito longe, uns trinta e oito metros de distância mais ou menos, foram de carro. Aliás, um legítimo carro de viúva, nada funcionava direito, tudo amarrado com arame, porta, pára-choque, escapamento, tudo. O banco do passageiro era tão velho e macetado que quem sentava nele ficava com as sobrancelhas na altura da parte baixa da janela. Era tão empoeirado que tinha que borrifar água antes de entrar para baixar a poeira. Chamar aquilo de carro era uma ofensa a qualquer Chevette. Ah! O pára-brisa era todo rachado, como se tivesse levado um tiro, mas protegido com esparadrapo.
Maria Leide e Léia, sentaram em cima do porta malas, para já ir aproveitando o sol.  Cada uma cruzou seu par de pernas que diga-se de passagem.....bem, deixa prá lá! Foram na direção da prainha do córrego pelo meio do pasto. 
As gargalhadas eram estridentes e altas e eu não sei do que riam, porque não falavam nada, só riam, que chamaram a atenção de uma vaca recém parida no meio do pasto que enfurecida, partiu pra cima do VERMELHÃO( o automóvel).
Léia  viu primeiro e disse: - Olha a vaca!!! E Maria Regina respondeu no alto de sua sapiência (não sabia diferenciar uma vaca de um jegue): - Tem problema não!!! E pisou no acelerador. A vaca, vendo as três gralhas  aos berros , começou  fungar e correr atrás. Maria Leide ria e gritava: acelera! E Maria Regina  acelerava , e a vaca atrás.
Só não contavam, que o frouxo do riso de Maria Leide gerasse uma incontinência urinária . Em português claro,  ela mijou nas calças!!!
Mais apavoradas  elas gritavam: - ACELERA!  E Maria Regina acelerava e a VACA  também.
As duas , ensopadas de xixi, começaram a deslizar  de um lado para o outro gritando: PÁRA QUE EU VOU CAIR!!  Maria Regina então freava e a vaca se aproximava.. E as duas gritavam ACELERA!  A VACA...e Maria Regina aceleravam:  e as duas gritavam- PARA QUE EU VOU CAIR....
Choraram, riram, mijaram  e deram tanta volta, que eu não sei se a vaca cansou ou se assustou, só sei que se afastou e só então nossas três gatinhas puderam se refestelar ao sol a beira do córrego porém, sempre com um olho na vaca. 
Na volta, mais tranqüilas , bronzeadas e precavidas, decidiram ir dentro do carro!!!
Por Helio Faria Junior

Um comentário:

  1. KKKK...Bom demaais!!! vc me surpreende a cada dia com essas histórias...é pra acabar com os piquis de Goiás...rsrsr

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