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terça-feira, 22 de novembro de 2011

NOSSA PRIMEIRA VIAGEM À EUROPA - PARTE II

Muito bem, se você não leu o Primeiro capítulo, é melhor parar aqui, procurar no blog, ler e depois voltar para entender melhor nossos comportamentos .
No mesmo dia da gloriosa chegada em Londres usando nosso livro FROMMER’S EUROPA 50 U$ POR DIA encontramos um hotelzinho gostoso e baratinho na Succes Road (não sei bem se é assim que se escreve), fizemos todos os passeios tradicionais e enfrentamos o inferno de sair de Londres com o carro com o volante do outro lado, levando um susto a cada cinco segundos. Enquanto não saímos da cidade, minha esposa não parou de gritar.
De volta ao Eurotúnel, sem graça de novo, chegamos à França e fomos em direção Leste rumo a Itália, passando pela Alemanha. Quando entramos na Alemanha, a primeira confusão logo na alfândega. O guardinha, grosso que nem toco de açougueiro, gritando prá variar em alemão e eu que falo bosta nenhuma de alemão só consegui falar :- Friend of Count(Amigo do Conde) Waiss Füdder!!!
Sei lá o que ele entendeu, só sei que deu uma carimbadinha nos dois passaportes e fomos em frente. Parei uns 500 metros à frente para controlar e riso, não bater o carro ,nem fazer xixi nas calças também....sim também , porque meu amor não teve esse tempo e nem esse controle. Vocês devem estar lembrados da história das TRÊS GATINHAS E UMA VACA. Defeito de família, retentor frouxo!
Adiante uma placa enorme, bem grande mesmo, escrito AUSFART. E eu, com sorriso de boca torta e olhos a meio pau disse: - Querida, vamos passar pela primeira cidade da Alemanha. Mais 500 metros, de novo: AUSFART. Na quinta placa, AUSFART meu docinho pegou a maquininha tradutora e escreveu AUSFART, quer dizer SAÍDA em alemão....silêncio da minha parte e riso irônico , da parte dela.
Entusiasmado por dirigir nas autopistas de lá, na cabeceira de uma ponte, a velocidade máxima era 100 km/h, com 4% de tolerância e eu, me sentindo o máximo, passei a 108 km/h. Resultado: Me mandaram seguir um carrinho da polícia, acabei discutindo, com uma policial alemanzona de uns 150 kg, que falava um inglezinho de péssima qualidade, fui multado e intimado a pagar a multa imediatamente. Quase invoquei o Conde de novo, mas paguei e fui embora.
Já era noite quando chegamos à Suíça onde morava um primo meu. Depois de meia hora explicando como chegaríamos na casa dele, conseguimos chegar, porém, já em frente ao predinho dele, eu completamente cansado e confuso, não tinha certeza de estar na rua certa. Dei ré, subi na calçada, o carro morreu, esbravejei , e meu primo, que ansiosamente nos esperava, assistia tudo de sua janela pensou: Esse aí não é suíço, só pode ser o primo brasileiro.
Mais tarde saímos para jantar e na volta, com meus intestinos dando pulinhos corri ao banheiro , quando o primo educadamente nos recomendou: - Aqui é proibido dar descarga depois das dez horas da noite.....Danou-se, tive que deixar o orgulho do papai amanhecer lá, boiando...
Mas deixe isso prá lá, seguimos viagem e na hora do almoço chegamos à cidadezinha de Saint Gotard, neve prá tudo que era lado, dava até medo, paramos em um restaurante onde só havia um casal almoçando e travei com o garçom o seguinte diálogo:
- Do you speak english?
- Nicht (não)!
- French?
- Nicht!
- Spanish?
- Nicht!!!
Aí eu apelei: - Japanes? Nicht...Greec? Nicht...Korean? Nicht... Portuguese?
E uma voz no fundo do restaurante disse: - Eu falo português.
A princípio pensei que era DEUS, tamanho meu desespero e alegria, mas era um casal sentado próximo a janela, o cara era português e foi ele que salvou nossa lavoura e a nossa fome claro....
Seguimos pelos Alpes rumo à Bella Itália e depois de tirar quatrocentas fotos de tudo que era bolinho de neve que encontrávamos, chegamos a Florença onde meu amorzinho queria beber cultura. Em uma feira de artesanato eu tentava orientar uma avó brasileira com sua netinha e meu amor cutucava minhas costelas perguntando (só umas vinte vezes): Como fala "quanto custa em" italiano?
- É QUASE IGUAL AO PORTUGUÊS, AMOR ..."Quanto costa"
E La foi ela para uma barraca de quadros... Quanto costa... Quanto costa... Quanto costa...
Chegando a barraca, toda metida, levantou o nariz e falou em belíssimo italiano: - QUANTO COSTA???
E o cara respondeu: Bah!! Pode falar em português mesmo, porque sou gaúcho!!!
Ela xingou a mãe, as irmãs, as tias, as filhas as netas e as vizinhas do gaúcho, virou as costas, saiu indignada, sem comprar nada, mas com o nariz mais em pé ainda.....
Depois eu conto o final...
Por Helio Faria Junior

Um comentário:

  1. Interessante!!! Eu já havia escutado essa história do "Quanto Costa", lá pela década de 2000!!!! rsrsrsrsrs
    Dei muita risada novamente!!!

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