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domingo, 20 de novembro de 2011

NOVELA NOSSA DE CADA DIA - CAPÍTULO I - 12/11/2011



A partir de hoje e em todos os sábados vou contar um novo capítulo da NOVELA NOSSA DE CADA DIA. Hoje vamos descrever nossos personagens iniciais. Bacalhau, Urubu, Curintiano e Meu Rei.
Todos já devem ter ouvido falar da crueldade dos adolescentes. Pois é, o nome de nossos personagens surgiu dessa crueldade. Como eles se conheceram em baixo de um viaduto durante uma tempestade muito forte no Rio de Janeiro, e todos eram, como direi, quase meninos de rua, o início do diálogo entre eles foi a colocação dos apelidos. 
Bacalhau é um negão de 1,88 m de altura, 110 quilos de músculos, flamenguista roxo, e que fala tudo errado, POBREMA, O CAUSO, INGUINORANTE ,SASTIFAÇÃO  e outras pérolas do gênero. Tinha um sorriso 1001, só tinha as traves e vazio no meio. Isso aconteceu num Vasco X Flamengo, com o Maracanã lotado, Urubu e Bacalhau, por falta de opção foram parar na torcida do Flamengo. E estão os dois procurando lugar quando Urubu achou lugar e gritou para O Bacalhau que estava dez degraus acima, NA ARQUIBANCADA: 
- Bacalhau, tem dois lugares aqui.....Prá quê!!! O coitado do bacalhau apanhou tanto que até os dois dentinhos podres que ele tinha na frente, perdeu no primeiro soco. O coitado até provar que não era cavalo comeu muita alfafa!!! Que coisa!!! Mas sobreviveu, apesar do Flamengo ter perdido essa final. Pobre Bacalhau!!! 
Bem, Urubu, vocês já imaginam, né? Isso mesmo, um portuguesinho, de camiseta regata e tudo, calça preta com risco de giz surrada e sapato, baixinho, barrigudinho, bigodudo, com lápis atrás da orelha. Dos Traz Montes legítimo e como não podia deixar de ser, vascaíno até debaixo d’água. 
Meu Rei era um gauchão, gremista, pediu pra ser chato e entrou três vezes na fila, falastrão, que só não morria de fome porque comia todos os “s” nos plurais das frases...TU COMPOU OS PÃO???..., metido que só, tagarela dia e noite, e fazia todos rirem muito porque cada cinco coisas que falava, seis começavam.....”Bueno, lá no meu Rio Grande...” e os outros não deixavam ele continuar por conta da zoeira. 
Por fim o Curintiano, bem franzininho, feio igual bater em mãe no Natal, magrelo, esfomeado, nasceu em um distrito do município de Souza na Paraíba,  torcedor fanático do Treze da Paraíba e do São Paulo. Quando começou a contar uma história de uma menina que ele azarava fazia anos, sem que ela desse a mínima bola prá ele, e se chamava Maria Libertas, ganhou o apelido. Às vezes para variar, em vez de chamar o cara de Curintiano, chamavam de Bambi, mas só quando ele estava de bom humor, porque o baixinho virava uma onça. Tudo maldade. 
A história de hoje começa na saída de um forró em que eles foram. Bacalhau, Urubu e Meu Rei, foram para o forró e Curintiano foi atrás de Libertas mas acabou, por coincidência, parando no mesmo forró. 
Na saída os três encontraram o casal em uma carrocinha de cachorro quente e Meu Rei, todo saliente,  já foi falando: - Bah, Bambi, apresenta a guria.....Tomou um bofete no escutador que apitou uma semana. 
- Bambi é a póta que pariu!!! Rosnou o Curintiano. Nisso, Bacalhau que era da “turma do deixa disso”, apesar do tamanho, abraçou Meu Rei por trás para tirá-lo da briga. Quando Curintiano viu que ele estava imobilizado, aproveitou mandou um socão no nariz dele. Aí, vocês podem imaginar a confusão que deu...Curintiano procurou Libertas que tinha evaporado no primeiro tapa e só encontrou um policial que meteu o mãozão na nuca dele, deitou a bochecha dele no capô de um CHEVETTE enferrujado que estava estacionado, botou suas as mãos para trás e algemou. – Teje preso!!! Perdeu!!! Perdeu!!!Resultado, todo mundo dormiu na delegacia. 
Sábado que vem tem mais!!!
Por Helio Faria Junior

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